II

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Maria passa todo o dia triste e apreensiva , Benedita  se aproxima da menina ao encontrá-la na varanda do casarão .

-Oi minha menina .

Maria ao menos olha pra mulher .
-Não se sinta mal , César é um belo rapaz .
Benedita sorrir , na tentativa de alegrar a menina .
-E eu acreditando que seu pai não a deixaria namorar nunca .

Mas nada muda o seu humor .

-Olha Catharine seu pai me avisou que o Fernando viria com o rapaz aqui hoje , pra vocês poderem conversar , então é melhor você subir tomar um belo banho , passe um perfume , use uma roupa bonita menina !

Benedita a levanta do banco .

-Nunca é tarde para se apaixonar , cês dois é novo , tem muito tempo pra se conhecer .

Maria sorrir amarelo .
-Sim tia é verdade .
-Então vai logo menina , que seu pretendente está quase chegando .
Maria se levanta e sobe para o seu quarto .

Depois de um banho demorado , ela vai até o guarda roupa e separa dois vestido , mas acaba escolhendo o da cor vinho , que deixa suas costas um pouco a mostra , tendo o comprimento um palmo acima do joelho , e definindo seus seios .
Mesmo tendo estojo de maquiagem , Maria mal usar , só nas vezes que levava escondido de seu pai para o colégio , ou quando vai à missa com Benedita .

Maria usa um pouco de Blush em suas bochechas , e máscara nos cílios , por fim um batom nude da cor areia , os brincos sempre usou os mesmos , pequenos de ouro , e por isso não optou em usar outro .

Maria Catharine sorri ao lembrar de Benedita dizendo pra passar bastante perfume .

Ela nunca foi a um encontro , no colégio , uma vez ou outra beijava algum rapaz que suas amigas arrumavam . Maria já se apaixonou , por um colega de classe , mas se viu encrencada ao saber que seu pai descobriu  a  estória . Sendo obrigada a dispensar o menino .
Mas agora estava indo ao encontro de seu futuro marido .
Ela sorri ao pensar na ideia de ter um 'marido'.

Por fim Maria calça uma de suas sapatilhas com a cor areia , e se olha pela última vez no espelho, e desci .

Ao se aproximar da escada Maria já ouve vozes vindo da sala , imediatamente seu coração começa a bater acelerado , e Maria pensa em voltar , mas logo é interrompida por si , ao ser chamar de covarde .

Diante do nervosismo Maria desci tranquilamente , ouve nítida a voz de seu pai .

-Benedita , vai chamar Maria .
E imediatamente apareci na sala .

Os encontra  encostados de pé  , perto do balcão do pequeno bar da sala , Fernando , Oscar , e o César .

Os olhas de Maria passa com rapidez sobre César , e logo a desperta , um sentimento absurdo , de vergonha , e atração .
Mas logo procura se desviar ao perceber que ele também a olha . Maria tenta focar para seu pai , mas acaba tendo ânsia e desvia olhar para Dr Fernando que até então se sente bem .

-Boa noite .
Cumprimento calma . "Por fora"
-Boa noite .
Fernando e César me respondi .

-Vem Maria Catharine , se aproxime  , sente se aqui no sofá , quero te apresentar  meu filho .

Conforme me aproximo minha pernas amolecem , mas tento resistir .

-Este é César .
César esboçar um belo sorriso .
Deixando Maria com as bochechas vermelhas.

-Prazer .
Logo é seguida ele diz .

A conversa foi totalmente vergonhosa para Maria que em todo tempo permanecia calada , ao ouvir seu pai e Fernando , conversando sobre o casamento . Poucas vezes César se pronunciava . Maria percebia no rapaz a obediência que sentia pelo pai , ao permanecer com a cabeça baixa , e concordar  sobre o local da festa , e outras coisas , sendo tudo que os nossos pais decidiam .

-Senhor Oscar eu posso sair um pouco com sua filha ?

Oscar o olha friamente .

-Claro , só não vão muito longe .

Fernando afirma e rir .

-Sim podem  ir para a varanda .
Oscar reponde ríspido .

Maria Catharine , se levanta do sofá e acompanha César até a varanda . Os dois se debruçam  sobre o cercado de madeira .

- Nossa eu não aguentava mais ficar ouvindo toda aquela baboseira.

César logo solta , deixando Maria surpresa , e aliviada com a confissão .

- Imaginei que estivesse interessado, no assunto .

César suspira .

- Sabe Maria Catharine , nós dois somos apenas uma pequena ponte , pro um rio de dinheiro pros dois caras lá de dentro .

Maria nada fala mas em seu pensamento concorda . César tira do bolso da calça um  cigarro e isqueiro .

-Aceita ?

-Não .
Ela diz estranhando aquela atitude .

Ele solta a fumaça , tendo a consequência de Maria inalar o forte cheiro .

- Sabe você não mereci passar por isso , tu és muito linda , esses velhos são um bando de merdas .

-Eu não gosto de você .

César tira o cigarro da boca e a olha surpreso , pelo que acaba de ouvir .

- Eu .. eu não te amo , isso que eu quis lhe dizer .

César sorrir .

-Seria muito estranho você me dizer que você me ama , aí sim eu acharia esquisito .

Maria sorrir aliviada após ouvir   o que César falará .
Ele se vira , para o lado da casa , ainda encostado no cercado da varanda , inclinado mais perto de Maria .

-Eu nunca me casei , mas se você quiser,  podemos tornar isso divertido.

Ele diz sem tirar seus olhos dos dela .
Com segundos de silêncio , Maria se senti que a necessidade de perguntar algo .
Que a faz morder o lábio inferior  antes de prosseguir a conversa .

-Quantos anos você tem ?
-Vinte , você ?
-Eu nunca te vi no colégio ?
-É por que eu fui até a sexta série , nunca curti estudar , dei muito trabalho pros meus pais , até meu pai me tirar de vez e me colocar pra trabalhar   na fazenda . Mas você não me respondeu  minha pergunta .

Maria se vira de lado , quase de frente para César , agora não mais nervosa , mas sentido algo estranho,  conforto , ao lado daquele rapaz .

-Eu tenho dezessete .
-Ainda estuda ?
-Não me formei a três meses atrás .

César despertava em Maria um bom sentimento e segurança . Ao ouvir dele , coisas inesperadas , ela chega a imaginar que isso pode dar algo bom .


Um metro e setenta, César esboça uma boa imagem , pele parda , olhos castanhos , cabelos ondulados, físico forte . Durante a conversa Maria vai se recordando de algumas vezes ouviu falar sobre César .

- Ele é um gato !
-Para ele é uma maior galinha , não vale a pena ficar com ele .

Sempre ouvia falar que César era um rapaz lindo , mas ao mesmo tempo um mulherengo.

                                ***

Já deitada na cama , Maria sorrir ao ficar lembrando de cada momento que passou com César  horas antes . Ela sente algo frio inundar seu ventre , uma sensação boa , talvez agora Maria Catharine poderia ser feliz .

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