POEMA 24

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Eu posso ouvir as vozes em vários gritos.
Os xingamentos em vários tons.
Posso ouvir seus soluços a noite.
A incompreensão das pessoas.
Posso ouvir as farpas entrando em sua mente.
Posso ouvir seus gritos por socorro silenciosos.
Posso ouvir suas orações.
Posso ouvir aquele a quem ela tanto ama a tratar com ignorância.
Posso ouvir o ranger de seus ossos cansados.
Posso ouvir ele a tratar como uma mulher que não lutou ao seu lado todos esses anos.
Posso ver...
Posso ver ele a humilhar.
Posso ver sua agonia.
Posso ver sua dor.
Posso ver suas lutas.
Posso ver seu amor doentio por ele.
Posso ver seus olhos cansados, seus sussurros por não conseguir dormir a noite.
E, por mais que eu tente nada do que eu faça nunca será suficiente para ajudá-lá.
E, por mais que eu queira eu não consigo escrever uma nova história.
E, por mais que os abutres não percebam meu amor por ela é tão grande que em minhas orações sempre está ela.
E, por mais que eu também o ame, eu confesso meu coração é dessa sofredora mulher que me acolheu.
E, por mais que pareça egoísta eu preciso ir em busca da minha história para poder mudar sua história.
E, por mais que pareça doloroso aos olhos de quem não viu e ouviu o que eu vi e ouvi, eu não quero um homem como o desta mulher.
Por que, sinceramente, eu tenho medo da dor.

(Juniara C. Lopes)

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