3. Sarah me dá mais uma péssima notícia

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William


Saímos um pouco tarde da casa dos patronis, então Kemilly decidiu que estudaria sozinha para não me atrapalhar. Por mim não teria problema, eu já sabia o assunto, mas achei melhor apenas concordar.

Eu ainda não havia contado a ela o plano macabro de Arriel, e nem sabia por onde começar. Portanto, decidi esquecer um pouco essa história e focar em química.

Enquanto resolvia alguns exercícios, um vento forte entrou pela janela do quarto, fazendo as folhas sobre meu birô voarem para o chão. O vento ganhou mais força e se concentrou em um lugar, dando forma a um miniciclone.

Este começou a ganhar forma, transformando-se em uma garota alta e irritante.

_ O que você quer? _ perguntei.

_ Não é nada de mais. Só vim avisar uma coisa. _ disse Sarah, sentando na minha cama.

Ela olhou para o meu abdome e disse:

_ Nossa! Ficou mais forte.

Enrubescido, peguei a primeira camisa que achei no guarda-roupa e vesti.

Gesticulei para que ela continuasse.

Sarah endireitou a postura e disse:

_ Arriel enviou três dos seus monstros atrás de Kemilly.

_ O quê?!

_ Eles devem estar seguindo para casa dela agora mesmo.

Olhei para Sarah, perplexo. Ela estava tão tranquila que parecia mais que havia me dito algo como: "Vou comer peixe frito hoje, só que não gosto de peixe".

Peguei a espada sobre minha cômoda, minha bicicleta na garagem de casa e disparei em direção à casa de Kemilly. Sarah me acompanhou, mas estava com seu próprio meio de transporte: uma vassoura voadora.

Logo quando cheguei ao prédio de Kemilly, tentei ligar para ela, mas o telefone só dava fora de serviço.

_ Não consigo ligar para ela, talvez...

_ Talvez a criança mestiça não esteja mais aqui, heroizinho. _ disse uma voz familiar.

Era Eríade. Ele estava com a aparência de uma mulher de trinta e poucos anos, de cabelos curtos, pretos e repicados. Sua pele estava acinzentada e certada de veias, tipo varizes nas bochechas e braços. Seus olhos estavam dourados.

_ O que fez com ela?! _ perguntei, erguendo a espada em sua direção.

Ele gargalhou, depois disse:

_ Ela deve estar nas garras de Arriel neste momento.

Meu coração apertou. Eu havia fracassado... Havia fracassado como patrono. Nunca me perdoaria se Kemilly morresse. Eu precisava resgatá-la. Eu ia resgatá-la.

_ Quem a levou? _ Sarah perguntou.

_ Não é da conta de vocês! _ exclamou Eríade, sorrindo.

_ Não vou permitir que Arriel consiga executar seu ritual ridículo! _ falei.

_ Por falar nisso... _ disse Eríade se aproximando aos poucos. _ Precisamos de alguém próximo a criança mestiça para o ritual. Você serviria muito bem.

Sarah se pôs em minha frente.

_ Não mesmo! Só por cima do meu cadáver!

_ Não preciso que me proteja._ sussurrei para ela.

_ Cale a boca! _ sussurrou de volta.

Eríade nos fuzilou com fúria. Ele deu dois passos para trás e exclamou:

_ Rapax! Bores! Matem a bruxa. Já o lourinho... Bem, podem fazer o que quiser com ele, contanto que esteja vivo até o ritual.

De repente, dois cães infernais surgiram das sombras. Eles carregavam machados nas costas. Infelizmente eu já os conhecia. Eles tentaram matar a mim e a Kemilly quando ficamos presos na dimensão purgatória, e na caverna de Arriel também. Não seu se é possível cães sorrirem, mas os dois cães pareceram sorrir quando viram meu rosto. 

O Príncipe dos Bruxos - Sangue dos heróis : Volume 2Onde histórias criam vida. Descubra agora