Garoto prodígio

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- Abrir fogo! - o comandante ordenou, e assim a formação de tanques disparou contra a enorme serpente que se erguia das dunas de areia.

Os projéteis acertam o alvo fazendo a criatura se contorcer de dor conforme mais disparos a acertam.

- Não parem de atirar, não deem espaço para ela fugir, usem as metralhadoras e armas auxiliares se forem necessários! - avisou via rádio.

As balas traçantes e os projéteis pesados dos canhões preenchiam o seu azul e seco e levantavam nuvens pequenas de areia conforme se impactavam no chão.
A serpente ficava cada vez mais irritada com fogo continuo dos blindados abaixo. Tentando mover seu corpo para evitar ser mais atingida. Ela ergue sua cauda que estava escondida debaixo de uma duna de areia. Como era grande pontuda, a serpente a utilizou como uma espécie de lança e focou em um dos tanques.  A cauda foi rápida demais para o tanque conseguir evadir. Ela travessou a grossa blindagem do veículo que virou uma enorme bola de fogo e fumaça.

- Blindado 7 foi abatido! - um dos subordinados avisou com um pouco de pânico na voz.
- Todos os blindados, recuem e fechem a formação! - o comandante ordenou irritado.

Os tanques começaram a dar marcha ré enquanto continuavam a atirar na criatura, mas um dos tanques acabou por ficar um pouco afastado da formação, ainda concentrando todo seu poder de fogo na serpente.

A mesma ergueu sua enorme cauda e a direcionou na direção do veículo. Fez um movimento vertical com ela e esmagou o tanque com ela, como se fosse uma marreta. Fogo e fumaça eram todos os indicativos do destino da tripulação do blindado.

- Blindado 6 foi abatido Major, como devemos prosseguir? - um subordinado perguntou nervoso.
- Mantenham a droga da formação e recuem! Não parem de atirar por nada! - ordenou visivelmente irritado - Vamos segurar aqui até o Coronel chegar!

A serpente perseguia os tanques com ódio. Era possível ver a irritação em seu olhar, o fogo que se enxergava quando se olhava profundamente. E esse fogo só aumentava, e aumentava, e aumentava, logo estava consumindo a criatura.

Uma enorme parede de fogo se abateu sobre a serpente, a engolindo por inteira. Os tripulantes dos tanques assistiam a cena impressionados com tamanho poder.

Podia-se ouvir a serpente urrar de dor ao ser queimada lentamente. Consumida aos poucos por aquelas chamas misteriosas que surgiram do nada.

- O Coronel chegou... - o Major murmurou baixo.

Um pouco afastado dali podia-se ver um homem com um longo sobretudo da mesma cor que o deserto. Moreno, alto, de cabelos escuros e olhos castanhos. Se encontrava acompanhado de uma jovem, uma morena um pouco mais clara de cabelos negros e olhos verdes.

Ambos assistiam a criatura morrer e sofrer queimada. Vendo o modo como se contorcia e se transformava em cinzas que se misturavam com os grãos de areia do deserto.

- Tenente? - o Coronel questionou a jovem.
- Sim Coronel! - respondeu prontamente.
- Acha que a Columbia Britânica precisa do nosso tratamento especial? - perguntou com um leve sorriso.



- Erick! Anda logo, vamos perder o ônibus! - Violeta o chamou do andar de baixo.
- Desculpa a demora, tinha umas coisas da Agência pra resolver - falou sereno enquanto descia das escadas com a mochila.
- Certo, não me envolva nisso, ok? Também não quero saber porque matou aula ontem. Apenas me responda, minha mãe já saiu pra fazer o tratamento? - questionou séria olhando bem nos olhos do garoto.
- Sim, ela saiu antes da gente.
- Ufa! - suspirou aliviada - Assim fico mais tranquila.
- Agora que tudo está esclarecido, será que podemos ir? - perguntou indiferente.

Renegados: O ExtermínioOnde histórias criam vida. Descubra agora