A fome ia se acabando e a razão voltava, Edmundo estava completamente coberto de sangue alguns corpos que antes só tinham as jugulares cortadas agora estavam completamente destroçados.

Edmundo, apenas observava a toda aquela carnificina a sua volta, o choque pelo o que havia feito era tanto que parecia que seu coração havia parado, o tempo e tudo ao seu redor parecia mais devagar, as luzes das lâmpadas brilhavam mais fortemente, não havia cantos escuros, tudo brilhava e reluzia para ele, as dores no corpo passaram sua cabeça estava completamente preenchido por pensamentos cada vez mais rápidos, os sons todos eram aumentados escutava o sangue dos corpos ainda pendurados pingando, escutava tudo menos seu coração.

Como uma explosão de racionalidade ele percebeu, não acreditando no que poderia ter lhe acontecido, preferia não acreditar afinal como seria possível, vampiros não existem, são apenas contos, fábulas, ele não poderia ter se tornado um. Mas tudo dizia que ele estava errado, colocou dois dedos sobre o pescoço, e não sentia nada nem uma pulsação de leve, estava aterrorizado, era para seu coração está batendo a todo vapor.

Passos ecoaram do corredores, Edmundo correu para trás de um dos barris, que ainda estava intacto após seu surto, moveu-se com agilidade e graciosidade, como um gato em um pulo, ou talvez um leão.

- Ora, ora, vejo que já se alimentou muito bem Edmundo Evans - Disse um homem de cabelos grisalhos, a pele enrugada, aparentava ter para mais de 50 anos, o que já seria considerado muito, mas andava sem ajuda de muletas ou bengalas, com a coluna ereta e as mãos cruzadas nas costas, vestia um terno cinza impecável, por encomenda talvez pois cai-lhe como uma luva - Vejo que você encontrou nosso abatedouro, você tera que aprender a se alimentar se fizer esse estrago todo fora daqui seremos obrigados a lhe matar.

Ed não se mexia estava parado olhando atônito para aquele homem, que havia chego, não expressava nenhuma reação nem algum instinto que fosse lhe fazer mal, mesmo após a ameaça que fizera. Edmundo se moveu lentamente como um leão de trás do barril, sem tirar os olhos daquele homem estranho que apareceu.

- Como sabe o meu nome? E que lugar é esse? - Disse entre dentes, parecia uma leão prestes a atacar sua presa sentia as presas surgindo novamente espetando o seu lábio inferior, cada músculo do seu corpo parecia tenso pronto para reagir a qualquer movimento daquele homem.

- Se puder me acompanhar tudo poderá ser esclarecido e você poderá trocar suas roupas, que por sinal terão que ir para o lixo - O homem olhou para ele de cima a baixo, como se o analisasse, porém com repulsa pelo estado que ele se encontrava - Por sinal meu nome é Henry Thomas

Acabou de falar e olhou para Edmundo esperando uma resposta, balançou os ombros e deu as costas para ele, Edmundo ainda estava preenchido pelo torpor de ter saciado sua fome e por toda a situação, levou pouco mais de cinco segundos para que pudesse tomar alguma atitude e saiu atrás daquele estranho homem, apesar da ameaça explícita que fez, Henry não parecia querer fazer mal a ele, apesar do pouco tempo que levou para tomar uma decisão o homem já havia se afastado e muito dele, ao ponto de só conseguir acha-lo graças a sua super audição que havia adquirido.

Edmundo o seguiu sem fazer perguntas, pois sabia que não obteria respostas até chegar aonde quer que esse homem o levasse, Thomas sempre andava com a coluna em linha reta e passos rápidos e ritimados, mas Edmundo nunca ficava para trás e seguia sempre a um passo atrás dele.

Edmundo não conseguia aceitar o que estava acontecendo, não era possível ele ter virado um vampiro, essas coisas não acontecem, mas como ele explicaria essa fome por sangue e as habilidades? Sua mente fervia em pensamentos, tanto que pareciam que iam fugir pelos seus ouvidos, todo o caminho passava voando a sua volta. Quando percebeu que estava correndo, mas suas passadas eram calmas como se apenas caminhasse, deveria ser mais uma vantagem de ser vampiro, mas aquilo era fantástico e assustador. Reparou que ele e Thomas andavam na mesma velocidade com a mesma calma, Thomas olhou rapidamente para trás e sua máscara de calma havia se quebrado um pouco e revelava certo espanto, quando seus olhares se cruzaram ele desviou o olhar.

- Chegamos - Disse Thomas parando abruptamente, Edmundo quase se chocou com ele somente seus novos reflexos o fizeram parar antes.

Thomas havia parado enfrente a uma grande porta de madeira e ferro, ainda estavam no subsolo, nas a porta alcançava facilmente seus cinco metros de altura, "Quão profundo devo estar?" Ed pensou espantado com o quão profudno eles deveriam estar.

- Você ira falar com o conde Prestos, tenha modos ao falar com ele ja não basta essa roupa imunda - Thomas o olha com desprezo, como se Edmundo fosse uma criança que tivesse aprontado uma das grandes.

As gigantescas portas se abriram sem produzir um único barulho. O cômodo era grande, todo decorado na cor vermelha, tapeçaria com intricados desenhos decoravam as paredes pareciam contar alguna história, o chão era todo coberto por um tapete carmesim.

Quatro pessoas o esperavam la dentro, o homem forte com o qual brigo quando chegou naquele lugar, Alexandre, a mulher que o colocou para dormir apenas com a voz, um rapaz alto com um sobretudo preto, usava um chapéu preto que lhe tapava o rosto apenas algumas mechas de cabelo grisalho escapam pelos lados do chapéu, ao olhar mais para o fundo da sala uma cena que não imaginou em seus piores pesadelos, Edmundo demorou a entender ou simplesmente achou absurdo demais aquela cena ao ponto de poder ser real, tinha que ser um delírio, um homem se sentava em uma cadeira que era feita de partes de pessoas, os braços eram feitos de braços e antebraços humanos, as pernas eram pernas humanas e o encosto eram torsos humanos, como se não bastasse tal carnificina, as partes humanas se mexiam como se ainda estivessem vivas, o homem que se sentava nela tinha uma aparência tão bizarra quanto a da cadeira, sua pele era de branco quase translúcido, podia ver as veias e músculos de sua face, seus olhos eram de um azul muito claro, seu estado de choque foi quebrado quando os seus olhares se cruzaram, Edmundo pode sentir a sede de sangue e morte que ele tinha, um frio lhe percorreu todo o corpo.

  -Vamos o conde lhe espera para seu julgamento. - Disse o Henry passando a sua frente.

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⏰ Última atualização: Feb 26, 2020 ⏰

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