A Personalidade dos Discípulos.
Os discípulos seriam desaprovados por uma equipe de seleção.
O material humano é vital para o sucesso de um empreendimento. Uma empresa pode ter
máquinas, tecnologia, computadores, mas se não tiver homens criativos, inteligentes,
motivados, que tenham visão global, que previnam erros, que saibam trabalhar em equipe e
pensem a longo prazo, poderá sucumbir.
Se houvesse uma equipe de psicólogos, especialistas em avaliação da personalidade e do
desempenho intelectual, auxiliando Jesus na escolha dos seus discípulos, será que seus jovens
seguidores seriam aprovados? Creio que não. Nenhum deles preencheria os requisitos
básicos.
É provável que a equipe de psicólogos recomendasse para seus discípulos jovens da casta dos
escribas e fariseus. Eles possuíam ilibada cultura, eram bem comportados, éticos, gozavam de
reputação social. Alguns eram versados não apenas em língua hebraica, mas também no latim
e no grego. Eles tinham uma visão ampla do mundo, conheciam as Antigas Escrituras e
guardavam as tradições do seu povo.
O mestre dos mestres, contrariando toda a lógica, escolheu conscientemente jovens
indisciplinados, incultos, rudes, agressivos, ansiosos, intolerantes. Os discípulos correram
riscos ao segui-lo e ele correu riscos maiores ainda ao escolhê-los. Nunca alguém escolheu
pessoas tão complicadas e despreparadas para ensinar. Por que fez uma escolha tão ilógica?
Ele preferiu começar do zero, trabalhar com jovens completamente desqualificados a ensinar
jovens já contaminados pelo sistema, saturados de vícios e preconceitos. Preferiu a pedra
bruta à mal lapidada.