In'Fiel

Quem casa quer casa!

Na noite passada eu não dormi nada, não conseguia pensar no facto de quase ter traído o meu marido na nossa noite de núpcias, foi um acto repugnante e que sinceramente não espero ter que repetir nunca mais. Olhei para o lado e o Rafael ainda dormia, que sono pesado. Fui para cima dele e comecei a dar-lhe um monte de beijos por todo o corpo e quando finalmente dei-lhe um na boca ele despertou com um sorriso enorme no rosto, -Olhaaa só quem acordou bem disposto ein! gozei, -Bom dia minha rainha, como dormiste? Eu cá apaguei e não sei bem porque, se eu não te conhecesse diria que dopaste. -Claro que não meu amor, que ideia. Tu é que te cansaste a noite toda e no final sofreste uma baixa, logo resmunguei com ele. -Mas isso não é nada que não se resolva senhora Rafa, vem cá e vamos nos divertir um pouco hoje, o que me dizes? Eu concordei claro, nada melhor que uma boa diversão com o maridão para esquecer os factos da noite anterior. Ficamos ali durante quase todo dia, fizemos amor e foi maravilhoso, nada demais! Apenas fizemos amor mas fez-me bem, foi feito sem que eu tivesse receio de nada, pude me sentir livre, afinal aquele era o meu marido. Levantamos por volta das 15h e ficamos ali a falar sobre o que queríamos fazer depois de sair do hotel -Ah amor, eu já te disse que quero te levar à conhecer Santomé e príncipe já tenho até as passagens e a estadia marcada para uma semana, disse o Rafa. Mas não era disso que eu estava a falar -Eu sei amor e adoro a ideia mas e depois? Vamos para a nossa casa certo? Afinal quem casa, quer casa! -Claro, claro! Já está resolvido, temos a nossa casa e foi um presente do Mr. Tundra um apartamento ao lado do dele em Novisktown. Aquilo só podia ser uma anedota, como é que o Henri se atreve a fazer isso? -Eu não quero ir viver para aí Rafael, eu não quero. Quando é que você recebeu esse presente? E nem sequer quis ouvir a minha opinião, quando? Fiquei furiosa mesmo. -Calma amor, ontem lá no baile ele ofereceu-se para isso e garantiu que quando voltássemos das férias, a casa estaria pronta para nos receber. Amor tu sabes o quanto procuramos um lar nessa cidade, não é nada fácil e agora que alguém nos dá você simplesmente não quer aceitar? Estranhou o Rafael. -Eu não vou aceitar isso, não dessa maneira. Eu vou tomar um banho e depois desço para comer qualquer coisa quero ficar um pouco sozinha para pensar melhor nesse assunto. Levantei da cama e fui tomar o meu banho. Momentos depois sai e me preparei sem trocar sequer uma palavra com o Rafael, que continuava na cama só a olhar para mim. Como é que ele foi capaz? Se a intenção dele é me deixar maluca ele está num bom caminho. Agarrei na minha carteira e disse ao Rafael que estava de saída para o restaurante do hotel e que se quisesse ele que me encontrasse lá e sai.
Caminhei o corredor em direcção ao quarto do Henri para saber porque raios estava à fazer isso ao meu casamento e comigo, ele é amigo do meu marido porque estragar a felicidade de quem ele chama de amigo? Não faz sentido nenhum. Cheguei à porta e a mesma já estava fechada, tentei abrir mas essa não se abria. Ainda bati durante uns 5minutos e nada! Se calhar teve um enfarte e morreu ali mesmo o que pareceu-me bem na altura, nem fiz caso, desci e fui para o restaurante. Fiz o meu pedido, lombo de porco assado com batatas cozidas e uma salada de alface e cenoura e para acompanhar a minha refeição nada melhor que um Moscato, o garçom anotou e eu esperei. Tirei o telefone da carteira e liguei para a minha mãe, quis saber dela pois desde a noite passada que não soube nada dela. -Mãe, onde estão vocês?
-Em casa meu anjo, tivemos que sair mais cedo para organizar as condições para receber alguns dos convidados que não puderam se fazer presente ontem e vocês como estão? À que horas pretendem chegar aqui? Como sempre a minha mãe dando uma de noiva. -Não sei mãe, provavelmente às 17h mas estamos tão cansados que para nos o melhor era nem passar aí mas tudo bem, nós vamos. Até logo mãe! E desliguei. Ainda tem essa maldita continuação e se o Henri decidir aparecer lá para continuar a tirar-me do sério mais que raiva!!
O meu pedido chegou e nesse momento o Rafa também aparece, deu-me um beijo na testa e desejou-me um bom apetite e fez exatamente o mesmo pedido que eu exceto o Moscato invés disso pediu uma água gaseificada. -A minha mãe ligou e disse que já estão lá todos e só estão nos esperando. Tu vais comigo, certo?
-Claro Bella, que pergunta idiota!
De facto era uma pergunta desnecessária mas eu estava nervosa o que podia fazer?!
-Assim que terminamos a refeição vamos para lá, eu subo para pegar nas nossas coisas enquanto tu assinas à nossa saída, ok? Sugeriu o Rafa e eu concordei.
Dito e feito, ele subiu para pegar tudo e eu fui para a recepção. -Boa tarde! Quero assinar a nossa saída.
-Ok senhora, aguarde um momento. Pediu a moça da recepção.
-Aqui tem o livro, assine aqui! Apontou com o dedo onde eu devia assinar, peguei na caneta que tinha lá e assinei.
-Desculpe, pode ver algo rápido para mim? Perguntei à moça.
-Claro senhora, o que deseja?
-Henri Tundra, ainda se encontra nesse hotel?
-Deixe-me só ver!...Hm...Não mas há qualquer coisa para a senhora lá no quarto se quiser que eu peça alguém para pegar... -não obrigada minha querida, foste muito gentil! Mas eu quero ir lá ver o que é.
-Ok, como a senhora quiser. Aqui tem a chave.
Recebi-a e voltei para o quarto do pecado mas o que será que ele ainda tem para mim? Ele não tem medo de nada e acha que pode fazer de mim o que quiser mas é bom que não se acostume. Cheguei ao quarto 2098, coloquei a chave e abri a porta, olhei para dentro do quarto e havia uma caixa na cama, corri para a abrir e vocês não vão sequer acreditar no que havia dentro dela. Apenas vos direi quando dar um jeito nisso tudo, peguei na caixa, retirei a coisa e coloquei na minha carteira, deixei a caixa ali mesmo e sai. Fiquei apavorada e sai a correr do quarto. Voltei para recepção, devolvi a chave e agradeci, o Rafael lá já estava por isso fui ter com ele e pedi para que fôssemos imediatamente para casa da minha mãe e assim foi.