Pensativo

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Estou muito ansioso, pensando na minha vida como era antes e depois de eu ter me transformado, antes eu tinha: amigo, escola, família.
-Meus país vão chegar em breve -disse pensando alto.
-Calma -Matheus disse segurando a minha mão.
Estava sentado na beira de cama enquando Matheus me envolvia no seus braços, era simplesmente fascinante do jeito que um simples abraço me deixava extremamente feliz.
-Eu tive que abandonar tudo! -Disse reclamando.
-Mas veja o que ganhou -Matheus disse em reposta.
-Matheus, por favor. Não tinha que a minha vida está perfeita, porque não está.
-Eu não estou dizendo que a sua vida está perfeita , só estou dizendo do que você deveria agradecer mais....
-Agradecer pelo quê?
-Por me ter do seu lado.
Eu o abracei e o beijei na bochecha.
-Vou nadar, se cuida.
-Cuidado.
Sai, nú mesmo, não estava nem aí. Fiz o mesmo processo de sempre, -abri a porta, fechei a porta, apertei o botão e esperei a água me transformar.
Sai nadando na água gelada, era gostoso sentir a água em mim, nadei mais um pouco mas depois afundei. Por um minuto parei de nadar, parei de pensar, afundei na escuridão do mar. Só abri os olhos quando eu senti as minhas costas contra a areia -Meu Deus- Pensei enquanto batia a cauda bem forte para pegar impulso para subir o mais rápido possível.

Bati com toda a força que me restara naquele momento, a luz ficava mais e mais perto, e dava até para sentir o calor do sol, foi aí então que eu saltei para fora d'água. Voei com um sorriso no rosto, era gostoso, ser um tritão, ser o que eu era. Entrei de volta na água com as mãos juntas, resolvi ficar na superfície mesmo, fiquei passando o tempo criando jatos de água que iam até o céu,  me superei. resolvi criar um enorme jato de água até onde desse, então eu me concentrei e levantei a água em um jato forte e reto, ele subiu até onde não dava mais para vê-lo, então soltei, fiquei admirando a água enquanto ela caía interminavelmente.  

Resolvi ficar no mar mesmo, fiquei nadando por um momento até que eu me lembrei de que tinha uma casa na terra, então fui até ela. Parei na praia e me lembrei de que eu não tinha roupa, então... tive que arranjar. Nadei até uma praia distante onde os turistas gostavam de ficar, tinha várias pessoas, então resolvi ficar longe, até que eu vi um homem tirando a bermuda e ficando só de sunga. Então eu me aproximei lentamente, e cheguei tão perto que dava para senti-lo movendo na água, quando ele jogou a bermuda, eu levantei o braço e a puxei para dentro da água. Nadei o mais rápido possível sem olhar para trás, talvez ele estivesse me seguindo. só parei na MINHA propia praia.

Sai da água e me apressei a me secar, me enxuguei o mais rápido possível e sequei a bermuda já humano, a vesti e fui em direção a casa dos meus pais, porque já não era mais a minha casa, eu tinha uma casa SIM! mas , ela não estava na terra. Tentei abrir a porta mas lembrei que havia trancado -Mas onde estaria a chave?- me perguntei enquanto chegava na direção da minha janela, nunca tinha percebido o quanto ela era alta -HÉ.. vai ter que ser por aqui mesmo!- Disse olhando em volta e conferindo se ninguém estava me olhando, então estendi a mão e a coloquei no chão, criando um jato de vento forte. Me suspendi um pouco no ar, mas logo caí. então encostei os braços ao corpo e criei um jato em cada mão, me suspendi mais, e mais, mas caí de novo.

-Eu vou subir nesse cacete! -Disse desta vez sentindo vento circular em volta de mim, o vento forte que balançava as árvores do outro lado da rua, eu estava olhando vidrado para o chão e a força do vento só aumentava. senti que estava com falta de ar, então respirei fundo, senti que estava saindo do chão então eu prendi a respiração e me deixei levar pelo meu poder.

Eu subia e subia cada vez mais, abri os olhos e percebi que eu tinha parado de subir quando eu cheguei a altura da janela. era incrível, eu estava suspenso no ar, eu conseguia fazer aquilo.

Eu tentei me encostar na janela, mas o meu poder acabou falhando, o que me fez cair grudado na janela.

-Estava bom de mais -Resmunguei enquanto eu tentava destravar a janela, estava trancada por dentro.

Pensei um pouco em uma solução, estava com só as pontas dos pés escorado e com o braço escorado na janela. Olhei de novo para a rua, desta vez só passou uma menina, com o cabelo preso em uma maria chiquinha, toda cor de rosa. Mas não apresentava nenhum risco. Coloquei a ponta do dedo no vidro em direção à trava, tentei levantá-la mas ela só tremeu um pouco, tentei pela segunda vez, ela tremeu um pouco e logo começou a suspender. Logo estava destrava.Levantei a janela e pulei para dentro.

Meu quarto estava uma bagunça, cheia de poeira e bagunçada. Me sentei na cama me sentindo descarregado é um pouco sem forças, me lembrei de como era a minha vida antes disso, antes de eu ter me transformado em um tritão. Quando eu era um menino normal.

Comecei a chorar, lágrimas escorreram pelo meu rosto e pingou no meu peito nú. Tirei o short rapidamente e me transformei. Chorei mais ainda, eu sentia falta das minhas pernas:

-Eu sei que muitas pessoas fariam a vida para estar no meu lugar, mas é só que.... Eu não estou conseguindo aguentar -disse para mim mesmo.

Continuei sentado na minha cama até que não tivesse mais lágrimas para chorar, então eu me sequei, vesti o short e fui até a cozinha. A geladeira estava podre (literalmente), estava prática tudo estragando, e alguns já estavam até em estado de decomposição.

Peguei uma maçã e fui até o quintal, a pscina estava linda como sempre, parei um pouco com os pés perto da água, senti vontade de entrar, mas até eu me secar de novo ia ser muito tempo. Então só fiquei admirando a água.

-Preciso ir até meu avô, precisamos impedir esse tsunami!

Disse indo em direção a porta da frente, não procurei as minhas chaves porque eu tinha encontrado outro método mais interessante de entrar na minha própria casa. Mal abro a porta da frente e já escuto uma voz:

-Prescisamos conversar! -Vitoria disse se puxando para dentro da casa e batendo a porta.

A Transformação (Série: Vida de um Tritão)Onde histórias criam vida. Descubra agora