Sixteen

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"Você...Eu vou matar você... Definitivamente eu vou te matar..."

Eu nem posso descrever o quanto enlouquecido ele parecia.

Emoções no WAO poderiam ser um pouco exageradas, mas eu podia sentir o ódio queimando nos olhos de Austin, de uma forma que assustaria a qualquer monstro.

Alguém chegou ao meu lado e falou.

"Austin, eu ordeno a você como sub-líder da Knights of the Blood. Eu retiro você da sua posição como guarda costas. Volte para o QG e fique lá até futuras ordens."

As palavras da Camila eram tão frias como seu rosto. Eu senti que por de trás dela estava a raiva e o medo, por isso inconscientemente coloquei minha mão sobre seu ombro.

"...O...Que...É isso..."

Fora somente isso que conseguimos compreender. O resto era provavelmente uma mistura de um grito histérico com o ódio que se perdeu em sua boca. Austin nos encarava.

Não havia dúvidas de que ele pensava em nos atacar com sua arma reserva, mesmo sabendo que o código de prevenção contra crimes iria pará-lo.

Mas ao invés disso, ele pegou um cristal de teletransporte do seu bolso. Ele o levantou, pressionando com tanta força que pensei que o cristal se quebraria, murmurando:

"Teletransporte... Grandum."

O ódio e seu corpo desapareciam na nossa frente tomados por uma luz azul. Assim que a luz desapareceu, um silêncio se instalou na praça. Os espectadores pareciam ter apenas ignorado a raiva incompreensível de Austin e saíram em pequenos grupos.

Camila e eu acabamos sendo os únicos na praça.

Então finalmente, Camila se afastou e começou a falar de forma frágil.

"...Desculpa,Lauren eu te coloquei nisso tudo."

"Não...Huh, tudo bem, mas vai ficar tudo bem com você na sua Guilda?"

Ela balançou a cabeça lentamente, mas deu um sorriso espirituoso, porém fraco.

"Sim, eu acho que sou a única culpada por forçar as regras e as aplicar a todos para concluir esse jogo logo..."

"Eu acho...Que você não pode fazer nada quanto a isso. Se eles não tivessem alguém como você, tudo teria sido muito mais lento. Bem, isso não é algo que uma jogadora solitária como eu deveria dizer, huh... Ah, esquece isso."

Eu nem sabia mais o que estava tentando dizer, estava apenas falando o que me vinha em mente.

"...Então, ninguém pode dizer nada sobre você... Ter uma folga com alguém sem esperanças como eu, Camila."

Por um momento, Camila parecia um pouco confusa, mas então sorriu mais alegre.

"... Bem, Muito obrigada, Lauren. Eu realmente vou tentar curtir o máximo hoje. Por isso confio a você a linha de frente."

Ela falou aquilo de modo energético e começou a andar em direção da estrada que levava a saída da cidade.

"O que? Ei! O ataque deve ser decidido em turnos!"

Mesmo reclamando, eu deixei escapar um suspiro de alívio e segui a garota de cabelos castanhos.

O ar que cercava o caminho da floresta era quente. Parecia que a presença que eu senti naquele dia à noite fora apenas uma ilusão.

O sol da manhã ainda brilhava pelas brechas entres os galhos, formando pilares de luz onde borboletas dançavam, mas era triste saber que elas eram apenas efeitos visuais que não poderiam ser pegas mesmo se você tentasse.

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