Querida inconstante,Vou lhe chamar assim por causa do seu jeito de ser, que eu não compreendo e provavelmente vou continuar sem entender. Eu admiro a sua força, o jeito com que lida com as situações, chovendo palavras e se movimentando loucamente. Confesso que não assimilo nem metade das coisas que saem da sua boca, talvez por sua complexidade ser demasiada comparada a minha pequenez.
Como eu queria te compreender!
Queria entender os seus rompantes, suas facetas e suas mudanças rápidas de humor. Numa hora está sorrindo e acolhendo todos no calor de seus braços, nos erguendo para além das nuvens. E na outra, seus olhos perdem o brilho, seus lábios se tornam ácidos e seu aperto gélido, nos levando junto para seu abismo.
O lugar é frio e doloroso, porém você é especial e no dia seguinte volta a ser aquele ser sorridente e cheio de luz.
Seus poderes de manipulação sempre funcionaram em mim, fui como um fantoche em suas mãos, porém uma vez que eu estive no seu inferno particular, as cordas se romperam. Não consegue mais me controlar a sua maneira.
Uma vez li algo sobre não deixar que as pessoas te coloquem na tempestade delas, todavia você deve colocá-las em sua paz.
Eu, no entanto, não tenho talento, nem luz, muito menos a sua força para lutar contra isso. Você me deixou no escuro, minhas pernas são fracas demais para me erguer do chão e agora quem não entende é você.
Você não me eleva mais, não me constrói, nem me destrói, não sinto mais o seu efeito. Ainda estou no fundo, abraçando meus joelhos e pedindo salvação, enquanto você observa tudo de cima, do seu trono dourado, sem mover um dedo.
Perdeste o efeito rainha, não sinto mais nada.
Não tento mais fugir da sua tempestade, entrei no seu jogo e agora sou um dos relâmpagos que trazem destruição.
Atenciosamente,
Sua criação.
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