Playing With Desire

It really Is!

- Você está chorando? – Ele pergunta ao se afastar e só consigo dar uma risada abafada em sua bochecha por conta da observação óbvia.

- Bom, acho que estou. – Limpo uma única lágrima que escorreu pelo meu rosto e o encaro. – Essa é a questão, Teddy. Eu não quero me machucar, como não quero te machucar. Tudo que o cerca é tão intenso, tão forte que me deixa confusa. – Faço gestos com as mãos para tentar demonstrar o que sinto.

- Você está realmente só confusa ou com medo de entrar em uma relação séria pela primeira vez na vida? – Olho em seus olhos novamente e o sentimento que tenho é que consigo enxergar sua alma. Sua pergunta não me pega de surpresa, mas faz meu coração gelar ao pensar na resposta.

- Acho que um pouco dos dois, mas se fossemos colocar numa balança... Acho que entrar em um relacionamento agora me deixa assustada. Nós estamos distantes um do outro, Phoebe está internada, eu realmente tenho que arrumar o que fazer da vida, profissionalmente falando. Todas essas situações vão me fazer entrar em crise existencial e eu não quero carregar você comigo.

- E se eu ficar com você e evitar que você entre em uma crise existencial? – Ele acaricia meus braços e me olha e no meu eu mais remoto e profundo, vejo esperança em seus olhos. Desvio o olhar, pois aquilo é demais para o meu estado atual. Solto um riso frouxo e deito a cabeça em seu ombro.

- Acho que por enquanto você está fazendo o suficiente. Ainda tenho um tempo aqui, vamos levando até lá, ok?

- Aham. – Ele apenas concorda e não fala nada a seguir relacionado a isso. – Me fala mais sobre suas fotos.

- Falar o que? – Pergunto, fechando os olhos e me aconchegando a ele.

- Qual foi sua primeira foto profissional? – Teddy se ajeita no sofá e me puxa com ele, deixando-me ainda mais confortável. Começo a sorrir com a recordação da foto e me levanto para lhe contar.

- Foi na adolescência. Eu estava andando por NYC sozinha durante um inverno rigoroso, daqueles que mesmo você com vários casacos, ainda treme de frio. Eu tinha uma câmera digital normal daquela época e andava com ela para cima e para baixo, apenas para o caso de ter algo que me interessasse, mas até então, nenhuma foto tinha chamado minha atenção ao ponto de ficar vidrada nisso. Então, lá estava eu, andando pelo Central Park quando vejo três crianças passarem correndo, gritando, rindo e atacando bolas de neve umas nas outras. Talvez olhando hoje, não tenha sido uma foto tão incrível quanto eu gostaria de imaginar, mas o momento foi. Algo corriqueiro, mas que me deixou tão feliz que admirei essa foto por vários meses e comecei a pesquisar mesmo sobre fotografia e afins.

- E eu achando que sua primeira foto tinha sido do seu próprio pé no instagram.

- Olha, não desmereça minha paixão. – Rio e soco seu braço de brincadeira.

- Não estou desmerecendo. Você tem um pé lindo, mas só posta foto dele praticamente. – Ele ri e se estica para pegar meu pé e olhar de perto.

- Eu posto fotos dos meus sapatos, não dos meus pés! – Rio e tento enfiar o dedão do pé na boca dele, que se esquiva e me dá um tapa na perna, apertando em seguida.

- O que eu faço com você, Srta Cross?

- Me compre mais lanches e cervejas!

- Isso é uma ordem?

- Ah, pode ter certeza, Theodore.

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Curtinho só pra anunciar quem voltou para vossas vidas. Hahaha! Em breve tem mais. 

Bjs!