Capítulo 2

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Conforme o prometido, a menina apareceu na hora do almoço para vê-lo. O rapaz já estava melhor e pode sair da enfermaria. Hana continuou a tagarelar enquanto ele ouvia tudo com um suave sorriso no rosto.

— Você não é muito de falar, né? — Ela perguntou rindo e ele ficou vermelho. — Que gracinha, não precisa ficar envergonhado comigo!

Yukito murmurou alguma coisa enquanto comiam e ela ficou o observando por um tempo, constrangendo-o sem querer.

— Você vem de qual lado da cidade?

— Do sul, por quê?

— Que ótimo! Eu venho de lá também. Você vem de metrô? Podemos pegar o trem juntos, que tal?

Aquilo o deixou eufórico e ansioso. Ela queria fazer companhia a ele? Haviam acabado de se conhecer e a garota já oferecia sua amizade tão facilmente. Que descolada.

— Por que quer fazer companhia a alguém como eu? — Yukito não era popular, nem de longe. Mesmo que fosse bonito e fosse um ótimo aluno, ele não conseguia fazer muitos amigos porque simplesmente passear pela cidade com os colegas era sempre um martírio para ele, então com o tempo pararam de convidar. Aquilo acabava com as amizades.

— Pra garantir que você não desmaie por aí de novo! — Hana riu e ele voltou a ficar vermelho.

— Pra garantir que você não desmaie por aí de novo! — Hana riu e ele voltou a ficar vermelho

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Assim foi feito. Todos os dias passaram a se encontrar na estação de metrô. Hana morava a duas estações depois da dele, então Yukito passou a pegar o trem mais cedo para poder esperá-la na estação dela. Ela apreciou bastante aquele mimo e passava quase todo o trajeto falando enquanto ele a ouvia sempre paciente e interessado.

Descobrira que Hana era uma estudante de farmácia no penúltimo ano. Além de descolada e alegre, ela era bem inteligente. Sabia coisas que o rapaz nem fazia ideia do que eram. E como plantas tem muitas propriedades farmacêuticas, encontraram um ponto em comum para conversarem.

— Você saca bastante de plantas! - ela comentou surpresa durante um dia em que pararam na volta para tomar um sorvete, ele esperara terminar a última aula dela para se encontrarem. — Faz botânica ou algo assim?

— Não. Eu até pensei nesse curso, mas preferi me dedicar a outro. — Ele pensou em uma desculpa para dar. — É que minha família tem uma estufa no interior e minha mãe é... bem, uma espécie de curandeira de lá. Acabei aprendendo tudo o que ela sabe.

— Legal! — Hana comentou encantada. — Deve ser bom, lá é um lugar pacato?

— Sim. — Yukito falou com um sorriso. — O interior é um ótimo lugar, bem diferente daqui. É um local muito mais... natural. Não tem tanto asfalto ou tanta gente, é um lugar mais cercado pela natureza. As pessoas vivem lá sem abusar dos recursos naturais, eles respeitam seu ambiente ao invés de... — Ele olhou triste para fora da sorveteria. —... destruir tudo por causa de sua ambição.

Florescer de EspinhosOnde histórias criam vida. Descubra agora