O pesadelo já havia passado, finalmente tudo já estava resolvido. O andamento da empresa seguia naturalmente, já não se falava sobre o assunto.
Depois do almoço de negócios Elisa foi ao shopping, precisava buscar uma encomenda. Um belo vestido que usaria a noite na festa de aniversário de Sônia. O vestido precisou de alguns ajustes, Elisa tinha a cintura fina e o quadril bem definido, conferindo a ele um corpo escultural. O vestido era azul turquesa sem alças, o decote em "v" contornava seus seios arredondados, ele modelava a cintura e na altura do quadril tornava-se mais largo, conferindo um caimento perfeito até os pés. Elisa pegou o embrulho e quando ia saindo da loja, avistou o rapaz do restaurante descendo a escada rolante. Ela passou dias indo a vários lugares, voltou diversas vezes ao restaurante onde o havia visto e nada. Agora ali estava ele, Eliza apressou-se em descer a escada, ia descendo os degraus quase correndo, para tentar alcançá-lo, mas o rapaz descia os degraus assim como ela. Por pouco ela não derrubava as pessoas, na tentativa de alcançar o estranho. Seu coração pulsava em um ritmo acelerado. Ela teve vontade de grita-lo, mas não queria parecer louca, afinal o que falaria? " Hei, estranho! espera que quero falar com você". E se ela o alcançasse o que diria? de repente ela percebeu que estava agindo feito louca, ficou ali parada vendo-o se distanciar.
Quando chegou a casa, não passava das duas da tarde, a frustração estava estampada em seu rosto. Uma ruga vincou a testa de Elvira, quando a sobrinha ligou avisando que iria buscar o vestido, parecia estar bem, o que poderia ter acontecido?
O que aconteceu minha querida? você está tão abatida.
Eu o vi. - Sua voz estava trêmula e fraca.
O rapaz do restaurante!
Sim. -Deu um profundo suspiro.
E.
Nada! ele não me viu. - Disse desanimada.
Por que você não se aproximou e deu um, olá?
E dizer o que tia Elvira? - Ela riu-se nervo frenética.
Não sei querida, na hora as palavras iriam fluir. - Eliza abanou as mãos e andava de um lado para o outro.
Eu desci as escadas correndo feito louca. Isso! é isso que estou ficando, louca. - Ela sentou-se com as pernas encolhidas e os braços em torno dos joelhos, parecendo uma menina indefesa. Elvira preferiu não dizer nada, sentou-se ao seu lado e afagou seus cabelos.
Era a primeira vez que a sobrinha se mostrava tão fraca. Elvira entendeu o quanto esse rapaz havia mexido com ela, que ele havia despertado sentimentos que ela nunca tinha sentido.
Elisa levantou e ajeitou os cabelos.
Vou caminhar um pouco pela praia, vai me fazer bem.
Sim querida. Só não esquece do nosso compromisso.
Eliza não estava com a menor vontade de ir nessa festa, ela gostava de Sônia, mas não estava em condições de aturar Gustavo o tempo em seu pé, agindo como se fosse seu dono. A praia estava cheia, era uma bela tarde de verão. Era muito relaxante caminhar ao sabor do vento e ao som das ondas batendo. Elisa retirou a sandália para sentir a água do mar em seus pés. Se tivesse colocado uma roupa de banho, aproveitaria para dar um belo mergulho, o mar estava convidativo. Ela percorreu um bom pedaço. Depois sentou-se na areia para saborear mais daquele mar, saborear o som das ondas. Ela permaneceu ali, por uns instantes. Se estivesse na fazenda certamente pegaria seu cavalo e sairia pela fazendo, e quando voltasse estaria mais tranquila. Ela sorriu, ao lembrar-se das vezes que sumiu pela mata adentro, cavalgando sem destino. A lembrança da fazenda a fez sentir saudades dos pais, a quase três meses não os visitava, apenas falava por telefone.

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Doce Sorriso
RomansaElizabeth Dantas era um jovem simples, criada na fazenda. Mas teve seu destino mudado, com a morte do marido e único herdeiro de sua tia, Elvira Campbell. Eliza, como todos a conheciam, deixou sua zona de conforto na fazenda, o aconchego e carinho...