1. Uma bruxa me visita

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   William    

Enquanto tentava abrir a porta da frente de casa ouvi um barulho, como de um cachorro rugindo. Provavelmente devia ser do cachorro de algum vizinho próximo. Eram quase cinco da manhã, algumas pessoas saem para passear com seus cachorros nessa hora.

Por algum motivo estranho não conseguia abrir a porta de casa com a chave que eu estava. Pensei em tocar a campainha para minha mãe abrir a porta para mim, mas depois ela iria ficar me perguntando o que eu estava fazendo fora de casa há uma hora como aquela e sinceramente não estava com paciência para isso.

Tentei entrar pela garagem, mas por segurança acabei trancando-a também. O problema estava na droga da chave e não tinha nem uma reserva no momento.

Ouvi o rugido de cachorro novamente, agora mais próximo de mim, mas ignorei e continuei a tentar abrir a porta sem muito sucesso.

De repente fui empurrado com força e caí de costas para o chão. Senti um peso quase sufocante sobre mim e um hálito quente sobre meu rosto.

GRRRR, rugiu o animal sobre mim.

Era um lobo. Bem, uma loba na verdade. Sei que eu devia estar apavorado e em pânico por ter um animal enorme que podia me matar com uma única mordida sobre mim, mas a loba tinha uma dona, e eu a conhecia.

– Lupita, saia de cima dele! Já disse que só deve fazer isso quando eu mandar – disse Sarah Prata para a loba.

Sarah é uma bruxa. Conhecemo-nos logo quando descobri que possuía o sangue dos heróis. Ela me ajudou a derrotar um feiticeiro maluco que queria ressuscitar os mortos e criar um exército de zumbis para dominar o mundo. Acabou que deu tudo errado para ele e... Bem, é uma longa história.

A loba saiu de cima de mim e lambeu meu rosto, deixando-o todo babado com isso. Eu particularmente não gostava muito daquela loba, acho que é porque a dona dela era Sarah e não gosto de Sarah tanto assim. Tivemos um lance uma vez, quer dizer, só por parte dela, porque nunca fui a fim dela. Sarah vive dizendo para todos que eu me apaixonei por ela e não largava do seu pé, mas foi o contrário. Bruxas!

– O que faz aqui? – perguntei, levantando e limpando as mãos na calça logo depois.

Ela vestia uma capa preta, jeans, uma regata preta e botas de couro. O cabelo castanho estava preso em um rabo de cavalo.

– Vim dar uma péssima notícia.

– Não podia fazer isso numa outra hora?

– Hum... Não! Arriel voltou. Isso não é tudo. Sabe aquele monstro tenebroso que foi derrotado por uma heroína por nome de Alberta Felix? Bem, ele também voltou.

– O quê? Como...? Não pode ser.

Pensei imediatamente em Kemilly. Como ela ficaria ao saber disso?

– Roger e o metamorfo passaram os últimos meses tentando encontrar um jeito de libertá-los, e conseguiram. Usaram magia. Magia negra.

– Mas como conseguiram, exatamente?

– Para conseguir libertar alguém da dimensão Arkam, um ritual deve ser feito e precisa de sangue, sangue puro. O sangue de um pássaro da luz. Esse sangue deve ser derramado nas pedras mágicas que serão usadas para abrir o portal. Sem o sangue a passagem é bloqueada e nada pode sair da dimensão, mas com ele...

– A passagem é desbloqueada e qualquer um pode sair, inclusive o monstro Arkam.– completei.

– Exatamente. Isso não é tudo. Arriel tem um plano. É muito macabro.

O Príncipe dos Bruxos - Sangue dos heróis : Volume 2Onde histórias criam vida. Descubra agora