Nove

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Umas das vantagens de se estar no Hawaii é que tudo ao seu redor é encantador. Bom, quase tudo. Aquela biscate é exceção como já dizia alguém nada é perfeito, de início eu e Dylan andamos por muito tempo e nada dele me falar onde estávamos indo. Primeiro achei que ficaríamos na cachoeira, mas na verdade só deu tempo de tirar uma foto das lindas águas cristalinas, depois achei que era num mini bosque ou algo assim que passamos por perto. Agora acho que estamos apenas andando em círculos, pois já vi a mesma árvore marrom com folhas verdes 6 vezes.

- Dylan, onde diabos estamos indo? - Pergunto pela milésima vez no último segundo.

- Estamos chegando, falta pouco - Ele fala pacientemente, mais ou menos dois minutos depois Dylan para no meio das árvores e ele abre um pequeno sorriso

- Chegamos.

- Aqui? No meio do nada? Vai me matar e deixar o corpo aqui para algum campista ver? Por favor, não afete meu rosto. Quero funeral de caixão aberto - Digo prendendo o cabelo num coque no auto da cabeça, pois o calor estava de matar.

- Você realmente é surreal. Eu nunca mataria ninguém, muito menos você - Pelo menos um de nós nunca mataria ou matou.

- Ok, porque estamos aqui? E vai demorar muito? Estou faminta.

- Na verdade, o que eu quero lhe mostrar está logo atrás de você.

Ele diz e eu viro meu pescoço quase 360° como a garota do filme exorcista, logo atrás se mim tinha uma árvore não tão grande com uns rabiscos escritos nela, chego mais perto e vejo oque parece um nome na árvore. De imediato não entendo muito as possíveis letras na árvore, chego mais perto e tinha o nome Dylan numa caligrafia infantil .

- O que seria isso?

- O nosso pai me trazia aqui quando eu era criança, ele me ensinou a escrever meu nome nessa árvore com um canivete que eu havia ganhado de natal. Aos 10 anos era meu sonho ter um canivete e ele me deu um de aniversário, mesmo minha mãe sendo contra. Ele falava que aqui era um paraíso na terra e que sempre seria um lugar especial para nos dois, que nossos bons momentos sempre estaria eternizado aqui. Eu acho esse lugar muito importante, pois marcou minha infância e é parte da minha vida.

- Por que me trouxe aqui ? - Pergunto desconfortável  - Pra monstrar que sua infância com o seu pai foi muito boa?

- Não, Camille. Por Deus, de onde tirou isso? - Ele fala com olhar espantado.

- Então por quê diabos me trouxe aqui?

- Na noite que me conheceu você falou que ia gostar de conhecer lugares especiais para mim.

- Sim falei, se fosse um cube de stripper em las Vegas ou algo do tipo, Mas isso? - faço um gesto de mão para o lugar à nossa volta - É muito para mim. Sei que é importante para você, mas para mim não é. E não sou capaz de fingir que gostei, o Ansel parece ter sido um bom pai para você e isso é ótimo. Mas para mim não foi, então me desculpe, mas pra mim o mais longe dele melhor.

- Está certo, me desculpe. Eu não queria te deixar triste.

- Sem problemas, mas agora podemos ir?

Ele faz que sim com a cabeça e voltamos a fazer a trajetória de volta até o carro, só que agora em silêncio e com um clima pesado entre nos. Muitos pensariam que eu sou injusta por ter reagido dessa forma, só que eu não consigo fingir felicidade ou algo do tipo quando o assunto é o Ansel, eu o odeio e por isso não consigo gostar de nada que me faça lembrar da forma errada que ele agiu comigo e com minha mãe.

Então não me julguem por surtar quando lembrar o quanto foi horrível viver sem um pai.

Já no carro, Dylan me dava olhares de canto de olho porém continuou sem falar nada, ele parecia pensativo e um pouco curioso. Quase metade do caminho Dylan me olha e quebra o silêncio entre nos me perguntando algo inesperado.

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⏰ Última atualização: Oct 08, 2020 ⏰

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