5. Roger, o mocinho

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Kemilly

  Depois de ter passado uma hora tentando estudar para química, percebi que o que eu estava precisando mesmo era tomar um ar. Em breve eu viajaria novamente para dimensão do lobo guardião e enfrentaria meus piores pesadelos.

Vesti uma calça jeans e uma blusa amarela de algodão antes de sair pela porta de casa, eu só precisava me acalmar um pouco, a angústia em meu coração parecia que ia me consumir, mas ao invés de fugir dos pesadelos, acabei me dando de cara com eles.

Avistei Eríade ao lado de dois cães infernais com machados nas costas bem a minha frente.

Minhas pernas tremeram. Eu estava totalmente desprevenida.

– Sentiu saudades, criança mestiça? – Indagou Eríade. Ele estava mais assustador e feio que da última vez que o vi. Sua pele estava com mais veias em forma de rachaduras e seus dentes estavam quase amarronzados agora.

Engoli em seco.

– Vamos levá-la a Arriel. Aconselho não discordar – disse um dos cães infernais, o mais alto. Provavelmente Rapax.

Os cães infernais tiraram o machado das costas.

Eu não podia lutar com os três. Só um dos cães já seria suficiente para me matar. Precisava de um plano de fuga. Então usei o truque mais barato de todos.

– Olhem! Várias bruxas estão chegando daquela direção!

Por sorte os três olharam. Eu entrei em disparada.

– Onde?! Eu detesto as bruxas, elas... Ei! – disse o menor dos cães infernais. Bóres.

– Vão atrás dela, seus idiotas! – berrou Eríade.

Corri as cegas o mais rápido que consegui até me esparrar em alguém.

– Por que tanta pressa? – Indagou uma voz masculina e familiar.

Paralisei ao olhar para os olhos azuis elétrico que tanto odiei. Eu queria esganá-lo e xingá-lo de todos os nomes possíveis, mas a única palavra que saiu da minha boca foi:

– Roger.

Ele me lançou meio sorriso.

– Eu vou levá-la a Arriel – Roger disse para Eríade e os cães infernais. – Podem tirar o resto do dia de folga.

– Não quer mesmo que a gente a leve? – perguntou Eríade.

– Não. Eu quero entregá-la a Arriel pessoalmente. Quero provar minha lealdade regularmente questionada.

Eríade e os cães infernais rosnaram em resposta.

O metamorfo lançou raios das mãos em uma das paredes do prédio. O local da parede que ele atingiu pareceu entrar em estado de sublimação, até um portal surgir.

Comecei a me debater, tentando me livrar dos braços de Roger, que agora estavam em volta de mim. Ele apertou mais forte e sussurrou no meu ouvido:

– Fique quieta.

– Não pode me levar a Arriel – sussurrei.

– Não vou. Eu juro. Agora finja que está resistindo até entrarmos no portal.

– O quê?

Roger tapou minha boca e entramos no portal.

Fomos transportados para um lugar cercado de árvores. Por um momento achei que era a floresta da dimensão do logo guardião, mas as árvores não eram tão altas como as da floresta.

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⏰ Última atualização: Sep 27, 2021 ⏰

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