Epílogo

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– Você tinha algo para me falar? – Perguntou Amélia enquanto adentrava no terraço aonde Alex se encontrava, o jovem dragão tinha cochichado aquele pedido, ou melhor, comando, quando os adultos resolveram comemorar a resolução do plano e traçar os detalhes para o mesmo.

– Eu vou para o festival.

– Hã?

Alex sempre fora muito direito, as vezes, até demais, de tal modo que Amélia demorou um pouco para entender a implicação daquela afirmação.

– M-mas...Você não tem idade para ir...Felix tinha dito que...

– Qualquer dragão a partir dos 15 anos já pode se oferecer para participar do festival, desde com consentimento dos seus responsáveis.

– E você acha que Arthur vai concordar?

Alex até o momento estava virado de costas para ela, observando a escuridão tomando aos poucos estonteante jardim da mansão. O rapaz se voltou para encara-la, havia seriedade em seu olhar.

– Ele terá que fazê-lo... Teremos que ter o máximo de dragões aliados participando desse plano. Somente Pablo, Leonard e Bolt (eu nem conto muito com o Felipe) não serão o suficiente para protegerem Sion caso as coisas não saiam como o Grande Cezar previu. Sei que Tales irá se oferecer e a Scarlet também... Eu não ficarei para trás.

Amélia sentiu o seu coração acelerar, entendia os motivos... Se também fosse uma dragão iria se oferecer da mesma maneira, mas a dura verdade era que não o era.

"E todo esse treinamento vai servir para o que? Não poderei ajuda-los agora que eles mais precisam de auxílio?" pensou furiosa consigo mesmo, sentiu que lágrimas vertiam de seus olhos contra a sua vontade, as limpou rapidamente com o braço.

– Você só tinha isso para dizer? – Disse ela controlando o tremor de sua voz.

Alex abaixou os olhos, parecia que iria dizer algo, mas ao invés disso saiu do terraço a deixando sozinha.

Amélia abraçou a si mesmo, se sentia perdida. O que fora tudo aquilo? Alex podiam ser curto e grosso, mas não era bom em expressar seus sentimentos! Como ela podia traduzir todo aquele momento?

– Alex...Seu grande idiota! – Gritou colérica para o vazio, por fim sentiu as pernas fraquejarem e deixou seu corpo cair de joelhos. A noite parecia tão imensa e fria...As lágrimas eram tão quentes.

Devia haver algo que pudesse fazer...

Não iria ser apenas uma espectadora. Não mais.

Também não seria um estorvo ou a vítima indefesa. Não mais.

Seria Amélia, humana e guerreira.

Fogo e Escamas (Em processo de edição)Onde histórias criam vida. Descubra agora