Escolhendo discípulos desqualificados para transmitir seu sonho

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Jesus desejava ter discípulos para revelar os mistérios da vida. Iria levá-los a conhecer os
segredos da existência. Segredos que os filósofos, a casta mais sedenta de pensadores,
sonharam conhecer. Jesus almejava atuar na colcha de retalhos da personalidade de um
pequeno grupo de seguidores e levá-los a atear fogo no mundo com suas idéias e seu projeto.
Queria esculpir neles a arte de pensar, da tolerância, da solidariedade, do perdão, da
capacidade de se colocar no lugar dos outros, do amor, da tranqüilidade. Como fazer isso sem
ter uma escola física? Como conseguir adeptos que confiassem nele sem usar de pressão
social? Como abrir as janelas da mente de seus seguidores se ele insistia em não controlá-los?
É fácil para um rei dominar as pessoas e levá-las a submeter-se à sua vontade. Mas Jesus,
contrariando a lógica, usava a sensibilidade e a serenidade para atingir seus objetivos. A tarefa e os métodos que o mestre da vida usava eram dificílimos de ser concretizados. Ele
teria de convencer as pessoas a investir num projeto invisível. Ele discursava sobre um reino
de paz, justiça, alegria. Mas esse reino era intangível, não palpável, era um reino nos céus.
Era tão difícil como vender, hoje, a idéia de adquirir terrenos na Lua.
E havia outros graves problemas. Quem ele iria escolher? E como iria atraí-los? Jesus tinha
tudo para falhar.

O Mestre InesquecívelOnde histórias criam vida. Descubra agora