Estilhaçada

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Um tiro havia sido disparado, e por alguns segundos o silêncio reinou. E ali estava ela, inexpressiva, apenas mantinha seu olhar focado no homem que lhe acertará. Uma dor imensa então se abateu sobre a jovem, ela olha assustada para baixo e vê sangue em seu peito, seus olhos se arregalam e seu corpo começa a tremer. Em um movimento rápido volta seu olhar para o homem a sua frente, foi quando levou outro tiro, dessa vez no braço direito a fazendo dar um passo para trás com a força do impacto. Outro tiro foi disparado, acertando seu ombro esquerdo a fazendo novamente dar um passo para trás.
Um último tiro foi dado, mas a jovem não o ouviu, ele havia acertado a cabeça dela a fazendo-a  cair no chão.

- Eu sinto muito – Erick disse observando o corpo caído da jovem.

Ele guarda a arma no coldre e caminha até a jovem. Ele se ajoelha e começa a mexer nela, procurando por qualquer identificação ou objeto suspeito.

Ele para quando acha a carteira dela com a identificação de estudante  – Violeta Gardner, 16 anos, Vancouver Columbia Britânica – ele suspira – Acho que a única coisa que não fala aqui é que você é uma Renegada, você tem sorte de eu ter te encontrado – ele a pega no colo e vai para o veículo de comando que havia acabado de chegar.

Erick caminhava normalmente com o corpo de Violeta em seus braços, não havia urgência em seu andar ou qualquer alteração em sua pessoa, estava totalmente calmo.
Os soldados da Agência olhavam um pouco assustados, para eles ver o "Açougueiro de Berlim" de perto já era assustador, mas ver ele com um garota morta nos braços era perturbador.

- Ele a matou? – um dos homens perguntou.
- Bem provável, esse cara é um maníaco – outro comentou.
- Um demônio na terra isso sim.... – um terceiro se juntou.
- Já ouviram as histórias? – dessa vez perguntou um pouco alto.
- Fica quieto! – foi reprendido por um colega – Se ele te ouvir ele mata todos nós - afirmou.

Erick não se importava, ouvira tudo, mas não levantaria a voz para discutir ou defender sua imagem. Sua mente estava tranquila e no momento só tinha um objetivo, achar a Doutora Ellie.

- Doutora onde você está? – pensou – Só você pode dar um jeito nessa situação.

Suas mãos começam a esquentar, como se um liquido as começasse as aquecer. Era o sangue de Violeta que escorria sem parar, Erick sabia que o tempo estava correndo.

- Erick! – a voz feminina que procurava o chamou – Meu Deus, mas o que houve? – perguntou horrorizada.
- Você precisa ajuda-la – respondeu normalmente.
- Leve-a para a ambulância agora! – ordenou com urgência.

Na ambulância a doutora começou a examinar o corpo da jovem. Então seu olhar muda, ela fica com um olhar raivoso, e dirige ele para Erick que estava tranquilo encostado na ambulância tomando uma garrafa de água, agora sem sua mascara e sem o seu equipamento de combate.

- Erick! – Ellie o chama com um pouco de raiva em sua voz, fazendo Erick voltar sua atenção para a mais velha.
- Pela raiva em sua voz, vou supor que não aprova o que eu fiz, certo?
- Se ela era uma Renegada, porque não a nocauteou ou a imobilizou? – perguntou vendo o garoto relaxado e sem mudança de expressão.

Erick suspira, bota sua garrafa de água em cima de uma mesinha e saca sua pistola. Ellie o olha confusa e o observa removendo o pente de munição da arma. Ele a revela as balas que haviam no pente e a doutora arqueia a sobrancelha em dúvida.

- Eu sou uma cientista, não um soldado, da pra explicar? – pergunta cética.
- Eu usei a munição errada – ele a surpreende – Só usei balas normais, ela deve resistir por uma hora, mas você tem que ajuda-la.
Ellie suspira aliviada e volta sua atenção para a garota – Você viu o poder dela?
- Sim, eu nunca tinha visto um assim antes, ela é forte, porém, acho que ela não o usa - concluiu.
- Como sabe?
- Os olhos, ela parecia possuída de uma certa maneira, eu não sou cientista, mas acho que ela não tem muito controle sob o poder dela e a água – falou como se trouxesse memorias do passado.
- Você disse agua?! – Ellie perguntou com um pouco de euforia na voz?
- Sim, porque? – ele perguntou estranhando.

Renegados: O ExtermínioOnde histórias criam vida. Descubra agora