Park Chanyeol

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Baekhyun sentia a brisa gélida balançar os fios loiros, tragava seu cigarro lentamente, suspirando pesado, as brigas em sua casa estavam ficando cada vez mais insustentáveis, mas não poderia desistir tão perto de alcançar seu sonho de se formar em uma boa faculdade.

— Já mandei parar com esse hábito nojento. — disse Byun Moonju, puxando o cigarro dos dedos do filho e o apagando.

— Até isso você vai controlar? Até o nível de nicotina em meu sangue é importante para seus negócios agora?

— Baekhyun! Eu espero que você tenha pensando bem sobre o jantar dessa noite. Você precisa fazer isso se quiser continuar naquela merda de universidade e manter seus amiguinhos.

— Por que tem que me envolver nos seus problemas? Eu odeio depender de você, sabe que se eu pudesse estaria bem longe dessa casa. — gritou e sentiu o tapa estalado em sua face.

— A partir deste momento não estou te dando escolha, esteja pronto às dezoito e seja o homem mais gentil que já existiu nesse momento. — o mais velho ditou sério e baixo, saindo da frente de Baekhyun, deixando baixinho com dor e raiva, sentindo que seu coração poderia explodir naquele momento.

{•••}

Assim como o pai mandou, às dezoito o Byun estava pronto, indo para o carro e sendo conduzido até o restaurante que encontraria seu, provável, futuro noivo.

— Park Junsoo, esse é meu filho de quem lhe falei, Byun Baekhyun. — apresentou o pequeno que fez uma reverência ao homem alto e seu filho, Chanyeol, que tinha quase o mesmo tamanho do pai.

Chanyeol era um homem um tanto rígido, a postura polida, perfeitamente alinhada em seu terno caro.

Chanyeol era um militar, criado por seu pai, general do exército, para ser como ele.

O atual cabo não sabia egir de outra forma que não fosse aquela um tanto mecânica, palavras curtas e um tanto ásperas.

— Com licença, preciso ir ao toalhete. — disse Baekhyun, levantando e saindo da mesa, onde seus pais só sabiam falar de negócios.

Chanyeol viu que que o garoto não estava indo exatamente para o banheiro e o seguiu logo em seguida, vendo Baekhyun acendendo um cigarro em frente ao restaurante.

— Isso faz mal a saudade. Recomendo que pare. — disse de forma robótica, fazendo Baekhyun soltar um riso e continuar tragando seu cigarro.

— Você não manda em mim, além disso, não consegue agir normalmente, relaxar um pouco?

— Eu não estou tenso. E nosso casamento já está marcado, Baekhyun, eu não gosto de fumantes.

Baekhyun sentiu o mundo desabar naquele momento.

Estava marcado? A quanto tempo? Por que ele era o único a não saber.

— Mas eu sou um, então simplesmente não case-se comigo.

— Não posso fazer isso, mas não preocupa-se com a faculdade. O mesmo motoriata o levará e já deixei as mensalidades pagas, você poderá manter sua vida no mesmo padrão. — disse simplista, pegando o cigarro das mãos de Baekhyun, que estava atônito com tudo aquilo, e o apagando.

— Você... Você o quê? — não estava conseguindo acreditar que achava que faltava tão pouco para ter sua liberdade, e na verdade estava sendo cada vez mais acorrentado, cada vez mais sufocado.

— Você sabe o porquê do nosso casamento?

— Ah, s-sim…

— Então não há o que precise explicar, está frio, vamos voltar.

— Eu não quero! Volte você com aqueles dois! Eu estou cansado de tudo isso, eu não quero me casar com você!

— Baekhyun! Eu não estou dando escolha, volte para para o restaurante, vamos terminar civilizadamente esse jantar. — ordenou Chanyeol, de forma baixa o suficiente para apenas Baekhyun ouvir.

E o baixinho entrou, sentando ao lado de Chanyeol e terminando seu jantar.

O Byun só conseguia pensar em como a vida poderia ser mil vezes pior casado com o militar, um homem que parecia dez vezes mais rígido que seu pai, uma nova pessoa a quem tivesse que dar satisfações, um novo alguém que achasse que poderia comandar a sua vida.

E com tudo aquilo Baekhyun só queria jogar tudo para o alto e fugir para bem longe, para onde ninguém fosse lembrar da sua existência.

Vou me acostumar com isso

Como vou pegar um resfriado novamente

A luz cinza cinza empurra

E passa sem parar, mas ainda assim

Preciso passar por isso

Porque passará, passará

Só preciso de um momento.

SentimentalOnde histórias criam vida. Descubra agora