Grande dia

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-Como assim hoje? -Ela já tinha me explicado várias vezes mais ainda tinha paciência para me explicar mais.

-Olha, 'o que é que ainda vem', que no caso supus que seria amanhã, 'mais vem antes de que pode ser chamado de depois do futuro' que seria depois de amanhã. Então o que fica entre hoje e depois de amanhã?

-Entendi... Então...o que faremos?

-Temos que ir para a praia, agora! -Meu avô disse indo de um lado para outro.

-Agora? -Perguntei.

-Agora! -Ele diz e todos nós saímos disparados porta a fora.

Todo por quem agente passava olhava para nós com certa desconfiança, mas simplesmente ignoravam. Chegamos na praia e logo nos posicionamos nos pontos nos quais tínhamos gravados, daí foi que agente percebeu que estávamos muito longe um do outro. Não ia dar certo.

Quando nos íamos nos reunirpara decidir o que iríamos fazer, olhamos para o mar é de lá saíram umas 20 cabeças de sereias e tritões. 

Olhamos boquiaberto para o que estava acontecendo. Um tritão saio da água e disse:

-Nós vimos ajudar! -Ele diz sorridente.

-Mas como você... -Meu avô pergunta sem entender nada.

-Você acha que só você tem o dom de premonição? -Ele diz colocando a mão na cauda e empurrando a água para ate as barbatanas onde passavam para a areia e se secavam, voltando a forma humana.

Logo a praia estava cheia de pessoas peladas, graças a Deus a praia estava vazia.

-Voces tem um plano para deter as ondas? -O tritão misterioso perguntou.

-Sim. Nós vamos criar uma grande parede de água que irá impedir da água passar da praia -Disse percebendo que esse plano era quase fantasioso.

-Boa ideia, ouviram pessoal? -Ele gritou.

-Sim! -tanto tritão tanto sereia responderam, tinha até umas pessoas falando em algumas línguas diferentes.

Pronto, agora estamos em 28 pessoas, não tem como errar. Nós nos posicionamos na praia , que agora estava com uma corrente humana.

Ficamos em pé por intermináveis horas, ou minutos, não sei. Até que o tritão misterioso e i mau avô gritaram:

-Está vindo!

Todos nós ficamos tensos, um olhando para o rosto dos outros, não sabíamos o que realmente fazer. Acho que por mais que as pessoas se preparem mais elas não estão preparadas. Pelo menos, não para um tsunami.

Comecei a ficar ofegante, e tentei me acalmar mas eu estava tremendo loucamente, meus avô veio me consolar.

-David, calma. Nós nos preparamos para isso -Ele disse passando a mão no meu ombro e indo para o ponto dele.

Esses realmente eram os momentos mais precários da minha vida, o tempo passava rápido e devagar ao mesmo tempo. A única coisa que realmente vagava na minha mente , era: A onda está cada vez mais perto.

-Calma... -Mal terminei de falar e a água toda foi puxada de volta para o mar- Meu Deus.

-Vamos lá. É agora ou nunca! -Meu avô gritou.

A água ia desaparecendo da praia deixando apenas areia molhada e conchas, olhei por um tempo a areia molhada analisando a profundidade. Olhei para os meus companheiros e eles estavam quase tão longe que mal dava para enxerga-los -Também né? Eles estão espalhados por toda a praia da cidade- Então ouço um grito.

-David! -Olho para frente e vejo que a onde surgiu de uma hora para outra.

Rapidamente crio uma parede enorme de ar e me preparo para o impacto, cruzo os braços e respiro fundo. A onda crescia e crescia mais e mais, ela vinha tão rápido que mal deu tempo de piscar o olho.

A onda bateu com tanta força que senti o meu tênis afundar na areia, enquanto eu entontava. Fechei os olhos com medo de morrer. Mas se fosse para eu morrer, já era tarde.

Abri os olhos e vi algo inacraditável. A água suja do tsunami estavam intactas em uma grande parede , a parede tinha uma 15 metros de comprimento. Olhei agora com os braços estendidos para controlar melhor a parede que até agora graças a Deus estava intacta.

Olhei para meu avô que estava a poucos metros de mim, ele estava também com as mãos estendidas e estava olhando para mim também, ele riu.

-É então? Será que é só isso que o mar pode nos dar? -Ele disse.

-Conseguimos!!!! -Gritaram ao longo da praia, com o grito a parede tremeu um pouco, mas logo voltou a ficar de pé.

Pare um pouco para observar a água, ela subia em uma grande parede e voltava para o mar, como se fosse uma grande onda inversa. Eu já estava com os braços cansados de estarem estendidos e senti a minha energia. Se esgotando lentamente.

-Vamos segurar por quanto tempo? -Grito para o meu avô.

-Não precisamos segurar, vamos dobrar a parede para o mar -Gritou de volta , e percebi que todos balançavam a cabeça.

-Tenho um plano, me acompanhem! -O tritão misterioso gritou e estendeu as mãos até o céu.

A água formava um grande paredão, e cada um de nós era responsável por uma parte. O tritão misterioso levantou mais ainda as mãos para o céu e o paredão se estendeu mais para o alto, dobrando o seu tamanho. Fizemos o mesmo, levantamos a mão e a parede se esticou para cima até ficar toda no mesmo tamanho.

Eu ri mais um pouco, eu estava feliz por ter conseguido, eu estava melhorando a cada dia, mas só queria está com Matheus. Era o meu maior sonho.

De repente algo bate na onda a destruindo e criando uma explosão de águas, Matheus... Uma lágrima escorre pelo meu rosto antes que eu perceba o que tinha acontecido. Olho pare meu avô em segundos e vejo no rosto dele a derrota. Passa um filme de segundo na minha mente, todos os momentos que eu tinha passado com Matheus. Eu quero ele

-Eu quero ele de volta! -Gritei enquando eu fechava os olhos e me preparava para cair do chão por causa da cauda. Nada.

Abro os olhos e percebo que eu estou flutuando em cima da praia, eu já estava transformado, mas ainda sim conseguia me equilibrar. A onda tinha parado , agora dava para perceber o erro, a parede estava tão fina e para completar veio outra onda do tsunami.

Dava para perceber que eu estava brilhando, o meu cabelo estava para cima voando. Eu tinha que resolver isso. Nadei sem água até o meio das praias, fiquei flutuando com a minha cauda um pouco acima do chão e estendo o braço direito onde percebo que o meu bracelete está brilhando.

-Vamos ver o que você faz! -Gritei enquanto eu apenas com um movimento com a mão para cima e a parede se refaz, agora, mais grossa e mais alta. Eu estava conseguindo dominar a água de toda a costa da cidade, eu mesmo, eu, David!

Levantei o braço e o estendi para o grande paredão que estava a poucos sentimentos do meu rosto, que se iluminou com um brilho azul intenso e obedeceu ao meu comando. A parede d'água desabou para o mar fazendo um barulho tremendo de onda se quebrando. Olhei e vi a água se misturando com a água do mar e enchendo de novo a praia como se nada tivesse acontecido.

Suspirei e então apaguei.

A Transformação (Série: Vida de um Tritão)Onde histórias criam vida. Descubra agora