Part 2 - Kwang

157 25 7
                                    

 Eu me sentei numa poltrona na frente do meu pai e esperei ele falar alguma coisa, logo depois que soltasse o jornal que estava lendo. Mas ele não soltou e mesmo assim começou a falar.

- O príncipe Park Jimin - Ele começa a ler uma matéria - Respondeu Apreensivamente a pergunta feita pelo primeiro jornalista sobre o ocorrido com um guarda real da Elite do rei. A resposta veio de forma demorada e ele parecia estar nervoso. Acreditamos que a superação foi realmente realizada mas ele não está completamente confiante para falar abertamente sobre o assunto.

Ele solta o jornal e me olha fixamente.

- Por que leu essa matéria pra mim ?

- Não é óbvio o por que ? - Ele suspira e se alevanta ficando de costas pra mim e encarando a estante de livros atrás dele - Você superou ?

- Sim superei.

- Mesmo ? - Ele se vira e me olha, cruzando os braços - Superou aquele absurdo ? Você sabe que aquilo é mais do que errado é..... - Ele fala irritado, parece que procura palavras que expressem exatamente o que ele está sentindo - uma doença ! Aquilo é uma doença ! e não sabemos como curar as pessoas que são afetadas por aquilo.

- Outras pessoas também pegaram essa doença ?

- Sim. Infelizmente nem mesmo os doutores sabem como curar, eles falam que é algo que acontece dentro da mente. E bom...lá dentro não se pode mexer.

- Eu superei completamente meu pai. Não haverá mais conflitos eu prometo.

- Eu estou botando muita fé em você meu filho. Não me decepcione.

A porta se abre e eu vejo Kwang entrar ele fala para alguém esperar do lado de fora da sala, mas eu não consegui ver de quem se tratava. Eu me alevanto e cumprimento Kwang, ele sempre foi muito intimido da nossa família, ele cuidava dos guardas da elite particular do rei e era conselheiro do meu pai em guerras ou reuniões importantes. 

- No que posso ajudar você hoje Kwang ?

- Meu rei - ele se senta na poltrona ao meu lado.

Eu estava indo embora quando meu pai mandou eu ficar. Ele acha muito importante eu observar as coisas para saber o que fazer quando for rei. Seguir o exemplo do meu pai.

- Meu filho está na cidade, depois de tanto tempo a mãe dele permitiu que ele fizesse uma visita ao seu velho pai. Estamos na época de Seleção e sabemos o quanto é perigoso e os riscos que a família e as escolhidas correm durante essa época, então a elite está sendo acompanhada literalmente toda hora.

- Sim ?

- Eu não posso sair do castelo, por que sou o responsável pela Elite, e não posso deixar o menino sozinho na minha casa. Eu preciso que ele fique em um lugar seguro para que eu possa trabalhar em paz. Sabendo que ele está seguro.

- Ele pode ficar conosco no castelo - Meu pai se alevanta e anda até Kwang - Você nos ajudou tanto. O que eu tiver que fazer para ajudar eu faço com certeza. Está decidido, seu filho fica conosco.

- Eu não sei como agradecer meu rei - Kwang se alevanta.

- E onde seu filho está ?

Kwang anda o lado de fora da sala, mas volta correndo e um pouco preocupado.

- Era para ele estar do lado de fora me esperando chamar ele.

- Chame os guardas procurem ele, não queremos que ele se perda nesse grande castelo, Park Jimin volte para seus cômodos, não sabemos se ele foi levado ou simplesmente está perdido.

Eu saiu da sala e começo a andar pelos corredores, eu ia em direção ao Grande Salão das mulheres onde minha mãe possivelmente estaria. Enquanto passo pelos corredores em direção ao Grande Salão eu olho para os lados para ver se o menino está em um deles. Mas não encontro nada além de guardas parados.

O único lugar que realmente não ter guardas é o Grande Salão, sempre achamos muito errado deixar homens cuidado muitas mulheres daquela forma, então eles ficam do lado de fora caso elas precisem de ajuda. Eu abro a porta do Grande Salão e não vejo nenhuma das escolhidas ou até mesmo a minha mãe.

Pelo contrário, eu vejo um menino de costas observando um grande quadro da família real. Ou seja, uma pintura grande minha, com a minha mãe e o meu pai. Ele está de braços cruzados e não se move, nem ao menos olha pra trás ao ouvir a porta se abrir. Eu caminho até ele lentamente. Eu nunca havia visto ele, ou pelo menos não reconheço ele por estar de costas. Eu me aproximo e paro ao seu lado e encaro seu rosto. O menino não se assustou, na verdade não desgrudou o olhos da pintura.

- Quem é você ? - Pergunto observando os traços delicados e leves no rosto do menino. Parece que ele saiu de uma loja de bonecos de porcelana. Eu nunca tinha visto um rosto como o dele. Seu olhos mesmo estando virados para a frente eu posso perceber o preto intenso neles.

- Oi - Ele se vira e leva um susto, ele olha para o meu rosto e para a pintura 5 vezes até perceber que se tratava do príncipe da pintura e então ele se ajoelha.

Ninguém mais faz esse tipo de coisa, mas não posso culpar ele, talvez antes de vir ele tenha visto filmes e lido revistas antigas pra saber como se deve se comportar com uma família real. Mas ele não está fazendo corretamente ou até mesmo está sendo clichê.

- Por favor se alevante.

- Me desculpa - Ele não olha nos meus olhos na verdade fica olhando para os meus pés e vai subindo os olhos. Parece que ele analisa cada canto do meu corpo. E não sente a menor vergonha de estar fazendo isso. Ele chega até o meu rosto - Eu não queria incomodar.

- Qual o seu nome ?

- Jeon Jungkook.

- É um guarda novo ?

- Não. Eu sou filho de Kwang.

Eu nem mesmo havia me lembrando que um menino estranho estava perdido pelo castelo, não havia me lembrado. Era óbvio que era ele, o rosto dele era igual ao do pai só que mais delicado e limpo. Eu nem mesmo havia cogitado que era ele.

- Seu pai está procurando você - Digo - Acho que devemos ir até ele Jungkook.

- Me perdoe, por estar nessa sala. Possivelmente fui contra alguma regra.

- Sim você foi. Mas vamos fingir que isso não aconteceu.

- Obrigado. Eu gostei.. - ele começa a andar em direção a porta.

- Do que ?

- Da pintura. É bonita.

Torres O HerdeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora