Hard Times

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"Fico paralisada ao ver tanto sangue em minha mãos, e ainda estava quente, ouvir os ultimos suspiros foi perturbador, serei decapitada, não resta dúvida, amanhã mesmo estarei morta, o meu tio ficará tão decepcionado, Oh deuses, o meu tio, ele conta comigo para conseguir a cura, deixa-lo-ei desamparado, bem provável ele morrer antes de saber da minha morte, ou até mesmo morrer de desgosto, irei morrer, pagarei pela minha vida, a morte desse "sujeitinho" de sangue ruim, afinal também sou sangue ruim aos olhos da realeza, não farei falta."

Mas antes que você comece a me julgar, irei contar o que aconteceu, aliás meu nome é Luna, e essa é a minha história.

Não sei se posso chamar esse lugar de lar, vivemos numa cabana feita de barro, "gravetos" e palha, mas moro no reino de Koremon, ele é divido em quatro regiões, de acordo com os elementos da natureza, ele é reinado pelo rei Gregory, da casa Damours, (Sobre)vivo com meu tio na região Terra, e todo dia tenho que levar trigo até a região Água, onde fica as aldeias e o castelo real.

Já faz uma semana que o tio, Héktor, está doente, ele está fraco, com febre, dores musculares e pálido, ele tem sido como um pai para mim, após a morte da minha mãe, não suportaria perder ele também, já tentei lhe dá vários remédios nada funcionou, nem mesmo a sopa especial da mamãe, ontem eu fui na vila, levar o trigo pra vender, e o burguês me deu somente nove moedas de ouro,eu tentei pechinchar, só que aquele burguês safado, Tyron Bridgestone, disse que o trigo era de má qualidade, mas claro que não era, eu mesmo colhi, e com míseras nove moedas não dá para sobreviver, e o remédio para curar o meu tio, é muito caro, precisarei de cinquenta moedas de ouro ou mais, além do mais, esse remédio vai custar a minha vida, por ser proíbido no reino, mas irei fazer tudo por ele.

-Calma, Luna, minha princesa, eu ficarei bem!- Diz Héktor tossindo sangue, deitado em sua cama feita de feno, sustentadas por um longo tronco de madeira esculpida

-Eu sei que você ficará bem, mas e eu? o que será de mim sem o senhor?- Pergunto, me levantando para pegar um balde para ele cuspir o sangue

-Você não precisa mais de mim Luna, você já está crescida, se tornou uma moça linda e com um coração puro, sua mãe se orgulharia de você!- Diz tio Héktor, segurando a minha mão, enquanto tossia dentro do balde

-Não vai ser hoje, tio, que o senhor vai me deixar, estou juntando algumas moedas para comprar o remédio, e vou continuar vendendo trigo, as nossas galinhas, para te salvar!- Ao falar isso os meus olhos se encheram de lágrimas, mas não iria deixar ele me ver chorar, ele nunca me viu chorar, não vai ser agora, eu tentei não chorar, quando meus olhos se encheram, deixei somente um lágrima rolar sobre as minhas bochechas- Falando nisso tenho que ir na vila, vender e conseguir algumas moedas.

-Já está quase anoitecendo Luna, deixa isso para amanhã!

-Não existe hora para trabalhar!- Digo "limpando" os meus olhos

-Não adianta mesmo impedir você de fazer algo, teimosa igual a mãe!- Diz tio Héktor dando um leve sorriso, no qual me alegrava, pois mesmo doente, não deixava de sorrir, mostrando ser realmente forte. -Só que tome cuidado, os tempos não são como antes, se sentir que está sendo perseguida pelo "Corvo" corra direto para um local movimentado.

-Eu sempre tomo cuidado, e os tempos sempre foram os mesmo, tende cada dia piorar, e o senhor me ensinou muito bem como lutar, afinal você era um soldado real- Digo dando um leve sorriso e indo pegar a sua adaga em cima da mesa- E segundo a Ravenna, o Corvo é pago para matar, quem ia querer matar uma POBRE camponesa.

No reino temos uma espécie de justiceiro, dizem que ele/ela é pago por alguns burgueses para matar bandidos, caloteiros ou até mesmo outros burgueses, dizem que ele/ela ganha muito com isso, e a sua identidade é desconhecida até mesmo para seus clientes, contrata-lo é algo complicado, você tem que ir até a divisa entre as quatros regiões, e chamar o "diabo na encruzilhada", deixando uma carta, dizendo quem deve morrer e por qual motivo, junto com um saco que moedas bem cheia, o Corvo só mata se o motivo for bem convincente.

-Você ainda está conversando com essa mulher, a Ravenna é louca!

-Mas era amiga da mamãe, gosto de conversar com ela!

-Só não quero que lhe vejam conversando com ela, não quero que acontece com você o que houve com sua mãe!

A Ravenna era melhor amiga da minha mãe, ela e meu tio não se simpatizam, nunca soube o motivo, aliás nenhum dos dois me falam o que houve com a minha mãe, só dizem que ela morreu, deve ter sido algo horrivel para eles ficarem muchos quando falamos dela.

Estava em minhas mãos uma adaga de tempera forte com quatro gumes, ela era adornada com alguns desenhos feito a mão, pego-a e coloco na minha cintura, apoiada na corda que segura o meu vestido.

Dou um beijo na testa do meu tio e saio da cabana, pego o carinho, despejo o trigo, e vou para vila, ir para vila nesse horário, não é a minha hora favorita, pois sempre há bêbados imundos querendo se aproveitar de você, semana passada eu cortei os dedos de um abusado, nem vi quem era, simplesmente peguei a adaga do meu tio e cortei os três dedos do filho da mãe, obviamente saí correndo depois, idiotas nunca estão só, de casa até a vila não é muito longe, é coisa de dez minutos, mas o caminho é pela a floresta, confesso que as vezes dar medo, mas sempre levo um lampião comigo, escuto gritos, solto a carrinho, e pego a adaga, eram gritos de alguém pedindo socorro, deixo o meu carrinho de lado e vou correndo para vê o que estava acontecendo, segurando a adaga cada vez maia forte, era o filha da mãe que eu havia cortado os dedos, ele estava agarrando a princesa Victoria, do reino de Snowdenfell, reconheci pela tiara, que brilhava escandalosamente, os meus pés fican presos no chão, não consigo me mover, eu vejo ela se esquivando dele lentamente,estou com raiva de mim mesmo, por ter está parada, os meus músculos estão paralisados, e não sei o que fazer, mas quando escuto mais um grito dela, eu percebo que tenho que agir, mesmo agora com as minhas pernas trêmulas, puxo aquele porco pela camisa, tirando-o seu corpo de cima dela

-Opa, se não a vadia que fez isso comigo!- Diz ele me mostrando a sua mão direito e dando uma risada- Vamos nos divertir que tal?

-Prefiro morrer virgem!-Digo segurando a minha adaga bem firme.

-Larga isso, você é uma meninha, nem deve saber como usar isso- Diz o sujeito se aproximando de mim, a cada passo que ele dava, o meus pés ficavam firmes ao chão, e adaga ficava firme em minha mãos

Eu não sei o que deu em mim, tudo ficou preto, e quando vi ele estava morto, com a adaga enfiada em seu peito, não sei o que houve, só sei que eu o matei, na hora eu fiquei paralisada, mesmo eu sendo meio durona, eu nunca matei ninguém, nem mesma as galinhas, sempre tive pena delas. Estou em choque e mal consigo escutar o que a princesa dizia, apenas ruídos. Me levanto e a reverêncio.

-Ah você ouvi falar muito sobre você!- Diz a princesa sacudindo o seu belo vestido azul, que estava de areia.- Pode se levantar você salvou a minha vida.

-Já ouviu falar de mim? como pode sou uma qualquer nesse reino.- Digo surpresa, ela deve está me sacaneando

-Qualquer? Você é o Corvo, temida por todos nesses reino, você matou esse imundo, com tanta bravura, que não sei explicar.

Ela realmente está brincando com a minha cara, só pode, eu estava tremendo de medo, e mal sei como matei aquele porco.

-Obrigado!- Digo ironicamente.

- Você foi magnifica, pode deixar não irei contar a ninguém a sua identidade, ninguém acreditaria que o Corvo é uma mulher.

Não, ela não está brincando com a minha cara, ela realmente acha que eu sou o Corvo.

Lua SangrentaOnde histórias criam vida. Descubra agora