Uma manhã chuvosa

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O dia estava quieto,o vento frio entrava pela janela soprando as cortinas roxas para cima,o tempo estava bom. Apenas as luzes do pisca-pisca que enfeitava metade do quarto fazia o pouco de luz, os pequenos raios de sol iluminavam lentamente as fotos de criança de Ramona Miller. As prateleiras cobertas de livros de todos os gêneros era a parte favorita dela em seu quarto.
O celular vibra, e em seguida toca uma música calma que a acorda,fazendo-a olhar no relógio e perceber que eram 8:15 e que está 15 minutos atrasada mesmo que o despertador tenha tocado 3 vezes na mesma manhã.

ela não estava surpresa,já que sempre demora para acordar, com um salto, pegou suas botas tropeçando na pilha de roupas espalhadas pelo quarto e correu para a cozinha

-merda,de novo não. -falou pegando um bilhete que sua mãe tinha deixado;

"esquente sua comida,estou no trabalho. Não se atrase de novo!"

-que ótimo. -não surpresa com o bilhete, ela não se preocupou em esquentar a comida e só terminou de se arrumar para sair.

mudei de ideia

mas ela não ia sair, não para aula,não para aquele lugar onde a não suportavam apenas por que ela ignorava todos de lá, não naquele lugar onde nada é espontâneo.

-mais um dia aqui não faria mal a ninguém.- pensou.

Ramona acredita que pode fazer e aprender qualquer coisa quando ela quiser, não precisa de ninguém para orienta-la ou manda-la fazer uma lição de casa.Alguém a disse uma vez que, 'se você acreditar em si mesmo,você pode ser o que quiser'
Ela apenas saiu la fora e aproveitou o tempo chuvoso,ela apenas aproveitou o seu momento.

o vento soprava e fazia os cabelos longos de Ramona dançar no ar, ela olhou em seu pulso a marca de nascença que nunca entendeu muito bem o porquê dela ali
-você não faz sentido algum .-falou passando seu dedo indicador entre as linhas de seu pulso.

Sempre houve um "quê" em toda a sua vida, ela nunca foi como as outras. E, por mais que pareça cliché, ela sempre se destacou no meio da multidão. Ramona nunca conheceu seu pai, que pelas palavras de sua mãe, havia falecido no dia de seu nascimento em um acidente de carro. Mesmo tentando se convencer que era a verdade, Ramona nunca tinha se aceitado a idéia de que seu pai havia falecido.

o vento soprou de novo, algo estava diferente naquela manhã,e não era só o tempo chuvoso. Ramona levantou-se e decidiu aproveitar o dia, ela entrou, pegou seu moletom, aproveitou para pegar sua bolsa e saiu.

-A cafeteria sempre me salva essas horas. - Ramona olha em seu relógio que marca exatamente 8:50. A hora perfeita para um café e sem ninguém enchendo o saco ou falando alto na cafeteria, a hora exata para entrar em uma pequena reflexão da manhã que eu particularmente chamo de o primeiro momento de depressão da manhã.

Que sorte, estava vazio, apenas um garoto sentado em uma das últimas cadeiras, o pouco movimento ali a fez repensar no porquê as pessoas odeiam tempo frio, mas nada melhor que um café em um tempo frio.

-um café com leite, só-Ramona falou enquanto tirava a carteira da bolsa.
-11, 90$.- o atendente falou.

Sentou-se na mesa, o café estava fervendo, deu o primeiro gole e começou a pensar sobre o que iria fazer dali para frente, tudo para Ramona sempre foi um mistério, do início até agora.Mas ela nunca havia se importado muito com o que acontecia em sua volta, a unica coisa que importava era o seu bem estar. Talvez essa idéia começou a mudar depois da briga com sua mãe a duas semanas.
A mãe de Ramona disse realmente coisas comprometedoras como;
"é por isso que você não se parece comigo." "você nunca se preocupou com seu futuro" "tudo so começou a piorar quando você chegou"

E bom, isso não é uma das melhores coisas de se ouvir por sua mãe, deve ser por isso que elas não conversam mais, por isso que a Ramona sempre volta tarde para casa e por isso a Sra. Miller está saindo de casa cedo ultimamente.

9:10 AM

a chuva despencou sobre a cabeça das pessoas que não levaram guarda chuva, incluindo Ramona. A chuva caia como pedra no chão, o cheiro de terra molhada, o vento frio, apenas fez o tempo melhorar, mesmo não parecendo, aquele pequeno espaço de tempo fez Ramona sorrir,a fez esquecer de que habitava um corpo com problemas, a fez esquecer que ela era alguém.
ela correu, pelas ruas, enquanto as pessoas andavam com pressa...ela sorriu e correu,passando por poças,ignorando o pesar das gotas na suas costas.

Parecia que ela estava ali,sozinha,mas com ela...ela estava bem.

a iluminada biblioteca da cidade era a única que a chamou atenção,
ela se convence que precisava parar,e finamente para,esperando que a chuva passe.
Ramona tentou cerrar os olhos para enxergar melhor lá dentro,mas só conseguia ver a silhueta de alguém bem no fundo. A chuva piorou,dessa vez parecia que o mar estava caindo sobre a cidade,ela não pensou e entrou na loja...

o homem da silhueta era alto,não parecia ter mais de 18 anos,seus cabelos eram negros e ele estava assustado,o que a deixou assustada...ele correu para encontra-la e ele pegou seu pulso firmemente.

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