O começo de tudo

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– Eu sei, eu sei Cristina! Meredith disse com o celular apoiado no ouvido e no ombro – Mas eu não estou atrasada! mentiu.

– É claro que está! – Cristina gritou do outro lado da linha – Eu te conheço Mer.

E conhecia mesmo. Os amigos as chamavam de twisted sisters. Eram como irmãs de alma. Meredith com os cabelos louros e levemente chacheados, e Cristina com cabelos escuros caídos em cachos bem cuidados.

– Vou desligar, tenho que estacionar.

Mal tinha terminado de falar e já tinha jogado o celular no banco do passageiro;

– Ai caramba, ai caramba, uma vaga, uma vaga…
ela dizia enquanto corria os olhos apressadamente pelo estacionamento lotado – Aha!  
disse sorrindo quando finalmente avistou uma vaga, ao longe.

A sua esquerda um carro esportivo vermelho, parecia também procurar uma vaga.

– Ah não!-ela disse acelerando o seu carro. Pisou fundo no acelerador e observou o ponteiro do velocímetro subir. 

– Toma essa, idiota.- disse olhando pelo retrovisor.

Como resposta, o esportivo acelerou. E logo já estava colado em sua traseira.

– Caia fora, caia fora…-
ela repetiu.

O motorista do carro acelerou e lhe cortou bruscamente à frente, obrigando-a a frear. 

Virando as rodas do carro, ele estacionou perfeitamente na vaga, deixando Meredith furiosa. Em um pulo ela abriu a porta do carro e gritou:

– Essa vaga era minha, idiota.- disse gritando.

Calmamente a porta do esportivo se abriu e dele desceu uma bela mulher com um vestido preto colado ao corpo e uma pasta na mão.

– Não vi seu nome escrito nela.- ela disse com um sorriso debochado.

– Ora sua… - Meredith praguejou – você não tem educação? Sua… sua… argh! - ela disse batendo o pé no chão e bufando. Um costume que tinha quando estava furiosa.

– Procure outra vaga! Fim de papo. - a mulher disse trancando o carro.

– Minha vontade é de te atropelar, idiota, fim de papo. - ela ameaçou sentando novamente em frente ao volante e fechando a porta. – Maravilha, estou atrasada! - ela disse arrancando com o carro em busca de outra vaga.

Quando finalmente achou uma e estacionou desceu do carro as presas, se equilibrando no salto alto que usava. 

Entrou pelo grande e luxuoso hall da empresa mexendo na bolsa.

Onde foi que eu coloquei aquele papel!” - ela dizia em pensamento - “Droga, droga, droga!” 
A porta do elevador se abriu e ela apressou o passo para alcançá-lo a tempo. 

– Oh achei! - ela disse sorrindo ao pegar o papel onde havia anotado o andar.

A música lenta e casual do elevador lhe inundou os ouvidos.

– Olha só o meu cabelo… - ela disse olhando seu reflexo no metal – Que coisa lamentável.

– Você sempre fala sozinha ou estou presenciando um momento especial?

Amor Por ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora