Capítulo 6

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  Com a tarde livre, não havia nada que Emma desejasse mais do que telefonar para Killian. Contar ao melhor amigo que ele não fora o único a trazer uma lembrancinha de Las Vegas. Conversar sobre as mudanças que estariam por vir e ganhar o apoio do único homem no planeta que a conhecia tão bem quanto ela própria.

Mas Killian acabara de se reconciliar com a esposa. A mulher com quem se casara algumas horas após conhecê-la, na mesma noite em que Emma conhecera Regina. E, mesmo que não se importasse em incomodá-los, tinha quase certeza de que os dois pombinhos estavam incomunicáveis.

Melhor assim.

Havia outra pessoa que merecia saber em primeira mão o que estava acontecendo.

Fiona. A mulher com quem começara um relacionamento há cinco semanas. O algo que Emma encontrara para preencher aquele espaço vazio de sua vida, do qual só se dera conta após voltar de Vegas.

Correndo pelo saguão de mármore e vidro, Emma pegou o elevador que levava ao escritório de Fiona, no último andar.

Como diabos explicaria aquela situação? E qual seria a reação dela?

As coisas estavam caminhando bem entre elas. Formaram uma bela dupla desde o início. Confortável, compatível.

Fiona era uma mulher aberta e agradável. Formada em Harvard. Sagaz nos negócios. Antenada.

Duas horas atrás, teria esperado seis meses para fazer a proposta. E apenas porque aquele parecia o tempo adequado para esperar. Em Fiona encontrara alguém que reunia todas as características da mulher que desejava para ser sua parceira na vida desde que conseguia se lembrar. Desde a primeira vez que observara os pais sentados do outro lado da mesa e pensara consigo mesmo: um dia, quero ter isso.

O jornal do comércio durante o café da manhã. Os jantares no clube. Os interesses compartilhados de um estilo de vida similar. A anfitriã deslumbrante patrocinando as instituições de caridade e fundações que ajudavam.

Podia parecer superficial enquanto relacionava aqueles desejos na mente, mas não era.

Emma desejava o tipo de boa parceria que significava uma vida inteira de felicidade tranquila e compartilhada. O que os pais possuíam, até o dia, há cinco anos, que um ataque cardíaco ceifou a vida do pai. O homem mais extraordinário que já conhecera. O exemplo que ela sempre esperara seguir. Diabos! Queria que o pai estivesse ali para conversar com ela sobre aquele assunto.

Enquanto seguia para o escritório de Fiona, não pôde deixar de questionar o que a namorada pensaria quando visse a mulher com quem ela estivera antes dela. Aquela que lhe servira de alerta para deixar de se envolver com mulheres que não eram certas para ela e pensar em levar a sério uma que fosse. Formar uma família.

Fiona iria ver seu extremo oposto em Regina. E aquilo a faria questionar seu relacionamento com Emma.

Regina lhe proporcionara uma alegria que ela não estava esperando e a única razão pela qual não conseguiu esquecê-la fora o modo como a morena partira.

A química entre as duas fora forte o suficiente para que, mesmo passados aqueles meses, ainda fosse capaz de senti-la, mas e daí? Era apenas sexo. Não exatamente uma base para alicerçar um relacionamento sólido. Mas também não era algo que Emma pudesse, em sã consciência, ignorar no que dizia respeito a um relacionamento com outra mulher.

— Olá, Mel. Ela está aí? — perguntou a loira, quando chegou ao escritório.

— Ao telefone. Devo interrompê-la?

Consequências SwanQueen G!POnde histórias criam vida. Descubra agora