Quatro

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ESTE CAPÍTULO FOI REVISADO

No outro dia na faculdade, sua única vontade era de enfiar a cara em qualquer lugar no qual pudesse se esconder do olhar espalhafatoso de curiosidade de Jaehyun, assim que entrou na sala de aula.

Quando sentou-se em sua costumeira cadeira atrás do amigo, este automaticamente se virou, preparando-se para falar, mas Ten de imediato o interrompeu.

—Jaehyun, menos, por favor.

—Mas eu nem te perguntei nada... —fez bico.

—Mas eu sei que quer e também sobre o quê.

—Ah, vamos, então quer dizer que sua noite não valeu a pena?

—Não aconteceu nada, Jae.

—É isso que está te deixando irritado?

—Jae, eu...Ah, droga, não é isso. —passou a mão pelos cabelos, bagunçando-os. Algo que frequentemente fazia quando estava incomodado. Olhou em volta, tentando perceber se ninguém olhava para os dois ou prestava atenção em suas conversas. Ao mesmo tempo que queria evitar falar sobre o acontecido ontem, precisava conversar sobre sua inquietação a respeito do ocorrido da noite passada.—Você quer matar aula hoje?

—O quê? —Jaehyun alarmou-se. Não era como logo Ten pedir isso. —Você tem certeza?

—Eu preciso conversar, na verdade eu estou confuso.

—Tudo bem, então vamos pro refeitório antes que a professora chegue. A esta hora não tem muita gente lá.

O tailandês assentiu, então ambos pegaram suas bolsas e foram para o local combinado. Sentaram-se em uma das últimas mesas, perto de uma janela. Fazia certo calor, aquela manhã.

Jaehyun esperou paciente que Ten começasse a lhe contar o que estava acontecendo. Nunca vira o amigo daquele jeito.

—Ontem o Taeyong... me provocou. —falou baixo em meio a suas bochechas coradas.

—Em que sentido?

—Exatamente no que você está pensando, mas... ele nem ao menos tocou em mim. Eu propus algo ousado pro ensaio e ele veio e chegou perto e...

—Meu Deus, Meu Deus... —Jaehyun sorria de orelha a orelha.

—Não sorria, eu estou irritado!

—O quê?! Mas por quê? —bateu as duas mãos na mesa, chamando certa atenção, mesmo que de poucas pessoas.

—Você quer falar mais alto? —foi irônico, suspirando enquanto queria morrer ali mesmo de tanta vergonha.

—Desculpe, eu só não entendi como isso podia te deixar irritado, não era você que estava se sentindo atraído pela "intensidade" dele?

—Ele falou algo que eu não gostei, depois disso.

—O que ele disse?

—Ele disse que eu escondia muito meus limites dentro da minha personalidade, algo assim...Eu sou inexperiente nessas coisas de relações, mas eu não gosto de me sentir manipulado pelo fato de que ele é. Não é como se ele conhecesse mas ele fica agindo como se quisesse arrancar lados meus que eu não tenho.

—Ten, as vezes a gente descobre esses lados com experiências. Eu sei que é novo pra você, mas eu conheço Taeyong e pra falar a verdade, acho que o verbo correto é "conhecia", porque ele nunca me testou desse jeito. Acho que ele está fascinado por que você tem esse seu jeitinho e não é como pessoas como eu que chegam se atirando. —sorriu um pouco ao tentar falar casualmente sobre si mesmo, procurando aliviar a tensão do amigo.

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