2:1 Laços Criados

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Londres, Inglaterra
1666 D.C

-Edmundo acorde senão ira se atrasar para o trabalho - dizia a sua esposa, Lorence Evans, com linda voz suave, já abrindo as cortinas para que o Sol entrasse no quarto

-Ja estou levantando - Disse abrindo um sorriso ao ser banhado pela visão dela, com lindos olhos castanhos claros, pele branca e lindos cabelos negros que vão até sua cintura, mas que estavam presos em um coque acima da cabeça.

  -Sei seu preguiçoso, levantesse rápido senão chegará atrasado ao trabalho - disse já se retirando do quarto, mas não sem antes olhar para ele, corpo magro, mas com músculos, olhos azuis, cabelos lisos e loiros.

  Edmundo levantou-se, preguiçosamente, pois sabia que sua mulher sempre o acordava bem mais cedo do que precisava, por causa de seus hábitos preguiçosos pela manhã, e foi tomar seu banho, estava feliz com a vida, trabalhava como ajudante em uma relojoaria que tinha a quatro quarteirões da sua casa, apesar de não receber muito, mesmo assim dava para pagar as contas e ter uma boa vida, terminou seu banho vestiu-se e desceu para encontrar sua mulher.

  - Bom dia, amor conseguiu dormir essa noite? - Perguntou Edmundo, preocupado com sua mulher, pois desde pequena nunca conseguia dormir bem a noite, e passa o dia com sono.

  - Não muito, tenho sono durante o dia, mas ao chegar a noite a cama parece ser feita de pedra - disse com tristeza no olhar.

  - Fique calma acharemos um remédio para você. - disse Edmundo com a voz cheia de preocupação.

  - Como se tivesse remédio para o meu problema... - disse abaixando a cabeça e voltando aos afazeres do dia.

  Edmundo sofria muito pela enfermidade da mulher, no incio ele sempre acordava quando ela levantava da cama, mas com o tempo se acostumou e passou a procurar formas de ajuda-la, mas os remédios nem ervas funcionavam mais. Edmundo terminou de tomar seu café da manhã lendo seu jornal diário, ele passa os olhos sem interesse por nada em específico, mas algo prendeu seu olhos, mais uma morte havia acontecido, já era a quarta somente essa semana, cada uma em uma parte da cidade diferente, pessoas completamente diferentes a única coisa igual entre eles eram que foram encontrados sem sangue.

  - Acharam mais um corpo sem sangue em Londres será um novo serial killer? - disse fechando o jornal e o colocando sobre a mesa - Já não basta essa doença que quase matou toda Londres agora isso.

- O mundo está perdido mesmo - disse entre dentes sua mulher, continuando a cortar a carne que estava sobre o balcão.

  Edmundo levantou-se da cadeira e foi na direção de sua mulher e lhe deu um beijo e saiu para mais um dia de trabalho.

  As ruas movimentadas de Londres sempre foram um problema, muita gente amontoado, carroças passando para todos os lados, é o pior de tudo a sujeira, mas nem isso o desmotivava a ir trabalhar, todos os dias fazia o mesmo percurso e já conhecia quase todos dali, apesar de ter se mudado a pouco a tempo para la.

  - Como sempre bem na hora - Disse seu chefe, Alfred um senhor de 45 anos com a pele branca quase transparente por quase não sair ao sol, cabelos ralos e negros e uma grande barba branca que cobria quase todo o seu rosto, o dono da relojoaria com um sorriso no rosto - Meu melhor funcionário chegou.

  - Sou seu único funcionário Alf - Apesar de muito exigente sobre o trabalho Alfred era muito bem humorado e amigo de Edmundo.

  - Eu sei disso, vamos temos muito trabalho a fazer. - Disse já se pondo para os fundos da loja.

  O dia passou como todos os outros, relógios para limpar e consertar, entregas e buscas a fazer, monótono para muitos, mas não para Edmundo ele adorava o que fazia todos os dias aprendia mais sobre engrenagens e mecanismos e sobre a cidade, apesar de quase toda ela ser igual, predios cinzas e sem graça, pessoas apressadas e moradores de rua em toda esquina.

  -Ed pode ir para casa já eu termino o que falta sozinho - Disse Alf já pondo-se a varrer a loja

  - Tem certeza? - posso ficar mais um pouco.

  - Vá já passa das onze horas e com esse assassinatos não é bom andar tão tarde, eu moro nos fundos não corro esse risco - Disse com um sorriso, apesar da sua preucupação, para ele Ed era quase como que um filho.

  -Tudo bem cuide-se e não se esforce muito. - Já saindo da loja.

  As noites eram muito diferentes dos dias, as ruas antes cheias se tornam vazias e sombrias, os barulhos são substituídos pelo silêncio absoluto, a única coisa que continua, até mesmo aumenta, é o fedor o cheiro de desejos e podridão se tornam piores. Enquanto andava pelas ruas de cabeça baixa Edmundo sente, como se algo o seguisse por cada esquina apesar do silêncio não ouvia passos, apertou o andar pois faltavam apenas dois quarteirões para chegar em casa, quando sentiu um calafrio percorrer-lhe a espinha, como se tivessem jogado um punhado de neve pelas costas, olhou para trás e teve um vislumbre de uma sombra entrando em uma das vielas, seu coração acelerou, sentia o sangue pulsar em sua cabeça "O que será que foi aquilo, será o assassino?" Era o que martelava em sua cabeça, em uma fração de segundos pois se a correr.
 
Já chegando a sua quadra sentiu um solavanco o jogar para cima, suas pernas saíram do chão e ele viu as estrelas, já pensando em sua possível morte,  caiu no chão de costas, fazendo com que todo o ar de seus pulmões fossem expulsos em um só golpe, sentiu sua consciência ir para fora do seu corpo é voltar subitamente.

  Ao abrir os olhos percebeu um figura, mais branca do que qualquer pessoa conseguiria ser, os caninos como os de uma cobra e o pior de tudo os olhos, apesar de serem como os de um humano normal podia-se ver a sede por sangue neles como vemos as trevas em meio a luz, estava em pé logo acima da de sua cabeça parada olhando para ele.

  -Por favor não me mate, eu lhe imploro - Disse com a voz trêmula, e o coração acelerado.

  - Não o matarei, a maldição vai, a não ser que seja forte o suficiente para viver - disse a criatura, abaixando e o agarrando pela gola de sua camisa.

Edmundo se debatia e tentava se soltar, mais o aperto da criatura era forte, suas mãos eram como se fosse cabos de aço que o seguravam. Podia-se ver nos olhos daquela criatura que para ela Edmundo não passava de um gado que está sendo abatido a sua frente.

  A criatura o puxou para perto de se si, virado bruscamente a cabeça de Edmundo, deixando seu pescoço exposto, cravado-lhe os dentes bem em sua jugular, nesse momento Edmundo relaxou sobre o aperto da criatura, Ed sentia um prazer gigantesco com aquilo, se comparava a ter orgasmos constantes, e seu corpo foi relaxando cada vez mais e sua consciência foi se esvaindo a cada segundo, até uma dor absurda lhe percorrer o corpo, uma dor como nunca antes sentida por ele, como se milhares de facas em brasa lhe perfurassem cada centímetro de seu corpo ao tentar gritar uma das mãos da criatura já lhe tapava a boca, ele voltou a se debater, mas era como se debater enfrente a uma pilastra de concreto, até que a inconsciência o alcançou e ele dormiu o sono dos justos.

 

 

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