Everything Will Break.

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Amelia's POV

Você nunca sabe qual vai ser o pior dia da sua vida, se vai ser apenas um, ou se vão existir milhares. Você não sabe até estar vivendo e eu estava vivendo muitos deles ultimamente. Não sabia mais quem eu era, nem se ainda existia alguma possibilidade de voltar a empresa e fazer o que tinha me comprometido a fazer. Se poderia recuperar minha vida.

Provavelmente todos estariam me odiando ou me julgando, parte de mim não ligava, mas outra parte morria um pouco cada vez que pensava sobre isso, sobre voltar e não te ninguém do meu lado. Sobre estar sozinha. Era insuportável a ideia de estar sozinha. Mesmo que eu estivesse fazendo tudo para afastar as pessoas de mim.

Decidi fazer daquele dia um pouco melhor do que os outros, minha cabeça e consciência doiam, bebi algo que não lembro, e usamos um tipo diferente de droga que também não lembro o nome. Mas para o meu desespero, o pior dia da minha vida amanheceu junto com o sol. Como Addison diria: as pessoas fazem planos e Deus ri.

Conheci Michelle em uma das festas que andava frequentando e não nos desgrudamos mais. Ela combinava comigo e eu diria sem medo, que era minha alma gêmea. Ela tinha me apresentado um mundo inteiro que eu ainda não conhecia. Me apresentou sensações novas, sensações boas. Me fazia flutuar todas as vezes que nos encontrávamos.

Mas naquele dia, naquele dia tudo em que eu acreditava caiu por terra. Tudo caiu por terra quando acordei e ela não. Eu gritava, gritava o nome dela e chorava como nunca me lembro de ter chorado na vida. Sentia culpa, muita culpa. Ela morreu de overdose, do meu lado.

– Michelle? Michelle?- eu sacudia ela e nada. Nenhum movimento. Nenhum batimento. Nada.

O mundo girou em câmera lenta, minha cabeça estava em câmera lenta. Liguei para a polícia e logo eles chegaram. Confirmando assim que ela tinha morrido de overdose. Eu precisaria prestar depoimento só para constar mesmo, a culpa não era minha embora ela estivesse me corroendo por dentro.

Eu não sabia o que fazer, nem a quem chamar. Estava com medo. Com medo de tudo. Queria estar no lugar dela. Queria ter evitado tudo isso. Poderia ter evitado tudo isso.

– Senhora? Senhora? Quer que chame alguém? Para quem ligamos?- um dos policiais me perguntava.

– Addison Forbes Montgomery. - respondi. Foi automático, a primeira pessoa que veio na minha cabeça e que eu sabia ou pelo menos esperava que me ajudasse.

Eles ligaram e em 10 minutos ela estava lá resolvendo tudo, eu tinha razão.

– Está tudo bem. Está tudo bem.- ela dizia enquanto me abraçava. E eu não conseguia falar nada, apenas chorava desesperada com a mão sobre o meu peito querendo que aquela dor não fosse real.

Mas era, pela primeira vez em meses estava sentindo algo real, não uma ilusão criada pelas coisas que eu usava. Era real e eu queria pará-la. Precisava que ela parasse.

– Eu quero ir para a reabilitação! Preciso de ajuda.








Dito isso, Amelia deu total liberdade a Addison para ajudá-la. Ambas sabiam que não seria fácil, ela teria que passar por um longo período de desintoxicação e seria uma das piores sensações que ela provaria na vida. Mas agora, o choque de realidade que estava sendo jogado sobre ela, a fazia ter coragem para enfrentar qualquer coisa.  Não queria ter o mesmo fim de Michelle.

E Addison não desistiria dela, ao contrário do que Amelia pensava, alguém estava do seu lado e esse alguém era Addison. As coisas com Derek não seriam tão fáceis mas ela não ligava mais. Não ligava porque agora só estava disposta a ficar bem e se ficar bem incluísse se afastar do que a fazia mal, ela se afastaria do irmão.

Elas chegaram na clínica e foram conhecer o lugar. Era enorme e parecia agradável, aconchegante. Nada que parecesse uma prisão, como Addison pensava. Várias pessoas andavam pelo jardim, um jardim lindo e florido o que fez Addison automaticamente pensar em Meredith. Se pudesse tiraria algumas fotos para mostrar a ela. Mas não podia. Apenas podiam levar alguns folhetos que mostravam mais ou menos como era o lugar e o tipo de tratamento que os pacientes recebiam.

Elas continuavam andando por ali, era notável a agonia de Amelia, sempre mexendo com as mãos e olhando de um lado para o outro como se estivesse com medo ou procurando por algo ou alguém. Volta e meia batia no próprio braço alegando que teriam insetos nele. Não tinha. Esse era um dos efeitos colaterais de estar ficando limpa, e era só o começo.

Logo a enfermeira veio com as roupas que Amelia deveria usar. Addison ficou esperando do lado de fora do quarto e percebeu que na sala ao lado estava alguém que ela conhecia. Alguém que ela desejaria não ter visto naquele dia nem em qualquer outro. Mas ela precisava ter certeza de que se tratava da pessoa que ela pensava, então se aproximou da porta e naquele minuto ela quis que o chão se abrisse ali mesmo embaixo de seus pés. Em letras grandes e escuras na porta dizia:

Dra. Violet Turner.

Addison ficou parada ali por mais tempo do que percebeu

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Addison ficou parada ali por mais tempo do que percebeu. Quando se deu conta do que estava fazendo se afastou, mas continuou observando. Ela conversava com, provavelmente, algum paciente e a conversa parecia ir bem.

– Addison? Olha que roupa ridícula.- Amelia disse a tirando de seus pensamentos.

– Você está adorável, Amy. Espera, você vai ter algum colega de quarto? Tem duas camas.- ela disse olhando para dentro do quarto.

– Aparentemente sim. Dizem que é mais fácil quando você entra, ter alguém que já passou pela primeira fase, te ajuda a não enlouquecer embora eu vá enlouquecer de qualquer forma.- ela sorriu triste.

– Você nunca vai estar sozinha, okay? Se você puder receber visitas, estarei aqui. Se não puder, estarei lá na porta esperando quando você sair.- ela disse beijando a testa de Amelia e recebendo um abraço em resposta.

– Eu sinto muito por tudo que falei. Eu sinto muito mesmo.- ela disse ainda no abraço.

– Tudo bem. Tudo bem. Isso já foi, daqui pra frente tudo vai melhorar.

– Desculpa interrompê-las mas a Senhorita Shepherd precisará passar por uma avaliação com a nossa psiquiatra

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– Desculpa interrompê-las mas a Senhorita Shepherd precisará passar por uma avaliação com a nossa psiquiatra. Gostaria de acompanhá-la?

Antes que Addison pudesse responder um alto e sonoro 'não' Amelia disse a puxando pelo braço.

– É claro que ela gostaria.

Addison puxou o ar várias vezes antes de entrar na sala. Não sabia como seria encarar Violet depois de tantos anos. Será que ela a reconheceria? A enfermeira empurrou a porta e as duas entraram.  Violet se perdeu no que dizia quando encarou Addison. Ela lembrava. Como poderia esquecer afinal? Estavam frente a frente agora. E ninguém naquela sala sabia o que aconteceria daquele dia em diante.

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