Capítulo 14

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Ele nunca pensou que, um dia, desistir de sua carreira seria um alívio. Especialmente quando não era obrigado a surpreender os outros, sorrir por nada... Sabendo que eles só admiravam o trabalho de suas mãos e via-o como um objeto por fama e riqueza.

Sehun sorriu genuinamente para a criança dormindo em seu colo depois de uma rodada de tocar a canção dos três ursos no velho e cansado piano. Trabalhar no orfanato não era o trabalho de seus sonhos, mas o ex-pianista acreditava ter visto o caminho certo uma vez que teve o vislumbre da luz da vida.

Ao levantar o dorminhoco em seus braços, Sehun caminhou com cuidado através da grande sala de estar onde as outras crianças órfãs gostavam de relaxar quando não estavam animadas, brincando.

Sehun sorriu para as poucas crianças jogando cartas no chão antes de subir para os dormitórios. Então, ele colocou o garoto de cabelos cor de mel na cama confortável para seu cochilo rápido, mas a criança agarrou seu cotovelo, uma vez que ele tentou ir embora.

— Professor Sehun, onde vai? — o garoto perguntou sonolento, esfregando os olhos avermelhados.

Sehun riu suavemente, agachando-se ao lado da cama. Ele acariciou o cabelo do menino, amando o sorriso inocente que ele ganha toda vez ao tocar seus favoritos, como este único garoto asiático no orfanato estrangeiro.

— Eu não estou indo a lugar algum — Sehun disse em um chinês fluente.

— Mas... você sempre sai quando eu não estou olhando e só volta quando já está na hora de dormir — o garoto fez beicinho, segurando a manga da camisa de Sehun firmemente.

Certo, você me pegou — Sehun sussurrou suavemente, tocando o rosto triste do garoto. — O professor Sehun tem uma consulta hoje, para os meus olhos, lembra?

— Ah, verdade! — o garotinho sentou-se na cama, o cabelo macio caindo sobre sua testa. — Um morcego mordeu o braço do professor Sehun e ele perdeu a visão do olho direito, mas agora tem superpoderes!

— Sim, isso mesmo — Sehun riu, afagando a cabeça da criança. — Eu vejo através de seu coração com o meu olho direito.

— Legal! — o menino riu quando Sehun aproveitou o momento e fez cócegas nele. Ser um professor de música em um orfanato foi uma das melhores decisões que Sehun fez.

— Você não está realmente indo embora, não é? — o garoto disse, respirando profundamente após a crise de risos. Sehun fez beicinho junto com o pequeno, ele deve ter ouvido sua conversa com Jongin no telefone mais cedo.

— Não, eu não vou.

— Bom, porque eu quero ir com o professor Sehun se ele quiser ir para a Coréia novamente.

Sehun sorriu, beijando a testa do garoto. — É claro. Agora vá dormir, Zhiyu.

Fechando a porta gentilmente, Sehun então prosseguiu em silêncio, parando quando seu colega de trabalho o chamou. O antigo pianista forçou um sorriso no rosto quando uma mulher ruiva e baixinha se aproximou dele com um sorriso galanteador.

— Sehun, você gostaria de tomar uma xícara de café comigo? Meu turno acabou, você sabe, e o seu também então...

— Me desculpe, Lisa, estou muito ocupado agora.

— Ah, estou vendo — Lisa disse, cruzando os braços firmemente sobre o peito, para mostrar a curva de seus seios fartos. Não era mesmo uma roupa adequada para um local dedicado a crianças. — Talvez amanhã, então?

Sehun estalou a língua e suspirou pesadamente. — Sinto muito, eu-

— Depois de amanhã? — Lisa insistiu, soando frustrada.

Sonata do Amor [TRADUÇÃO PT-BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora