you've to pay for being dead 'cuz they don't fuckin' care 'bout fellings

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Eu tinha os mesmos sonhos, uma mulher sorrindo sincera na escuridão. Seus braços enluvados, fortes e bonitos. Mais a frente, distante, quase inalcançável, havia um homem de terno, igualmente chamativo com aquele sorriso sutil. Ambos carregando sentimentos sob as mangas, o coração saudável. Depois de um curto período de tempo, a mulher corria em sua direção, braços abertos, encontrando-se pele na pele, corações batendo em uníssono uma canção de amor, um sentimento mais forte do que qualquer outro. Ao se chocarem, davam beijos, choravam lágrimas azuis, infinitas, formando um oceano sacolejante. No final, eles se afogavam no amor que sentiam um pelo outro, morrendo com aquele sorriso idiota.

Eu tinha os mesmos pesadelos, outra mulher sorrindo um sorriso sangrento e costurado. Seus braços enluvados, fortes e bonitos. Mais a frente, quase inalcançável, havia um homem de terno, igualmente chamativo com aquele sorriso sutil. Ambos carregando sentimentos sob as mangas, o coração saudável. Depois de um curto período de tempo, a mulher corria em sua direção, braços abertos, encontrando-se pele na pele, corações batendo em uníssono uma canção de amor, um sentimento forjado como o maior de todos. Ao se chocarem, davam beijos, choravam lágrimas púrpuras, infinitas, formando um oceano de sangue. No final, eles se afogavam no amor que sentiam um pelo outro, morrendo com aquele sorriso idiota. Sua imagem ameaçadora dissolvia, e eu sentia na pele aquela camada espessa de púrpura. Ao meu lado, um homem segurando um megafone aparecera, e, a milímetros de distância, gritava como se eu não pudesse ouvi-lo de qualquer maneira:

ㅡ As pessoas, elas sabem que você tem coração, elas sabem que você pode sentir; que você tem a capacidade de desenvolver sentimentos notórios. Mas, o que elas se recusam a saber, é que, ao esmagar um coração rechaçado de amor, os vão não se abrem e desmancham como flores delicadas, como o belo e intocado. Martele meu coração, faça-o sangrar, esvaindo a vida de si. E você diz, "ora, eu só queria saber como é sentir"! E eu te rebato numa pergunta sincera, por que não acredita? Não sei, senhor, mas o visceral é intangível aos olhos, porque emanam luzes do tamanho da nossa cegueira, quase impossível de se compreender. E, já que o senhor não entende de qualquer maneira, é compreensível o formato material, o incessante contemplar na beira da própria ganância: você faz do que tem aquilo que deseja. Meu coração é um brinquedo de plástico. E você pode comprá-lo na primeira loja virando a esquina, muito de nada. É tão fácil! Dinheiro! Dinheiro e Dinheiro! Você se sente poderoso, esmagando as linhas do miocárdio com a ponta dos dedos, a vitalidade indo embora. Dinheiro! Dinheiro! Dinheiro! Você o põe na boca, se sente tão bem, sangue escorre pelas bochechas e você ri como louco, lambendo os restos, porque nada, absolutamente nada, pode sobrar. Dinheiro! Dinheiro! Dinheiro! Dinheiro, senhor! Você se encanta, você o larga no chão, você se impressiona"!

Acordo de súbito. E sei que meu pesadelo começa agora.

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