What hurts the most Part 2

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* A música acima tem o mesmo nome do capítulo, e é do Rascal Flatts

Obs: para quem acabou lendo o capítulo que eu postei sem querer durante a semana, não houve tantas mudanças nesse início, mas acrescentei algumas coisas.

Ryan

Depois de ficar sozinho na sala, eu ando lentamente até o meu quarto. Preciso usar todo o meu controle para não bater a porta e sair quebrando todos os objetos a minha frente, mas consigo permanecer na linha, essa pessoa agressiva e raivosa não sou eu.

O que essa garota está fazendo comigo?

Sozinho no lugar que até poucos minutos atrás era o meu preferido em todo o mundo, por todos os momentos incríveis que tive com ela, ando de um lado a outro tentando fazer meu cérebro funcionar, mas não consigo ter a clareza de sempre. As palavras da Ashley ainda martelam na minha cabeça sem parar, e cada uma delas é como um prego no meu coração. Ela me traiu. Não era para doer, não era para eu me importar tanto, mas me importo. Não sei como as coisas chegaram a esse ponto, era para ser apenas diversão sem compromisso, mas cada vez a diversão está menos presente enquanto outras coisas surgem. Não quero sentir essas coisas no meu peito, é doloroso e sem sentido, preferia quando só me interessava por sua beleza inegável.

Paro de andar e sento na minha cama, me movimentar não está ajudando dessa vez.

Sei desde o princípio que ela não é minha, que nunca poderia ser, mas acabei sendo envolvido por seu sorriso lindo de menina, sua teimosia, seu jeito de sempre me desafiar e me levar a loucura, antes mesmo de me dar conta já não conseguia suportar a ideia de perdê-la. Pela primeira vez na vida eu quis algo que não poderia ter. Que ironia. Muitas mulheres dariam qualquer coisa para ter a minha atenção, e a única que eu quero, pertence a outro homem. Mesmo assim ainda não achei que fosse algo além de desejo e atração carnal, afinal, nos encaixamos tão bem que se ela fosse a única mulher a dividir a minha cama pelo resto da vida, por mim estaria tudo bem. Não que fosse amor, só parecia conveniente, eu sempre teria uma amiga, e alguém que entende meus desejos não tão convencionais no sexo.

Agora vejo que esse tempo todo eu me iludia e ignorava o que estava bem na minha cara.

Nunca quis fazer com que ela ficasse comigo por se sentir em dívida, então prometi para mim mesmo que iria deixa-lá ir quando chegasse a hora, e eu cumpro minhas promessas, embora isso possa me magoar.

Nunca fui o tipo de cara que cria cenários hipotéticos e se muda para viver de ilusão. Sempre fui pé no chão e aceitei a realidade da forma que ela é, mas dessa vez, mesmo sem querer acabei acreditando em um conto de fadas onde eu seria o príncipe que resgataria a Ashley de todos os seus fantasmas do passado, e a traria para o meu lado de uma vez por todas. Fantasiei que os sentimentos dela por mim brotariam, e ela se jogaria nos meus braços sem intenção de ir embora. Nesse cenário, toda a história com os Ortegas não teria importância, porque o coração dela ainda estaria disponível. Então eu teria uma chance de verdade de conquistá-la, e agarraria essa oportunidade com unhas e dentes.

Por mais tolo que esses pensamentos possam parecer, eu acho que mereço uma chance. Afinal, eu sou o único que sempre esteve aqui por ela, eu a protejo e a amo silenciosamente. Por várias vezes quase disse em voz alta tudo o que se passa pela minha cabeça quando penso nela, mas tive medo de que isso a fizesse fugir de mim, e eu não quis perdê-la, não quando podia permanecer calado e deixar as coisas como estão.

Se eu pudesse escolher, nossa relação nunca teria passado para algo mais do que sexo e amizade, mas lutar contra a correnteza se torna cada vez mais difícil, não consigo ignorar a forma que o meu coração bate ao ver essa ruiva maluca e sem noção que só me causa problemas.

Is it love? Desire (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora