Capítulo 3

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    — Encare isso como um serviço público.

Regina pousou o uísque sobre um guardanapo limpo e, lutando com todas as forças contra o sorriso que ameaçava lhe curvar os lábios, escorregou-o na direção de Emma – a cliente que estava tornando sua última noite naquele bar memorável.

— Permitir que me leve embora daqui? Muito bem, estou ouvindo.

— Vai mesmo me obrigar a dizer isso? – Emma perguntou, com um olhar que implorava para que a morena a forçasse a dizer.

Regina podia lhe dar as costas e se afastar. Nunca saía com clientes ou permitia sequer aquele tipo de interação. Mas havia algo naquela mulher. Alguma coisa que a impedia de dispensá-la da mesma forma que fazia com qualquer outro ser que cruzasse seu caminho.

Até mesmo naquele instante, podia sentir os lábios quase se contraindo em um sorriso traidor. E Emma estava percebendo. A observava, com uma das sobrancelhas erguidas. E, em seguida, os olhos observadores se encontravam cravados nos dela.

— Quase a convenci. Sim, foi por pouco.

— Está bem, desisto. Em que sentido o fato de sair com você deste bar pode ser considerado um serviço público?

A satisfação iluminou o sorriso de Emma.

— Para o meu ego. – Quando Regina cruzou os braços, ela prosseguiu: – Você o viu. É absurdo. Sinceramente, o tamanho é quase uma anomalia. – Aquilo não estava indo muito bem. Regina franziu a testa, desejando mais, porém incapaz de perguntar por medo de explodir em uma gargalhada.

— Se você abater esse monstro... não serei capaz de arrastá-lo daqui para fora.

— É tão grande assim?

— Como se precisasse perguntar. – Aquela loira significava encrenca. E era exatamente o tipo de diversão que Regina merecia em sua última noite em Las Vegas. Desde que não passasse de um flerte suave.

— Estou lhe dizendo, ele irá se debater pelo chão e se tornará um fardo quando eu tentar recolhê-lo.

— Uau! Quase como uma outra pessoa.

Emma assentiu.

— Eu o chamo de Killian.

— Um ego chamado Killian. – Agora ela ouvira tudo... e, de alguma forma, queria mais. Emma deixou escapar uma breve risada e passou o dedo indicador acima dos lábios vermelhos, cobrindo sua boca ligeiramente, como se quisesse apagar o sorriso dos lábios, antes de continuar.

— E aí é que reside o problema. Esse ego vai precisar receber muita massagem para se recuperar de sua rejeição. – Os olhos castanhos começaram a se estreitar, mas Swan a impediu de falar.

— Será necessário paquerar todas as mulheres que cruzarem meu caminho. O que me forçará a ligar o charme. Com força total...

— Como uma mangueira de incêndio? – perguntou ela, se arrependendo logo em seguida, mas... bem... foi incapaz de se conter.

Os lábios de Emma se encontravam entreabertos, prontos para prosseguir com aquele discurso ridículo, quando ela congelou. A loira encarou-a com um olhar estreitado que irradiava divertimento e advertência.

— Exatamente como uma mangueira de incêndio.

Mas, apesar da forma como Emma a envolvia naquela conversa, havia algo na loira que a fazia parecer segura. O que quer que fosse, isso estava tentando Regina a brincar com fogo.

— Então, depois de encharcar essas mulheres com a enorme mangueira de incêndio, o que acontece?

— Uma devastação total. Mulheres chorando por todos os cantos. Corações partidos espalhados pelas ruas. Todas se apaixonarão por mim, mas tudo em que estou interessada é um encontro. Nada sério. Apenas divertimento.

Consequências SwanQueen G!POnde histórias criam vida. Descubra agora