✧ 1 | vee

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— Você pode me ajudar aqui pelo menos?! — Gritei pra Hayes, que tinha o olhar fixo na janela.

O de olhos azuis revirou os olhos, me ajudando a levar a per os papéis da máquina de xerox.

— Vai mesmo querer fazer isso? — Ele perguntou enquanto passava pela porta.

Peguei um bloco grande de folhas e fita adesiva. — Eu já disse que eu vou ganhar esse prêmio. Nem que seja com você como ator principal.

— Não me enfia nessa, Vegas! — Ele repreendeu, já caminhando pelos corredores.

Ri, colando a primeiro cartaz no quadro de avisos. O grande e colorido papel dizia que a peça da escola precisava de um ator principal — Roman — para a história Batalha do Amor e que as audições seriam hoje.

Bom, sem querer me gabar, — mas já me gabando — eu que havia feito tudo da peça. Roteiro, figurino e história. Falava sobre uma negra e um soldado, em plena ditadura militar, que estavam apaixonados. Eu amava essa história e sempre sonhei em escrevê-la.

Sorri satisfeita quando acabei de colar. Virei para o lado, dando um encontrão com tudo em alguém, fazendo todas as minhas folhas de espalharem pelo chão.

Rapidamente me ajoelhei e comecei a catar todos os papéis antes que fossem pisoteados. A pessoa que quase me jogou longe se abaixou também, me ajudando.

— Droga, droga, droga.. — Murmurei, pondo todos os papéis na minha bolsa.

Batalho do Amor, huh? Bem a sua cara isso, Vegas.

Levantei a cabeça, vendo a perfeita imagem de Taylor Caniff segurando um bocado de cartazes.

Em um movimento tomei meus papéis das suas mãos.

— Não preciso da sua ajuda. E nem da sua opinião sobre minha peça. — Voltei a me concentrar nos papéis do chão. — Que para sua informação, o professor de história adorou.

— É claro que adorou, Vee. — Ele riu, pondo se em pé.

Terminei de cata-los, ficando a sua frente.

— Não me chame de Vee. Eu quero você e todas as suas encrencas longes da minha peça perfeita. Não ouse me atrapalhar, Taylor. — Grunhi, me afastando.

— Bom te ver também, Vegas.

— Vá catar coquinho. — Gritei, colando mais um papel. Ouvi sua risada, o que me fez revirar os olhos.

— Okay, Waller, você pode esperar naquele banquinho enquanto eu e a produ.. Hayes, decidimos. — Sorri amigável. O menino loiro se dirigiu até o banco, entediado.

Encarei Grier, apreensiva.

— Isso foi patético. Só vieram duas pessoas, Vegas e uma delas é a moça da cantina que ficou com pena de você. — Hayes apontou com o olhar para a senhora sentada no banco junto à Waller. — Desiste logo dessa ideia maluca.

— Mas veio esse garoto! Ele não foi tão mal assim, vai...

— Vegas, tudo que ele fez foi arrotar o alfabeto. Arrotar. O alfabeto. Nem as falas ele disse! — O menino continuou com sua expressão indignada.

— Calma, Hayes, nos vamos dar um jeito, nós...

Aquilo era ridículo. Eu ainda acreditava que alguma luz divina podia cair sobre essa peça, mas tudo que me vinha era a verdade nua e crua. Aquilo era completamente patético.

Hayes suspirou, procurando paciência. — Se você não vai desistir, eu desis...

O menor ia terminar a frase, mas uma voz alta e distorcida foi ouvida.

Vegas Lights, comparecer a sala do diretor.

Ótimo.

— Eu aposto que o diretor achou que você subornou o garoto dos arrotos para vir. — Hayes zombou quando eu levantei da cadeira.

— Cala a boca, otário.

Caminhei ansiosa até a sala do diretor. Abri três vezes na porta e ouvi um "entre".

Taylor Caniff estava sentado em uma cadeira com uma expressão desinteressante. Engoli em seco.

— Sente-se, Vegas.

Fiz o que o diretor mandou, e logo ele começou a falar.

— Soube que você está organizando uma peça.. Legal da sua parte, Lights. E também soube que você está precisando de um personagem principal..

— Com todo respeito, Mr. Rosewood, mas vá direto ao ponto. — Sorri amarelo.

— Eu não vou passar de ano, tá legal?! — Taylor se pronunciou. — E esse ve.. o Mr. Rosewood. quer que eu entre em alguma atividade extracurricular.

"Quem manda matar aula beijando a Kathy no banheiro feminino" pensei.

— Com todo respeito de novo, senhor, minha peça é algo sério e eu quero muito ganhar o prêmios anual de... — Comecei, mas o velho me cortou.

— Mas Taylor levará a sério, Lights. Você precisa de um ator e ele precisa de notas. Isso trará benefícios a ambos, Vegas.

Eu não era de arrumar encrenca na diretoria, mas aquilo estava me tentando.

Olhei pra Taylor, que mantinha um sorriso sacana.

Engoli em seco, concordando com a cabeça.

Assinei um papel e logo eu e Taylor estávamos liberados.

— Eu disse pra você não se meter, porra! — Soquei o seu ombro quando saímos da sala.

— E eu não me meti. Você acha mesmo que eu queria fazer essa peça medíocre e entediante? — Ele zombou, caminhando do meu lado.

— Medíocre e entediante é você. Pelo menos eu tenho notas e eu vou passar de ano com a minha peça.

— Bom pra você. Sabe o que vai fazer agora? Subir no seu showzinho e anotar que eu participei de tudo enquanto eu vou ali pegar refrigerantes. — Ele se virou, indiferente.

O puxei, raivosa. — Eu não sou suas vadias, Taylor. Se você quer passar de ano, vai fazer por merecer.

— Eu pensei que não me quisesse na sua peça. — Ele reclamou. Sua expressão mudou para sarcasmo. — Ninguém apareceu, não é?

Ele gargalhou. Revirei os olhos.

— Claro que apareceu gente. Uma fila enorme de 49 pesso... — Minha fala foi cortada quando cheguei no salão, vendo Hayes, Waller e a moça da cantina.

Taylor desabou a rir, me fazendo dar um pisão no seu pé.

Cadê a luz divina quando eu preciso?

espero que alguém tenha entendido o negocio de Vegas Lights rsrs

THEATER ➶ t. caniffOnde histórias criam vida. Descubra agora