Incertezas Tempestuosas

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Três dias se passaram depois da saída repentina do Junmyeon, Baekhyun ainda não havia esquecido de nada e eu não podia estar mais feliz. Mas também estava muito preocupado, sei que Junna já é adulto e sabe bem o que está fazendo da própria vida. Só que eu ainda sou seu pai, e me preocupar é algo normal, não é mesmo? 

Durante os três dias, Luhan veio aqui em casa, meu chinês se sentia culpado e mesmo ele sabendo que não tinha culpa alguma, ele se sentia mal e eu não posso reclamar de tê-lo aqui em casa, o Baek se diverte, eu me divirto e matamos a saudades. Juro que fiquei com o pé atrás sobre o Baek ainda não ter esquecido das coisas como normalmente faz, não estou reclamando não, claro que não, muito longe disso! Até estou aproveitando o máximo que posso disso. 
Meu bebê desde o fatídico dia da saída do Junnie, está com suas memórias antigas, e isso é muito bom, eu sentia falta do Baekkie mandão, rabugento, e que gosta de roubar minha comida, mas eu também tenho medo, está tudo bom demais para ser verdade e eu sinto que algo ruim está para acontecer, é só questão de tempo. 

Não sei quanto tempo passei divagando no meu próprio mundo, Luhan e Baekhyun disseram que nesses últimos dias, o que eu mais fiz foi ficar pensando na morte da Bezerra com uma cara de lunático. Bom, eu não vou dizer o contrário, porque provavelmente eles estão certos, quem sou eu para falar o contrário? 

- Appa! - Saltei do sofá tomado pelo susto assim que escutei Luhan me chamar com o rosto tão perto do meu, o vi passar a mão na frente do meu rosto e a segurei sem força. - Eu estou indo pegar a Min Ah na casa da senhora Oh, talvez eu acabe dormindo lá. - Ele sorriu me dando um beijo na testa. 

- Onde está o Baekkie? – Olhei para os lados a procura do pequeno. 

- Ele está no quarto dormindo um pouco. 

Balancei a cabeça em positivo, levantei do sofá e acompanhei meu pequeno príncipe até a porta, o abracei forte com um aperto no coração, eu sabia que alguma coisa iria acontecer e tive vontade de puxar meu chinês para dentro de casa e mandar o Sehun pegar a filha na casa da mãe. Luhan soltou uma risadinha baixa dizendo que iria ficar bem, ele sabia que eu estava preocupado, meu pequeno disse que me ligaria assim que chegasse em casa,  que traria a Min Ah para passar o dia comigo e o Baek. 

Mas o aperto no meu coração não diminuiu, ele só aumentou. 

Ver Luhan entrar no carro e ir embora parecia uma despedida e por um momento eu fiquei tonto, fechei a porta e me encostei na mesma respirando fundo, assim que a tontura passou me encaminhei até o quarto onde minha vida ressonava de modo tranquilo e despreocupado. Sentei ao lado de seu corpo miúdo e chorei. 
Chorei por tudo o que vivemos, chorei pelo aperto no meu coração e chorei por todas as minhas incertezas. Durante esses anos eu tenho que admitir, virei uma manteiga derretida, acho que isso começou depois que o Baek foi diagnosticado com alzheimer, antes eu não chorava, mas agora quanto mais eu tento ser forte, mas eu choro e é tão frequente que não ligo mais para isso. 

Geralmente são apenas algumas lágrimas solitárias e outras vezes são lágrimas grossas e sofridas, daquelas que tentamos esconder o soluço de dor e a vontade de dormir por estar tão cansado. Quanto mais eu tentava enxugar meu rosto, mas molhado ele ficava, e em uma dessas tentativas sem sucesso encontrei os olhinhos sonolentos do meu amor, ele me olhava como se pedisse uma explicação para o meu choro e o porque de ser tão sofrido, mas ele não me perguntou nada quando de indagação, seus olhos passaram conforto, não demorei em deitar em seu abraço e sentir sua mão pequena e delicada fazendo um carinho gostoso em meus fios a muito tempo esbranquiçados. 

Ficamos assim por um tempo indefinido até que minhas pálpebras foram ficando pesadas e sem querer eu dormi. 

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