Capítulo 9

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 No quarto de Killian, no andar superior, um espaço que lhe era tão familiar quanto o dela, Emma olhou ao redor, imaginando como Regina o transformaria. As paredes ainda eram cor de sálvia. As sancas, brancas como no restante da casa. Mas tudo que lembrava o menino do colegial e o rapaz da faculdade havia desparecido de um dia para o outro. As estantes estavam vazias, com exceção de alguns itens que, sem dúvida, haviam sido deixados lá apenas para que Regina não encontrasse um ambiente estéril e impessoal. Um gesto que a loira apreciou, após constatar os poucos pertences que Regina possuía.

Emma pousou as bolsas na cama onde a morena dormiria. Nunca prestara muita atenção antes, mas, agora, não lhe passou despercebido o fato de o tamanho ser king-size. Grande demais para uma mulher solteira dormir sozinha.

O que, apesar do desejo de sua mãe em casá-la com alguém, Regina ainda era.

Sra. Swan.

Isso não iria acontecer. Distração ou ato falho... Aquilo deixara a mãe completamente desconcertada.

Regina Swan.

Não sabia o nome do meio de Regina. Emma pestanejou para dispersar o devaneio. Que diabos estava pensando? Não precisava saber o nome do meio de Regina. Não queria saber.

Porque, mesmo que restasse algum resquício de atração entre as duas, aquela não era a matéria-prima da qual eram feitas as sras. Swan.

Sim, a morena era linda, divertida e estava esperando um filho dela, mas Regina era como um gigantesco sinal de "não ultrapasse". Não no sentido sexual... mas, droga, tinha de parar de pensar nisso.

Regina se mostrava tão inalcançável. Diferente do que a loira acreditara que fosse, naquela primeira noite.

— Este quarto é maior do que o meu apartamento.

Emma girou na direção onde ela se encontrava, parada à porta, com os braços cruzados sobre o abdome, em um sinal claro de que o estômago a estava incomodando, mas ainda não havia atingindo um ponto crítico.

— E já vem com mobília, também. Ficará neste quarto. Aquela porta é a do toalete e ainda terá uma sala de estar do outro lado, com mesa e computador.

— Certo, então é bem maior que o meu apartamento.

— Acha que se sentirá bem aqui? — Aquela era uma pergunta estranha, depois de quase a obrigar a fazer aquela concessão, jurando que ela ficaria mais confortável.

Porém, agora que Regina se encontrava exatamente onde Emma queria, a ideia de deixá-la ali a incomodava de uma forma que ela não conseguia entender. Regina olhou ao redor, cruzou o aposento até a janela e teve a visão da piscina e da quadra de tênis.

— Sua mãe é cheia de energia.

— Sim, é verdade. Isso a deixa constrangida?

— Não. É ótimo. Ela é tão... animada e calorosa. É um alívio, mas ao mesmo tempo surpreendente.

— Não exatamente o que estava esperando encontrar. — Emma percebera, naqueles últimos instantes no carro.

Regina girou na direção dela, com um sorriso hesitante a lhe curvar os lábios. Era fácil notar o quanto ela estava estressada. E cansada. E então, antes de parar para refletir se aquela seria a atitude certa a tomar, Emma fechou a distância que as separava e a tomou nos braços. Não importava que fossem estranhas, que tivessem compartilhado uma intimidade no passado ou que o futuro fosse incerto. Regina se sentia sozinha e ela estava ali. Não havia mais ninguém disponível para lhe dar um tão necessário abraço.

Consequências SwanQueen G!POnde histórias criam vida. Descubra agora