Andei por alguns metros até perceber o que tinha acontecido. Foi muito assustador. Tão assustador que precisei sentar no chão e começar a chorar. Não sabia exatamente o quão longe eu estava de casa, mas tinha certeza que ali era longe o suficiente do meu pai. Alguns minutos chorando, e eu tinha me recobrado. Decidi que não voltaria para casa, e como eu não tinha onde dormir, peguei meu celular e liguei para o Nick.
O telefone tocou a primeira vez e ninguém atendeu. Na segunda vez foi a mesma coisa. A terceira, a quarta, a quinta, e ele ainda não atendia então eu desliguei e tentei novamente. A decepção ao ver que Nick poderia não querer me atender era um pouco dolorosa, mas no fundo eu sabia que ele deveria estar numa festa ou em algo do tipo. Passei os números da minha agenda e somente três pareciam úteis. Eve infelizmente estava no cinema, então fui para Lauren. Para minha sorte, ela atendeu no segundo toque.
― Alô ― disse ela.
― Oi Lauren, é o Andrew.
― Ah, oi Andrew. Tudo bem?
Receei um pouco ao falar, mas foi questão de dois segundos, para que ela não percebesse algo a mais na minha voz.
― Não. Será que eu poderia dormir hoje na sua casa?
Ela não respondeu de primeira, então expliquei novamente para que ela não criasse algo como "eu estou me aproveitando dela" na cabeça.
― É que eu briguei com meus pais, e não tenho para onde ir.
Lauren continuou em silêncio, e aquilo me deixou um pouco nervoso. Comecei a achar que estava pedindo demais dela. Bem, no fundo eu estava pedindo demais dela, mas a essa altura, meu desespero de ter que dormir na rua era maior e mais amedrontador do que ter que falar com Lauren sobre isso.
― Sinto muito Andy, mas é que meu pai não deixa mais garotos dormirem aqui, então...
― Tudo bem ― disse antes dela terminar. ― Eu posso pedir para outra pessoa, obrigado por pelo menos não ter desligado o telefone na minha cara.
― Desculpa mesmo Andrew, sinto muito.
― Ok. Boa noite Lauren.
― Boa noite.
Desliguei o telefone e segui para o último nome útil da minha lista. Esse sinceramente era meu recurso de emergência, e não esperaria ter que precisar dele. Discou apenas três vezes antes de atender.
― Alô?
― Oi Josh.
― Andy? Sabe que horas são?
― Sei. Mas preciso de sua ajuda.
― Diga-me.
― Eu briguei com meus pais e fugi de casa. Será que eu poderia passar a noite aí?
― O quê!? ― Perguntou ele perplexo. ― Claro que pode ― disse sem ao menos pensar sobre o assunto.
― Pode vir me buscar? É que eu não sei onde é sua casa.
― Onde você está?
― Espera um minutinho.
Afastei o telefone do meu ouvido e andei até a esquina da rua para ver a placa com o nome dela.
― Estou na Igneous Street.
― Fique aí, eu estou indo.
Josh desligou rapidamente o telefone, e eu sentei na calçada, surpreso por ter conseguido um lugar para dormir. O meu medo agora era conhecer os pais de Josh. Eram somente 21:17, e tinha uma enorme possibilidade dos pais dele ainda estarem acordados. Assim que o avistei na virada da esquina, levantei já com um olhar meio preocupado e ao mesmo tempo com muito medo.
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College Dreams ― O Primeiro Ano
Teen FictionAndrew Kingsley tem 16 anos e, ao ser transferido para a Zane State College, acaba tendo que cursar novamente o primeiro ano. Para migrar do primeiro para o segundo ano, ele aceita fazer um acordo com a diretora da escola, que o pede para inaugurar...