Prólogo

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Existem as pessoas que nasceram para ter um relacionamento, e as que nasceram apenas para escutar "eu te ligo" depois de um encontro, mas a ligação nunca vai chegar. Eu precisei me ferrar de todas as maneiras possíveis e impossíveis para perceber que me enquadrava no segundo grupo.

Quando eu era criança, fui obrigada a ver o casamento dos meus pais ser um completo fracasso, a ponto de levá-los à morte. Eu deixei isso me abalar? Não, não deixei. Não a ponto de não acreditar que o amor viria para mim.

Eu achei que encontraria alguém diferente do meu pai. Alguém que cuidaria de mim, me amaria com todos os defeitos que meu progenitor colocava em mim, e nós teríamos nove filhos, carros do ano, bom trabalho, casa com cerca branca, um jardim bonito e nós morreríamos dormindo abraçadinhos depois de tricotar.

Não foi isso o que aconteceu. Definitivamente, não foi isso o que aconteceu. Eu fui humilhada e massacrada e depois disso eu entendi que a minha vida era ficar sozinha, focar apenas no meu trabalho e ter um homem na minha cama por uma noite e nada mais. Esse era o meu plano.

E eu aceitava isso muito bem, até aparecer aqueles olhos. Eu nunca tive visto olhos como os dele. Tão expressivos, cristalinos e intensos, mas isso não era tudo: ainda tinha o sorriso fácil e a vontade de estar sempre por perto, marcando território de um jeito sexy e a disposição para ajudar sempre que precisasse.

Mas como diz aquele ditado?

De boas intenções o inferno está cheio.

Chiara Castiglione (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora