Capítulo 2

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   ◊◊◊◊◊ TRÊS MESES ANTES ◊◊◊◊◊

E ela pensara que ficaria entediada! No suntuoso bar de Las Vegas, Emma Swan cruzou os braços sobre o tampo da mesa, inclinando-se para a frente. Era um lugar privilegiado para assistir à disputa dos rapazes da mesa em frente pela atenção da morena de pernas torneadas que acabara de lhes servir uísque.

Não conseguia acreditar que um dos meninos lhe dissera uma gracinha, depois de testemunhar a frieza com que ela tratara o último idiota que se engraçara com ela. E os amigos o estavam estimulando. Esqueciam-se de que, em uma escala de sensualidade, aquela mulher estava tão fora do alcance deles que pareciam não pertencerem ao mesmo planeta, o que dizer na mesma sintonia. Não teriam visto os olhos dela?

A expressão vazia, desencorajadora e extremamente profissional não deixava nenhum espaço à dúvida. Não estou interessada. Ponto.

Provavelmente não.

Aqueles meninos pareciam ter acabado de alcançar a maioridade, o que, somado a pilha de cervejas sobre a mesa e o comportamento imaturo, sugeria que não conseguiriam nem ao menos se aproximar daquele corpo reconhecidamente escultural.

Vivendo e aprendendo, meninos.

Trinta segundos depois, o garoto recebia palmadas de consolo nas costas dos amigos e Emma voltou a se concentrar na espera por Killian. Seu melhor amigo, que acabara de desfazer um noivado, era a razão daquele encontro "urgente" na Cidade do Pecado.

Onde diabos estaria ele, afinal? Ao verificar suas mensagens de texto, Emma praguejou ao constatar que a espera se prolongaria por mais uma hora.

Droga! Não estava nem um pouco interessada em observar meninos, com idades variando entre 19 e 21 anos, disputando para ver aquele que seria dispensado primeiro, enquanto Killian falava ao telefone com Hong Kong. Sinalizando para outra garçonete, ela lhe entregou seu copo ainda cheio e atirou algumas notas sobre a mesa.

Estava a meio caminho da porta de saída, quando uma risada feminina encorpada e suave repercutiu do corredor ao lado do bar. O som sensual lhe afetou os sentidos e a fez virar a cabeça naquela direção.

Emma estacou no mesmo instante, com os olhos presos no rabo de cavalo escuro e sedoso que cascateava sobre um dos ombros. Nas pernas. Nas curvas que lembravam uma ampulheta. E, por fim, nos olhos castanhos mais suaves, calorosos e brilhantes que jamais vira, enrugados nas laterais, enquanto a garçonete que lhe servira o drinque erguia o rosto na direção do teto e ria do que quer que a outra garçonete, mais alta e ruiva, dizia enquanto ajustava o sapato. A frieza, o distanciamento e o desinteresse haviam se dissipado daquelas feições atraentes. E no lugar deles ficara aquela mulher.

Não era possível.

E não era de admirar que ela mantivesse aquela risada escondida. Mesmo séria, mal conseguia cruzar o bar sem que um cretino se engraçasse com ela. Se a vissem daquele jeito...

Bem, diabos, o pensamento deles seguiria a mesma trilha do seu: Como fazer para conseguir que ela ria desse jeito para mim? Certamente nunca a deixariam em paz.

A ruiva prosseguiu pelo corredor e a morena de pernas torneadas, dona da risada fatal, ajeitou o avental, girou e estacou por um instante diante da visão de Emma parada ali.

O calor e a luz que emanavam daqueles olhos castanhos se apagaram, enquanto ela doutrinava as feições a adotarem a máscara de total desinteresse. Seria mais fácil se ela demonstrasse raiva, pois, ao menos assim, a empresária que desejava assediá-la saberia que lhe despertara alguma emoção. Maldição, ela era boa naquilo!

Consequências SwanQueen G!POnde histórias criam vida. Descubra agora