Capítulo 2

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O sol invade meu quarto e aquece meu rosto me acordando, afasto meu lençol  e vou direto para o chuveiro.

Ainda não digeri o que aconteceu ontem. Carley desatou a chorar e acabou dormindo no meu apartamento,  estava com medo de ela fazer algo ruim.

Neste momento sinto que tem um peso nas minhas costas, claro que não me refiro à Carley, ela não é um peso é minha amiga, minha irmã. Porém toda essa situação é pesada, como eu vou ajudar a minha amiga a abortar um filho, que provavelmente ela quer e o maldito do Bruno não?

Isso tudo é tão complicado, ainda mais quando se vem com um histórico de situações ruins.

Coloco minha calça jeans e uma blusa branca.

O celular toca sobre a cama.

- Bom  dia, filha! - Meus pais falam do outro lado da linha.

Ainda não contei nada para eles e não irei contar, assim como fiz à três anos atrás. Com certeza se eu sentasse e dasatasse a falar sobre tudo que ja passei na Califórnia eles iriam ficar magoados, e eu não quero isso. Eu amo meus pais, quero ver eles bem.

- Bom dia, como vocês estão?

- Bem, filha, ontem fizemos um jantar aqui em casa e adivinha só, Alice - eles riem misteriosos - sua tia foi pedida em casamento!

- Tia Lara?! - Minha tia Lara já tinha passado por um divórcio há dez anos atrás e desde então se fechou para o amor, realmente é uma surpresa boa ela se casar novamente.

- Sim, filha, foi tudo tão engraçado, ela trouxe o namorado, um homem da idade dela, mas que tem um filho, nós ficamos tão surpresos quando ele se levantou e pediu ela em casamento. - mamãe falava rápido e alegre - Sua tia começou a rir de nervoso e achamos que ela iria dizer não, mas aí ela soltou um sim e todos ficamos eufóricos. Ah, filha, foi tão lindo.

Enquanto ela contava a história eu estava preparando um café para quando Carley acordasse.

- Queria eu poder estar aí. Por aqui as coisas continuam tão na mesma, mas estou amando cada segundo. - Forço uma voz alegre.

- Filha, - meu pai pega o telefone - estamos muito felizes por você, aqui no Brasil as pessoas estão falando muito de você, Alice, você tá se tornando um exemplo para meninas surfistas.

Um sorriso cresce em meu rosto.

- Obrigada, pai. Amo muito vocês, dê os parabéns para a Tia Lara por mim.

- Pode deixar. Fica com Deus, Alice, te amamos.

Eles desligam o telefone.

- Seus pais são um amor. - Carley entra na cozinha com o rosto feliz.

- Fiz um café pra você e fiz algumas torradas, tem pasta de amendoim no armário. - Digo pegando as xícaras.

Carley se senta na mesa e apoia a cabeça entre as mãos.

- Obrigada, amiga, obrigada por sempre  estar ao meu lado quando...bem... quando eu faço merda e estrago tudo.

- É... Eu preciso ir andando, tenho treino na praia. - Levo minha xícara à boca e bebo o café de uma vez. - Pode ficar o quanto precisar, eu estou do seu lado pro que der e vier.

- Você vai me deixar aqui sozinha?

Enrugo a testa, realmente não seria muito bom Carley ficar sozinha.

- Verdade, desculpa. Você quer ir comigo? Meu treino hoje é na Newport Beach, um pouco longe.

- Essa cidade é perfeita, cara! Se não for incômodo quero ir.                              

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