CAPÍTULO REVISADO
—Taeyong-sshi? —chamou, surpreso.
O garoto da porta ao lado respondeu ao chamado. Taeyong vestia uma calça preta, um vans e uma simples camisa V branca. Seus olhos curiosos e surpresos encontraram os de Ten e uma expressão divertida nasceu em seu rosto.
—Não posso acreditar! —riu, fechando sua própria porta e aproximando-se de Ten. —Você também mora aqui?
—Eu acabei de me mudar. Ontem, pra ser exato. —sorriu, tocando a nuca com uma das mãos.
—Isso é incrível, até parece que foi combinado! Podemos sair juntos sem pressa, então, parece que nossos encontros vão ser bem frequentes.
—C-Com certeza. Ah! E-eu vou apenas pegar minha câmera, acabei esquecendo dela. Você quer entrar? —apontou para dentro.
—Eu posso te esperar aqui, não se preocupe.
—Certo, eu não demoro.
Entrou em casa de forma apressada, sentindo o coração acelerar um tanto eufórico. Deuses, sentia-se como no ensino médio, de repente! Até se compreendia, na verdade, era tímido e não era sempre que fazia contato com as pessoas tão rápido assim.
Pegou sua câmera de cima de sua escrivaninha e saiu de casa, trancando a porta e observando Taeyong se desencostar da parede do corredor, com um pequeno sorriso.
—Vamos? —Ten perguntou, recebendo um aceno positivo em resposta.
Começaram a caminhar devagar, um ao lado do outro. A princípio não tinham muito assunto e só depois de descerem seus cinco andares pelo elevador ouvindo sua música um pouco irritante, começaram a conversar um pouco.
A praça que marcaram de se encontrarem antes ficava a apenas duas quadras do prédio e ironicamente nenhum dos dois desconfiou ou comentou nada sobre morarem perto dela ou em que prédio. Toda a história de serem vizinhos se tornou uma memória engraçada.
Chegaram em poucos minutos a pequena praça de árvores altas. As folhas estavam verdes e o vento era fresco apesar do Sol. A sombra das copas deixava o lugar muito bonito.
—Foi por isso que trouxe a câmera mesmo sem nos termos discutido sobre nossa temática. Assim que vi essa praça pela primeira vez a achei muito bonita. —Ten comentou.
—A princípio achei que você fosse bem mais tímido, mas você diz coisas que realmente me prendem a conversar com você. —Taeyong lançou um olhar para si, pensando em como era agradável a presença do outro.
—Eu não costumo ser... comunicativo com todas as pessoas. —mordeu o lábio, procurando um banco próximo pra que pudessem se sentar, mas caminhando sem pressa ao lado de Taeyong— Acho que as pessoas me chamam de retraído, mas eu acho que sou mais... seletivo. Acho que se percebo que alguém é uma boa pessoa, acaba sendo mais fácil de me aproximar e conversar. Jaehyun sempre diz que isso poderia tornar as coisas difíceis no meu trabalho já que se eu não simpatizo com alguém eu costumo ser muito quieto e... frio? Eu acho...
—Fico feliz de você ter achado que eu era uma boa pessoa, então. —sorriu. —Apesar de que eu as vezes também consigo ser alguém que pode te fazer sentir inquieto... —encarou os olhos do tailandês de forma fixa, mas este não pôde desvendar o real significado por trás daquilo, então ficou apenas com a dúvida para si. —Ah, um banco. Devemos nos sentar? —mudou rapidamente o assunto.
—Ah, sim, claro...
Sentaram-se de frente para uma fonte bonita, que parecia um pouco antiga, vista que estava coberta com uma camada mais escura. A água jorrava de forma constante de um ponto central. Ten ligou sua câmera, uma Canon de 20 megapixels, focando as lentes em uma pequena borboleta verde que voava perto da água, logo captando a imagem.
—Esse não é seu primeiro ensaio, não é? —Taeyong perguntou.
—Não, mas é o primeiro do qual eu tenho que decidir um tema e do qual meu modelo é realmente uma pessoa. Normalmente eu tiro fotos de coisas aleatórias em lugares que eu acho bonitos. Resumindo, pro nosso caso, eu não faço ideia de por onde começar... —sorriu amarelo.
Taeyong levantou-se, então. Começou a olhar em volta enquanto mordia a dobra do dedo indicador, de forma horizontal. O vento balançou um pouco seus cabelos rubros e em um movimento quase inconsciente Ten focou sua câmera nele e tirou uma foto. Uma bela foto, considerando que tudo ali parecia exatamente harmônico. Taeyong era realmente um modelo muito bonito e natural, tal como tudo naquela praça. O olhar dele de repente encontrava-se confuso em direção ao fotógrafo e o pequeno aparelho na mão.
—D-Desculpe, eu só achei que ficaria tão bonito... —sorriu, mas quase que instantaneamente sentiu suas bochechas esquentarem diante do que tinha dito.
—Você me acha bonito? —virou-se de frente para o outro.
Ten se mantinha sem palavras, mas dentro de si tudo dizia sim, ele era muito, extremamente e quase insuportavelmente bonito. Diante do silêncio e da expressão assustada do mais novo, Taeyong mudou sua expressão para uma um tanto indiferente, ou mesmo... arrependida?
—Desculpe, não precisa responder isso... —afastou-se e bagunçou o próprio cabelo um pouco, novamente voltando seu olhar pra as coisas em volta, desta vez enquanto sentava-se novamente ao lado do tailandês.
—V-Você é bonito, sim. —Ten mordeu o lábio enquanto olhava para o ruivo ao seu lado. Tinha usado todas as forçar para dizer aquilo tão sinceramente. —Muito bonito, Taeyong-sshi.
O acadêmico de jornalismo o olhou de forma intensa por alguns segundos. Seus olhos pareciam dizer tantas coisas. Parecia haver uma profundidade enorme ao qual sinceramente Ten achou ser possível e muito desejável de se afogar. Não conseguia descrever a multidão de sensações que lhe percorriam.
O barulho de um celular os despertou daquela situação. O mais velho atendeu, soltando apenas respostas curtas e rápidas que terminaram em um "Já estou indo". Ouvindo a conversa como ouviu e vendo as expressões do mais velho mudarem para preocupadas, Ten se sentiu da mesma forma.
—Aconteceu alguma coisa, Taeyong-sshi? —perguntou depois que este desligou.
—Um amigo se envolveu em um problema. É um pouco urgente, eu... me desculpe, Ten, eu realmente queria estar resolvendo tudo com você agora, mas eu preciso ir.
—Está tudo bem, essas coisas acontecem...
—Eu... eu acho que vou chegar cedo, eu posso passar no seu apartamento quando chegar, então? Eu não quero te deixar na mão.
—T-Tudo bem, mas não precisa ficar preocupado. Eu entendo, coisas assim acontecem...
—Eu vou passar lá. Obrigado, me desculpe.
Ele saiu apressado e estranhamente Ten sentiu como se algo estivesse faltando, não materialmente, mas dentro de si.
•••
Ten passou o resto da tarde com sua câmera na mão, observando a foto que tirara mais cedo. Seu coração acelerava ao lembrar-se do quão intenso tinha sido o olhar de Taeyong sob si, do arrepiar que foi provocado em seu ser naquele momento que na realidade nem sabia explicar direito como havia chegado a aquele ponto.
Mesmo que tivesse sido apenas um olhar, sentiu-se ser beijado, acariciado e como se toda a expressão no rosto alheio lhe dissesse o quanto era desejado naquele momento. Ten nunca fora alguém de sentir tamanhos sentimentos e sensações já que sempre fora recluso em viver determinadas situações, mas contrariando a si mesmo, seu corpo desejava mais daquilo. Daquela eletricidade percorrendo-lhe todos os lugares.
Quando sua campainha tocou, depois de tanto pensar somente naquelas sensações, já havia decidido em seu íntimo o tema, o local e o que pretendia fazer para seu ensaio fotográfico ser totalmente compenetrante, só restava agora que Taeyong aceitasse suas condições.
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Intense
ФанфикTen é um aluno do curso de fotografia. Taeyong é um aluno do curso de jornalismo. Por causa de um trabalho passado por um dos professores de Ten, os dois tiveram seus caminhos cruzados e descobriram várias coisas um sobre o outro. O que poderá sur...