Caminhos Cruzados

87 14 0
                                    

Edward estava dirigindo imprudentemente, olhando no celular do velho senhor enquanto dirigia. Mas isso não aparentava ser um problemas, tantos postos polícias vazio, carros parados nas estradas, pequenas cidades no caminho que estavam parecendo sair de jogos de terror. A chuva não acompanhou Edward em sua jornada, ele teria entrado na Bolívia após passar por ela. O sol estava forte e o clima tropical marcante, as planícies eram divinas e as paisagens de tirar o fôlego. Mas Edward não queria ver isso, ele queria encontrar alguém vivo, e toda vez que algo assim passava em sua cabeça ele logo lembrava da usina Hoover, pegava o celular e olhava o caminho enquanto dirigia. Na verdade o GPS não estava marcando o caminho, o próprio Edward não o fez, com medo de perder muita bateria. Porém o celular era resistente, quase 2 dias de viagem e sua bateria ainda estava em 67%. Claro que Edward o desligava quando fazia uma pausa para abastecer em algum carro deixado para trás, pois os postos pararam de funcionar. Ele tinha tentado pegar gasolina de um posto que parou, mas as bombas não funcionavam, ele então arranjou uma mangueira na oficina do posto, uma garrafa, e imitou o que via em alguns filmes de sobrevivência: abria o reservatório do carro, colocava a mangueira no fundo e chupava o combustível. Para a sorte de Edward o carro da Megan aceitava tanto álcool como gasolina, então provavelmente ele poderia pegar de qualquer carro que estivesse com combustível. Na primeira vez que ele fez isso sentiu o gosto armargo do álcool, e por um único segundo se lembrou do gosto do malte da cerveja. Mas ele lutou para não procurar uma garrafa e se embriagar.

Com tantas coisas que ele estava tendo que fazer sozinho, já imaginava que faria um reality show de como sobreviver na Terra sozinho. Claro que ele teve a ajuda de Megan, do dono do armazém, e daquele velho senhor, mas isso não tirava os créditos que quem estava vivo era Edward. Ele tenta imaginar por que só ele estava "bem", e como as outras pessoas estavam agora? Onde estavam?

Após fazer uma curva na estrada, Edward observa algumas placas em espanhol. Ele sabia falar inglês e português fluente, mas nada de espanhol, até que conseguia ler algumas coisas e entender, mas provavelmente ele não seria capaz de conversar com alguém em espanhol sem errar em algumas coisas. Nas placas estavam escrito: Eje Ambiental e Av C/vaiar al Sur. Ele realmente não sabia o que aquilo significava, mas continuou, e logo em seguida avistou um complexo com algumas fachadas de vidro e uma grande montanha mais a frente. Ele passou pelo complexo e olhou para a esquerda, onde parecia uma entrada para uma trilha e muitos carros caídos la para baixo, alguns estavam apenas perto da ponta da descida. Mais uma curva, e dessa vez ele vê uma escola ao seu lado esquerdo, feita de tijolinhos vermelhos, com dois andares, ele então percebe que estava chegando em alguma cidade após andar tanto. A escola na verdade era uma universidade, Edward só reparou nisso quando chegou na entrada, uma especie de estacionamento, onde estava descrito "Universidad de America". Após continuar nesta estrada por mais alguns segundos, e fazer mais curvas enquanto a montanha se aproximava, ele percebe mais a frente um aglomerado de carros enfileirados e algo que parecia ser uma construção antiga, mas em bom estado. Não tem mais como continuar de carro, Edward manobra a mini van de Megan, apontando para de onde ele veio, e decide entrar na cidade. Juntando as mochilas nas costas, e a arma no ombro, ele sai do carro e olha para frente, decide seguir reto na avenida antes de olhar o celular, para saber se tinha alguém perto dos carros ou coisas que ele podia se identificar onde estava exatamente. 

Seguindo pela avenida, ele chegou em um lugar um pouco alto da cidade, e conseguia ver 4 grandes prédios perto dele, e uma grande cidade no fundo, o sol iluminando cada canto, e logo a baixo da parte que ele estava, algo parecido com uma favela. Chegando um pouco mais pra frente, ele avista uma placa escrito "Aeropuerto", perto de uma passarela. Logo pensa se seria interessante ir para o Aeroporto, mesmo ele não sabendo pilotar nada. Ele passa por algumas pontes e chega em um pequeno túnel. Ele consegue ver a saída, e vários carros parados dentro. O túnel esta escuro pela falta de luz, mas ele consegue se guiar pela direção da saída. 

Edward ainda não tinha percebido, até que sente aquela dor. Um jato quente foi disparado em suas costas, dando um pequeno empurrão para frente. Ele logo se desespera, e lembra aquela sensação, o "tiro" que Axl, o drone tinha dado nele. Com muita dor, Edward olha para trás, e um calafrio lhe vem a espinha. Vários drones, talvez uns 15 drones, iguais ao Axl, parados, pairando dentro do túnel. Os círculos e marcações, iguais aos do Axl. Edward sabe que aquilo não estava la para lhe receber bem, ele logo lembra da cena do velho senhor caído, ensanguentado. Edward olha para a saída e começa a correr em direção a ela, pela direita, e sai em uma grande avenida, na esquerda tinha um pequeno apartamento e mais para frente um grande prédio. Os drones saíram do túnel atras de Edward, enquanto atiravam os raios em sua direção. Parecia que os drones não tinham uma mira tão estável para coisas em movimento, eles tentavam prever onde Edward iria estar mas acabavam errando. Eram muito velozes, e estavam altamente furiosos querendo matar. Edward estava pensando em pegar a arma e começar a atirar, mas a mochila e a bolsa estavam atrapalhando ele de manusear e até mesmo de correr direito. A perseguição não estava acabando, os drones eram muito velozes, eles não alcançavam Edward, mas não deixavam ele escapar. Mas, inesperadamente, Edward avista duas pessoas perto de um edifício enorme. É uma senhora e um senhor, cabelos brancos e bem velhos. Eles começam a acenar para Edward correr mais rápido e entrar no edifício com eles. Edward olha para trás, medi a distancia entre os drones e ele, e começa a se forçar um pouco mais. Neste momento, se Edward sobreviver a tantos drones, ele vai descobrir o que esta acontecendo no mundo, ele também ganha forças por ter avistado aquelas duas pessoas. Ele da um pulo na calçada do edifício, mas leva outro raio nas costas, dessa vez mais para baixo, perto do ombro esquerdo. Os velhos começam a tentar gritar: 

- Rápido, más rápido! - Edward entra no edifício e então os velhos fecham a porta, se viram para Edward e começam a gritar - Para las escaleras! - Edward não entendia muito bem, mas eles apontavam para as escadas de emergência, com grandes portas de aço. Eles então correm para la, abrem a porta, e no momento que estão fechando os drones quebram a entrada de vidro do prédio e aceleram em direção a porta, mas o velho senhor fecha ela a tempo. Tinha uma especie de tranca feita com algumas madeiras, o senhor então fecha as trancas e fica em silencio perto da porta, com o ouvido encostado, ouvindo. após uns 2 minutos de completo silencio, o senhor vira e fala - Gracias a Dios, el joven esta bien? - Edward parece confuso, mas ele de certa forma entendeu o que o senhor falou, com a voz grossa.

- Sim estou bem, obrigado, muito obrigado... AH...! - Edward grita com a dor das queimaduras, a senhora então põe a mão no ombro de Edward, que senta na escada que estava um pouco a frente, e começa a tirar as bolsas, apoiando a arma no corrimão. 

- Cuál és tu nombre? - A senhora pergunta

- Edward, Edward Barker... 

- Yo soy Emillia, y éste és Jasiel - Apesar da linguá enrolada da senhora, Edward entendeu o que ela estava tentando falar, seus nomes, Emillia e Jasiel. 

SozinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora