Edward Barker já começa seu dia com os remédios calmantes, apesar de ter apenas 23 anos, já sofre com os grandes problemas de ansiedade, não que ele seja nervoso, na verdade era muito calmo, mas precisava tratar sua ansiedade. Após uma noite de sono complicada por ter dormido no sofá, ele olha pra sua sala bagunçada. A mesa de centro parecia um guarda roupas, sua televisão na esquerda pendurada na parede e o sofá do lado oposto quase que preenchiam toda a sala. Ele passa por trás do sofá e entra na pequena cozinha, sua geladeira e o fogão um do lado do outro, e logo após sua pia, onde esta cheia de pratos e talheres.
Edward abre uma porta de seu armário suspenso, devido a sua altura ele alcançava lugares altos com mais facilidade, ele tinha por volta de 1,80. Na verdade ele parou de se importar com sua aparência quando a sua empresa, as Barker Company, foi tomada pelo seu próprio ajudante, Willy, um velho fissurado em administração e poder depois de ter se aposentado do exército. Antes disso ele até mesmo passava shampoos para cabelos castanhos importados, mas hoje, quando ele toma banho passa apenas sabonete no cabelo. Ele deixou de ser o milionário para se tornar um pobre que mora em um apartamento de dois andares com um bar no térreo, se tornou um magrelo bêbado por isso.
Após comer os biscoitos que sua vizinha, Megan, lhe dava, ele senta no sofá, coloca os pés na mesa de centro e empurra as roupas para o chão. O controle estava escondido no meio daquele monte de pano. Ele liga sua televisão só para ver o âncora do jornal das 11 da manhã jogar na cara de Edward que as ações em cima da empresa Barker aumentou de novo. Isso era como uma facada em Edward, ele sabia que tudo aquilo era graças a Willy. Mas o que mais o deixava triste era o fato de que ele não se esforçou quando a empresa estava com ele ainda, na verdade ele apenas saia esbanjando toda sua fortuna.
Depois de ouvir tanta merda daquele jornal, ele pensa logo na sua bebida. A única coisa que o fazia esquecer tudo aquilo era ficar bêbado.
Ele sai pela porta de madeira do seu apartamento e olha para o corredor, as portas todas fechadas, o corredor vazio, exceto pela planta que a Megan cuidava que ficava do outro lado do corredor perto da escada. A escada a direita ficava ao lado do elevador, que seria a única coisa boa daquele prédio. Ele fecha a porta e vai até as escadas, ele odiava ter que pegar elevadores para descer, e enquanto desce já começa a imaginar o que vai pedir hoje para o garçom. Ao descer as escadas, o corredor maior de entrada parece ainda mais vazio, exceto pelo tapete para ninguém sujar aquele lugar. E mais pra frente, na saída, a grande porta de metal com tetra chave. Edward pega as chaves enquanto vai na direção daquele paredão de aço e em seguida o destranca, a regra ali era nunca sujar o elevador e sempre deixar a porta de aço fechada. Após passar por ela, a sua direita já da pra ver o bar pelas portas de vidro, e ele estava vazio, as mesas redondas e o balcão já aliviavam a tensão de Edward após as notícias do dia.
Ele abre a porta de vidro com calma e olha para o galpão a direita, e o pobre do garçom já respira fundo quando vê Edward se aproximar:
-Boa tarde, pode me ver àquela garrafa hoje? - Edward fala apontando para um vinho, ele não tinha escolhido, apenas apontou para um aleatório.
-Boa tarde, senhor Edward - o garçom fala com tom de sarcasmo. Ele vira, pega a garrafa e o tira-roscas, abre a garrafa e coloca perto de Edward - O senhor vai querer um copo ou uma taça?
-Pode ser a taça hoje, dia especial sabe?
O garçom da uma risada e pega a taça que fica pendurada de baixo do balcão, coloca ao lado da garrafa e serve Edward.
Edward vivia de uma ajuda de custo que as Barker Company pagavam para manter o nome de sua família. Após a morte de seu pai, Hyrum, Edward assumiu o comando da empresa, ele e seu pai eram os únicos de sua família, a mãe de Edward morreu dando a luz a ele.
E após gastar tanto desse dinheiro em bebidas, o pobre garçom não sabia diferenciar Edward de uma pessoa bêbada qualquer. Ele tinha passado o dia todo la, comendo salgados e bebendo. O garçom vê Megan chega pela porta de vidro e chama ela. Os dois não trocaram uma palavra, Megan já estava acostumada com aquilo. Ela ajeita seu grande cabelo preto e liso para trás e apoia o Edward em seu ombro, ele quase saí arrastado de lá por ela.
Como Edward estava esbelto, não era tão difícil assim arrastar ele até o elevador. Ela aperta o botão e as portas do elevador já abrem, e Edward é arrastado para dentro. O fedo de bebida toma o pequeno local e Megan resmunga:
-Meu deus Edward, olha no que você se tornou. - Ela fala enquanto cruza os braços e ajeita a bolsa com um gesto sutil.
Ela volta a arrastar ele até a porta do apartamento dele. Coloca ele contra a porta, e pega as chaves no bolso dele. Quando abre a porta, Edward cai no chão e em seguida levanta meio tonto. Vai até o sofá e se deita. Megan entra e fecha a porta:
-Edward você definitivamente precisa parar de beber assim, você demora pra beber, mas quando faz, olha seu estado!
-EU NÃO TO NEM AÍ PARA O QUE VOCÊ PENSA, MERDA - Edward não era agressivo, mas quando bebia tudo mudava - VAI EMBORA DO MEU APARTAMENTO.
Megan saí irritada, ela não iria discutir com ele daquele jeito. Ela fecha a porta com força e raiva.
Deitado no sofá, Edward começa a pensar nas coisas que passou na vida, em sua mãe que morreu por ele, em seu pai e sua empresa, a decepção que ele era para ambos, e na Megan, sua ex noiva que agora não passava de uma cuidadora dele. O mal que Edward fazia por ela era um fardo muito pesado. E com tanta depressão ele decide cometer suicídio.
Na sua mente, a imagem de uma pessoa se drogando já é nítida, ele decide fazer o mesmo. Enche uma garrafa de água, vai até a sua caixa de remédios que estava jogada no pé do sofá, e pega os que ele achava mais forte, e toma todas as pílulas. Ele deve ter ingerido por volta de 8 caixas de remédios pesados, e começa a ficar tonto e com dor de cabeça. Ele senta no sofá mas cai ao tentar deitar e se apoia na mesa de centro, mas os seus sentidos começam a esvaziar, e ele caí inconsciente.
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Sozinho
General FictionApós uma tentativa falha de suicídio, causada e pensada por causa de uma profunda depressão, Edward Barker acorda em um mundo vazio, sem humanos ou vida. Agora ele tenta descobrir o que aconteceu no momento de sua morte, onde estão todas pessoas e o...