capítulo 14

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Eram 8 da manhã e Aspen já estava em pé, em frente ao espelho se arrumando. Já havia trocado de roupa e agora penteava seus cabelos molhados, que por sinal, o deixava muito mais atraente. Levantei lentamente para evitar de ficar me sentindo tonta. Ele me encarara de canto pelo reflexo do espelho, abrindo um sorriso discreto. Só consegui pensar de como eu poderia estar horrível na frente dele. Cabelo assanhado, cara de sono, remela, olheira. Levantei rapidamente da cama, quase que tropeçando, para cortar contato visual.

— Malia, você é sonâmbula? - perguntara quebrando o silêncio

— Não que eu saiba. Por que?

— Estranho. Passou a noite toda proferindo meu nome.

O QUE? Aspen estava de brincadeira, só pode.

— Haha, muito engraçado. - Franzi o cenho em desaprovação, desejando que fosse mentira. Eu morreria se isso realmente houvesse acontecido.

Meu celular apitara, me tirando de meus pensamentos. Era ele, novamente, o digníssimo Chase Parks. Olhei de relance e bloqueei o celular sem ler o que havia me mandado.

— Ainda é o seu amiguinho? - perguntou com desdém

— Como sabe?

— Ele passou não só a madrugada te enviando mensagem, mas a manhã toda também. - revirou os olhos sem se importar em ser discreto

— Não entendo o que ele quer.

— Talvez te levar para a cama. - sorriu ironicamente com uma pontada de raiva na sua fala

Ignorei sua resposta pois não sabia o que dizer. Eu não conseguia sentir ódio por Chase. Por outro lado, eu estava chateada da forma em que eu havia sido deixada de lado pelo mesmo. Ok, tudo bem que eu não facilitei as coisas, mas mesmo assim.
Suspirei enquanto traçava meu caminho para o seu banheiro. Era grande também, todo decorado em tons azuis marinhos, com alguns adesivos colados e perfeitamente arrumado.

— Deixa eu adivinhar, tem alguém que arruma isso aqui tudo para você, não é?

— Talvez. - sorriu — Temos alguns empregados, mas eu também sou organizado, então isso aqui nunca vira uma bagunça.

— Claro que tem. - disse para mim mesma por ter feito uma pergunta tão óbvia — Vou lavar meu rosto, você pode me deixar na casa da Ragna depois?

— Você não vai querer comer nada? - Neguei com um gesto — E se ela não estiver ainda por lá?

Verdade e se ela não estiver? Caramba, Ragna. Você deveria me atender ou pelo menos ler uma das mil mensagens que te deixei. Continua como se estivesse fora de sinal.

— Eu resolvo isso. - tranquei a porta e segui para o box

Tomei uma ducha rápida, me aproveitando de um hidratante para banho com aroma de baunilha que tinha por lá. Também "escovei" os dentes com os dedos, pois não tinha a minha ali. Mas serviu de algo, eu acho. Após escovar, fiz enxágue bucal com aquele produtinho para os dentes. Amarrei a toalha em meu corpo e procurei por algo que pudesse vestir antes que saísse. O closet do banheiro estava apenas com alguns desodorantes masculinos, perfumes, toalhas e cremes. Não tinha nada de roupa.

Doce Clichê - Em revisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora