Capitulo dois: "Encontro"

29 9 7
                                    

Sara

Depois que meu sangue esfriou minha ficha caiu, eu tinha sido traída. Parte de mim estava triste por causa do que aconteceu, porém, a outra parte se sentiu aliviada, não sei por quê.

Pedi o dia de folga para comemorar com o Brian, e meu pai, é claro, me liberou. Mas agora eu não tenho que fazer durante o resto do dia, então, eu passei em casa, deixei todas as coisas, tirei o salto agulha e pus um Scarpin, mais confortável, pego minha bolsa do trabalho e transfiro minha carteira e celular para ela e saio de novo.

Não estou a fim de ficar em casa sozinha, e não vou ficar me lamentando por aquele idiota, e já que o trabalho sempre me ajudou a apaziguar minhas ansiedades, vou trabalhar.

Ninguém sabia que eu não viria, então não sou bombardeada pelas perguntas sobre o que estou fazendo no trabalho hoje, bom, quase ninguém sabe. Assim que sento em minha mesa a Lucy pergunta:

- O que você está fazendo no trabalho hoje, não era pra você está comemorando com o Brian? - Só de ouvir o nome dele já sinto o ódio voltando e a vontade de voltar lá e dá mais tapas na cara dele.

- Lucy me faz um favor, não toca no nome daquele filho da p... - paro por que não quero xingar a Lilian, apesar do filho que tem, ela é uma pessoa maravilhosa.

- Amiga? O que aconteceu? - me pergunta ela.

- Realmente não estou com cabeça pra isso agora, na hora do almoço a gente conversa. - e quando vi que ela iria insistir completei - Por favor!

- Tudo bem, depois conversamos. - Ela respirou fundo e disse: - Aproveitando que você está aqui o projeto de I... - Depois disso minha manhã foi muito produtiva.

...

Quando estávamos na hora do almoço, saímos para um restaurante perto do trabalho, depois de fazer nossos pedidos a Lucy não conseguiu mais esperar e perguntou:

- Sara, eu não aguento mais de curiosidade, o que o Brian fez de tão grave pra você não querer nem ouvir o nome dele?

- Ele me traiu. Fui a casa dele pra comemorarmos e quando entrei ele estava na cama com outra. - estava tão desanimada falando sobre isso. - Mas o estranho mesmo amiga, é que não parece que eu tinha sido traída, o que eu sinto é só uma decepção. Não sei, olhando claramente pra situação, até parece que eu não amava ele.

Lucy pegou na minha mão e disse:

- Acho que você está sentindo isso, por que o relacionamento de vocês era mais por causa de suas mães do que por vocês mesmos. - Ela deu uma pausa, como que estivesse escolhendo as palavras certas - Era visível que vocês não tinham aquele amor intenso um pelo outro e, às vezes quando saíamos, parecia que vocês eram mais amigos que namorados.

- Lucy, queria tanto que você fosse sincera desse jeito comigo antes, talvez eu não tivesse passado por essa situação. - Ela abaixou a cabeça então percebi o que disse e corrigi. - Não estou dizendo que a culpa é sua amiga, quem me traiu foi ele, talvez eu não tivesse ficado tanto tempo com ele. Mudando não tanto de assunto; Você acredita que ele disse que a culpa era minha!

- Não brinca! - Disse ela com uma cara de espanto tão engraçada que não pude deixar de rir.

- Ai amiga, sua cara foi hilária. - não conseguia falar direito de tanto rir. - Ele disse que se eu tivesse dormido com ele, ele não precisaria de outra pra se satisfazer.

- Ele é um belo de um filho da p... - Percebi que ela parou pelo mesmo motivo que eu antes, não iria falar mal a mãe dele.

- Mas tá tudo bem, eu dei um belo tapa na cara dele.

Nós rimos muito enquanto eu contava os detalhes pra ela, nosso almoço chegou e mudamos de assunto.

- Hoje meu irmão vai à empresa buscar um projeto que fiz pra casa que ele pretende construir - A Lucy me avisou.

Nunca conheci o irmão dela, ele tinha ido fazer faculdade em Londres pra aprender a gerir o império da família já que seu pai estava querendo se aposentar. A família da Lucy é muito rica, eles são donos de metade da cidade. O pai dela, Sr. Simon Lins, é um senhor muito sério, meu pai e ele se dão muito bem. Mas a Lucy não quis trabalhar na Lins Corporation Inc., pois se identifica mais com a área de projetos e não é isso que a empresa do seu pai faz, ela diz que eles estão mais pra Pink e Celebro1 e a cisma de dominar o mundo. A mãe dela morreu de câncer quando ela tinha Cinco anos, ela não lembra muito dela, mas, de acordo com ela, o irmão sente muita falta, pois ele tinha só dez anos e ficava com a mãe a maior parte do dia.

- Será que finalmente vou conhecer o seu irmão? - Perguntei a ela.

- Provavelmente, sim. Não tenho visto muito ele, a vida dele é na empresa ou em casa com a namorada. Ele esta sem tempo até pra ir lá em casa me ver.

Quando olhei no relógio só tínhamos vinte minutos para voltar pra empresa, e eu ainda passaria no banheiro pra escovar os dentes.

- Vamos Lucy, estamos quase em cima da hora, e eu não quero dar mais motivos pra os outros falarem que eu sou privilegiada por causa do meu pai. - Quando nos levantamos reparei na roupa que ela vestia, fiquei tão focada nos meus problemas que nem reparei nela. Hoje ela vestia um vestido tubinho vermelho estilo japonês, com um Scarpin Preto de solas vermelhas e o seu cabelo vermelho estava solto e cascata de cachos pelas suas costas, com uma maquiagem simples que valorizava seus incríveis olhos verdes.

- Tem algum compromisso romântico hoje ou só estava inspirada para se arrumar? - Logico que eu sabia a resposta. Seu rosto começou a ficar vermelho.

- Com tudo que aconteceu com você hoje, eu pensei que não seria apropriado falar sobre minha vida amorosa com você. - ela falou com cara de culpada.

- Entendi, mas me conta, vai fazer o que?

Enquanto andávamos até a empresa ela me contou os planos do Sebastian pra hoje. Pelos planos, parecia que ele iria a pedir em casamento, jantar em um restaurante chique e depois uma diversão na casa dele, isso poderia parecer normal, se ele não pedisse pra ela ir de vermelho, foi com um vestido vermelho que eles se encontraram pela primeira vez. Essa seria uma noite excelente pra eles.

Enquanto escovava os dentes, pensei no relacionamento da Lucy com o Sebastian, realmente, o meu nem chegava perto do romantismo daqueles dois, eu deveria ter reparado isso antes. Deixei esse assunto pra lá e voltei ao trabalho, precisava parar de pensar no que tinha me acontecido.

O resto do dia passou voando. Olhei pra Lucy e perguntei:

- Vamos?

- Esqueceu que meu irmão vai passar aqui? Além do mais, eu tenho que esperar o Sebastian vir me buscar para a nossa noite romântica. - ela me respondeu, me fazendo lembrar que não tinha ido ver meu pai e meus irmãos hoje.

- Certo. Boa noite pra vocês! Vou lá em cima ver meu pai e os meninos, estava com a cabeça tão cheia que não falei com eles hoje. - Levantei, abracei-a, peguei minha bolsa e meu casaco e fui ate o elevador. Quando as portas do elevador se abriram tive que parar.

Em uma calca jeans perfeitamente ajustada nos quadris e uma camisa polo delimitando músculos dos braços e abdômen, saiu um moreno delicioso do elevador, ele tinha cabelos lisos num corte bem moderno, um queixo forte e uma boca que dava vontade de beijar. Não sei o que deu em mim, nuca tinha reparado em um homem dessa forma, ele reparou que eu estava fitando ele e abriu um sorriso de derreter calcinhas, depois saiu do elevador segurando a porta pra eu entrar.

- Obrigada - eu disse realmente sem graça, senti meu rosto aquecer de tanta vergonha.

Entrei no elevador e fiquei olhando quando ele se virou e foi andando pelo corredor. Homens assim deveriam ser proibidos de andar de jeans, eu tive um maravilhoso vislumbre de sua bunda naquela calca enquanto a porta do elevador se fechava. Parei por um momento para me recompor e depois apertei o botão para a cobertura no vigésimo sexto andar, estou com um sorriso bobo no rosto, acho que vou sonhar com aquela bunda essa noite.

1 - Desenho infantil onde dois ratinhos brancos, todos os dias, esquematizavam planos diferentes pra dominar o mundo.  

SE ELE FOSSE MEU - Série: The Smith's - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora