Capítulo 11

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Mesmo que as marcas de queimadura estivessem raivosamente cintilando na palma de Sehun, a dor envolvia o coração de Luhan, como se fosse sua própria carne, quase rasgada com as marcas vermelhas. Os olhos de Luhan pinicava com lágrimas enquanto segurava as mãos de Sehun como se fossem feitas de vidro frágil. A dor era dele, a dor de Sehun era dele.

Luhan sabia que ele estava duramente se rendendo. Provavelmente, onde ninguém iria pegá-lo. Não Sehun.

— Se-Sehun — soluçou Luhan, tentando manter-se forte. — Por que... por que você fez isso? Por quê?

Os olhos em branco de Sehun olharam sem rumo em torno da cozinha, evitando a direção dos de Luhan, ele estava claramente sofrendo silenciosamente, apertando as palmas devagar.

Fala pra mim — sussurrou Luhan, raiva surgindo em seu ser. — Fala comigo, droga!

Eu não quero mais isso — Sehun finalmente sussurrou, afastando as mãos. — Eu não quero-

Então, o som da palma de Luhan atingindo a bochecha de Sehun, encheu a cozinha silenciosa, até a casa inteira. As palavras morreram na garganta de Sehun, enquanto a palma de Luhan pesava em culpa.

— Como você pôde fazer isso só porque está... está deprimido?! — Luhan gritou com raiva, as lágrimas finalmente desciam por suas bochechas rosadas. — Porra. Sehun, o que aconteceu com você?! Você estava perfeitamente bem e então... então você vai e... faz isso. — Luhan sussurrou por fim, sua língua pesada e o coração triste.

— Eu não tenho mais um motivo — Sehun murmurou irritado, sua bochecha pintada de vermelho. — Não tenho mais ninguém para quem tocar.

Essas palavras perfuraram através do coração de Luhan, pareciam-lhe mais como uma bofetada no rosto.

Ele disse isso a Sehun antes... — Eu... eu pedi que você tocasse para... mim — ele sussurrou.

Sehun então sorriu triste, um sorriso que Luhan nunca desejaria ver. Ele levantou as duas mãos queimadas e tocou o rosto de Luhan com as pontas dos dedos, pintando a pele de Luhan no fundo de seus olhos cegos. — Isso... não foi suficiente.

E então, Sehun puxou as mãos e virou-se para sair, mas Luhan logo saiu de seu atordoamento e segurou o braço de Sehun, fazendo-o voltar-se para ele. Luhan engoliu seus soluços e palavras, puxando as mãos de Sehun para a água fria da pia. Em seguida, ele arrastou Sehun e pegou o kit de primeiros socorros do gabinete. Sehun o seguiu silenciosamente e voluntariamente até que ele foi empurrado para o sofá.

Embora sua visão estivesse borrada com lágrimas silenciosas, Luhan agarrou as mãos feridas de seu marido e as colocou sobre as coxas voltadas para cima. Os olhos lacrimosos de Luhan passavam das marcas de queimadura para a expressão dolorida de Sehun enquanto ele aplicava a pomada nas faixas vermelhas com cuidado.

Suas lágrimas caíram na palma de Sehun e os dedos do outro se contraíram. Luhan mordeu os lábios, segurando o lado das mãos do seu marido. — ... Você não precisa fazer isso em si mesmo. — ele sussurrou entrecortado. As mãos de Luhan coçaram para levar as palmas queimadas de Sehun até seus lábios e beijá-las para banir sua dor. As palavras não eram coisas dele quando ele precisava consolar os outros, mas Luhan sabia que ele nunca precisaria de palavras quando se tratava de quem ele se importa tão profundamente.

O silêncio envolveu a sala de estar, uma onda de frieza atacou o coração de Luhan quando Sehun não disse nada. Ele suspirou tremendo e trouxe a mão para a bochecha de Sehun, aquela onde ele havia batido.

Luhan não precisava de palavras. Ele acariciou suavemente a pele vermelha, um ato de sincero pedido de desculpas a seu marido. Luhan sorriu fraco quando Sehun inclinou-se em seu toque e fechou os olhos.

Sonata do Amor [TRADUÇÃO PT-BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora