Capítulo 43

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Ellen

Seu olhar sobre mim era um olhar que trazia uma mistura de sentimentos, mas o que era nítido nele era a frieza da qual eu nunca vi antes.Ele me olha de cima a baixo sem dizer uma palavra, faço o mesmo com ele e pude perceber que está bastante mudado mas mesmo que ele tente esconder vejo desejo em seu olhar, ou seja, o bonitão não me esqueceu, mesmo cuspindo aquelas malditas palavras para aquela repórter há seis meses atrás.
Resolvo quebrar o silêncio que está sobre nós.
-Respondendo sua pergunta, sim esse é o Arthur, pegue é seu afilhado também e ele não morde. (Falo entregando Arthur para ele)
-Oi garotão, tio estava louco para te conhecer (Fala brincando com o bebê, que sorria lindamente para ele)
-Com licença.
Saio sem olhar para trás mas sei que ele está olhando para mim, eu até queria virar e aproveitar um pouco a cara de tacho dele, mas minha covardia não me permite é incrível como em menos de cinco minutos perto dele eu esteja desse jeito.
-Se recomponha Ellen, não é hora de bancar a apaixonada ele te largou quando mais precisou dele. (Repito para mim mesma)
Eu ensaiei tantas vezes para quando isso acontecesse e olha como estou totalmente desarmada, ficar muito próximo dele não é uma coisa aconselhável, não agora, que inferno.
Entro na sala e me sento no sofá inquieta, meu celular toca era uma mensagem do André .

Mensagem On

Pelo visto velhos hábitos não mudam, você não deixou de ser aquela menina infantil de antes... K*

Mensagem Off

O coração deu aquela acelerada, as pernas aquela bambeada que se eu não tivesse sentada estaria caída no chão, não vou me dar o trabalho de responder, deixa ele achar que ainda existe aquela menina burra de antes, que só sabia chorar ou se lamentar, ah querido Kauan você não perde por esperar, bloqueio o celular novamente conto até cinco e saio pro quintal.
Laylla vem e me carrega até onde estão tirando fotos com o Arthur, olho para o lado e vejo Kauan e André vim até nós.
-Ellen esse é o Kauan, Kauan essa é a minha prima Ellen. (Laylla fala dando risada)
-Cresce espanador de pó. (Ele fala sério olhando para Laylla)
Calada estava, calada fiquei hoje não vou revidar apenas observar, quanto mais longe melhor, e mais uma vez meu plano de ficar longe acaba de ser arruínado quando o maldito do fotógrafo da a idéia da foto dos padrinhos juntos.
-NÃO QUERO FOTO NENHUMA (Fala alto o que fez todos olharem para ele)
-Acho ótimo, porque assim será apenas Arthur e eu, como tem sido, não vai fazer falta pelo contrário é até um favor. (Falo olhando para ele com desdém)
Pego Arthur nos braços e vou tirar a foto, Kauan me olhava fixamente e se não me engano vi um pequeno sorriso se forma em seus lábios, assim que percebe que estou olhando fecha seu semblante e cruza os braços, tiro a foto e entrego Arthur à mãe do André, olho para os cantos e não vejo mais minha prima, procuro por Laylla para me despedir tenho coisas para fazer no restaurante.
Encontro ela no sofá com André e o Kauan dando altas risadas, reviro os olhos e vou até lá.
-Que bom que resolveu se juntar. (André fala sorridente)
-Não resolvi me juntar, vim apenas me despedi da minha prima e de você André. (Falo séria)
-Mas já vai? Kuan estava falando sobre sua viagem, para de ser careta Ellen fique mais. (Laylla fala sorrindo)
Minha prima me conhece tão bem e sabe que eu estou louca para saber o que ele fez na sua maldita viagem, que já jogou esse verde para mim ficar, se eu não ficar sei que ela me conta tudo depois, essa não se aguenta quando o assunto é fofocar.
Aproveito a deixa e dou mais uma alfinetada no senhor ''fujão''.
-Ótimo, dois assuntos que não me interessa a viagem e ele, ou seja, mais um motivo para ir embora, tchau. (Falo irônica e dou as costas indo embora)
Estou indo para o meu carro quando sinto uma mão puxando meu braço com força.
-Quem você pensa que é para falar daquele jeito?
-Ué não gostou, problema é seu! E solta meu braço que não dei esse tipo de liberdade para você, pelo visto esse tempo fora te deixou sem educação também. (Falo olhando em seus olhos)
Ele continuava me segurando pelo braço, o que estava me deixando brava.
-E se eu não quiser soltar, vai fazer o que ? (Fala me encarando com um olhar desafiador)
-Deixa de ser criança, eu tenho compromisso e você tá me atrapalhando, estava tudo bem até você chegar, por que não volta para lá? Vai se fode para lá que porra! (Falo com o tom de voz um pouco alto)
O olhar que ele estava sumiu, ele parecia pensar em algo respirando fundo.
-Faço das suas palavras as minhas, estava muito bem até você chegar também ou melhor até vim para essa coisa que a Laylla inventou, não se preocupe que não vou ficar aqui por muito tempo amanhã estou voltando.
-Ótimo, essa ''coisa'' que a Laylla inventou é sobre seu afilhado tenta não ser tão insuportável, e dessa vez me deixa te levar até o aeroporto para ter certeza de que vai mesmo?
Ele me olha sem reação alguma.
-Como você ficou tão... tão.. tão amargurada assim?
Como ele tem coragem de falar isso? Sendo que ele tem uma grande culpa, continua o mesmo idiota.
-As pessoas muda senhor Monteiro, hoje sou assim e se não gostou o problema é todo seu querido.
-Você está me tirando do sério, até agora estou tentando ser gentil.
-JÁ DISSE PARA SOLTAR MEU BRAÇO CARALHO, E ENFIA SUA GENTILEZA NO...
Só senti seus lábios nos meus, um beijo quente com uma mistura de saudade e desejo, como senti falta desse homem, dos seus beijos suas carícias, dele por completo, fecho meus olhos e me deixo levar por esse momento.
-Sua maluca, você tem noção do quanto me enlouquece? (Fala dando alguns beijos pelo meu rosto e finaliza em minha boca)
Empurro ele para trás que me olha sem entender nada, ele foi embora e ainda quer voltar metendo banca assim? comigo não, pelo menos não hoje.
-Seu idiota. (Falo indo para dentro do carro)
Bato a porta com força e antes de da partida mostro o dedo do meio para ele e saio, olho pelo retrovisor e ele está lá parado igual um poste.
-Aaaai Ellen que burra, eu não sei que porra eu tinha na cabeça para ter beijado aquele escroto. (Falo dando murros no volante)
Passo no restaurante resolvo o que tinha para resolver e vou embora, passa uns vinte minutos chego no meu lar doce lar, guardo o carro, e subo precisava de um longo banho quente pra relaxar meu corpo e minha mente. Entro no banho e me permito pensar sobre o beijo, passo a ponta dos dedo na boca e fecho meus olhos ainda sinto o seu gosto, é incrível como um beijo pode mexer com a gente de uma tal forma, termino meu banho e me troco colocando uma camisa larga e uma calcinha, deito na cama e me vem lembranças das quais eu achei que já tinha esquecido.

De Repente Acontece I (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora