4 - nicotine

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I'm losing to you, baby, I'm no match
I'm going numb, I've been hijacked
It's a fucking drag
I taste you on my lips and I can't get rid of you

Nicotine - Panic! At The Disco

Eu não estava particularmente animado para ir ao casamento da minha ex namorada

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Eu não estava particularmente animado para ir ao casamento da minha ex namorada. Se fosse apenas por mim, teria inventado alguma desculpa ou doença e não aparecido, mas jamais poderia suportar não ver minha pequena Beatrice em seu vestido de dama de honra. Não havia nada que eu pudesse amar mais do que àquela garotinha e, como todo pai que amava sua filha, eu me colocava em situações estranhas por ela sem pensar duas vezes.

Os primeiros meses foram os mais difíceis. Antes mesmo que Beatrice tivesse nascido, Nina e eu já sabíamos que não éramos bons juntos e havíamos terminado nosso relacionamento. Ainda assim, eu estava sempre ao lado dela. Ser pai sempre foi um dos meus sonhos e não perderia um segundo sequer daquela experiência, mesmo que a mulher a quem eu amava estivesse apaixonada por outro homem.

Nossa história foi construída em cima de segredos e erros. Eu a havia conhecido em um mercadinho perto da praia na Carolina do Sul, durante o fim do verão. Quando ela pôs seus olhos absurdamente azuis em mim eu sabia que ela iria acabar quebrando o meu coração. Sua idade havia me surpreendido, mas nenhuma surpresa iria se comparar com a que tomou conta do meu corpo quando voltei para Nova York e a encontrei na minha sala de aula. Relacionamentos entre professores e alunas eram proibidos, é claro, mas nenhum de nós dois havia resistido por muito tempo antes de decidirmos manter um relacionamento às escondidas.

Não levou muito tempo para que as coisas começassem a desmoronar. A verdade é que nenhum de nós queria o que pensava querer. Eu estava desesperado por uma musa, alguém que pudesse me inspirar a voltar a escrever depois de anos de um bloqueio criativo, e ela ansiava pela adrenalina de viver loucamente seu primeiro ano da faculdade. Ansiava tanto a ponto de entrar cegamente no mundo do BDSM, sem pensar duas vezes no que estava fazendo.

Assumir nosso relacionamento, depois de meses, foi o prego final no caixão do nosso futuro. O peso dos julgamentos caiu sobre os ombros dela e Nina não aguentou a pressão de estar no centro das fofocas, assim como de ter de viver no meu mundo. Não posso julgá-la. Aquela não era uma tarefa fácil. Nós dois estávamos infelizes, mas eu não podia deixá-la ir.

Ela era a minha musa. Durante anos estive preso em um bloqueio criativo que me impedia de trabalhar em qualquer coisa, mas desde o dia em que a conheci havia escrito mais do que nunca e não queria que isso parasse. Era egoísta, mas esse é o meu defeito. Mesmo sabendo que ela poderia ser mais feliz com outra pessoa, eu estava fazendo de tudo para que ela continuasse comigo.

O que culminou tendo o efeito contrário.

Era perceptível que ela estava se afastando mais todos os dias e eu sabia que estava prestes a perdê-la se não fizesse alguma coisa. Então, em um movimento de desespero, eu a pedi em casamento. Ela havia acabado de completar dezenove anos, estava terminando o primeiro ano na faculdade e tinha milhões de planos para realizar e eu havia acabado de pedir que ela se casasse comigo.

Freya - A garota de Manhattan (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora