∵CONHECENDO NOVOS ARES∵

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∵Capítulo 4∵

As ruas de Lohan estavam apinhadas de pessoas dos mais variados tipos. Elegantes e etéreas ladys elficas e serafins, acompanhadas de suas damas ninfas, que andavam papeando com seus mascotes. Alguns gnomos, seres baixos, pálidos e barbudos, circulando entre os pés da multidão - e reclamando da falta de educação dos que não saiam de sua frente - e também uns poucos sidhes, lithersun de pele esverdeada e quase fantasmagoricos que serviam nas casas dos nobres como criados.

Falando em humanos, haviam muitos deles - feiticeiros ou não - que eram a maior parte da população, e enchiam as ruas com suas aparências e jeitos simples de ser.

Como todas as grandes cidades, Lohan era cercada e tinha vários círculos internos - o central sendo a morada dos elficos, que eram a nobreza local, e o último o dos humanos, que eram a peble. Fora algumas ninfas que serviam de damas de companhia e alguns gnomos que estavam trabalhando em algum projeto na cidade, esses dois povos - e outros como os sereianos - não moravam em cidades. As ninfas preferiam seus bosques, e os gnomos, as montanhas. De qualquer forma naquela época do ano, as ruas de Lohan ganhavam uma nova categoria de visitantes: as comitivas da Coleta da Acadêmica da Luz.

Aby segurou um bocejo e se arrastou pelas ruas de pedras cinzentas atrás dos outros. Mark tinha acordado o acampamento de madrugada, então ela não tinha dormindo quase nada. Ou melhor, nem tinha dormido. Quem inventou que caminhadas ajudam na insônia é um grande mentiroso.


Só não tinha desmaiado alí mesmo porque as cores e sons da cidade a mantiam acesa, nunca tinha visto um sidhe antes, nem um gnomo ou mesmo uma ninfa. Nem tantas lâmpadas solares numa rua só e aquela nem era a parte nobre da cidade. Antes ela se considerava uma pessoa moderna, pelo menos na medida que uma camponesa podia ser. Agora, vendo tantos prédios e pessoas e sons misturados se sentia uma caipira. Teve que lembrar-se de fechar a boca.

Os seus colegas não estavam muito diferentes dela, a não ser talvez Stan, que parecia nunca tirar aquele sorriso travesso do rosto, e Eliot, que imitava a pose dos lordes que passavam vez ou outra em seus cavalos garanhões. Ela não queria nem olhar para ele, não confiava em sí mesma o suficiente.

Em certo momento, Mark avisou que não passariam da terceira muralha, afinal, quase todas as lojas de artigos místicos se encontravam ali - uma área de fácil acesso aos feiticeiros humanos e também aos elficos, já que estes também praticavam feitiços.

- Olha só! Estamos numa cidade grande! - exclamou Núbia olhando para tudo ao mesmo tempo - Dá para acreditar?!

- É, é bem como eu imaginei... Night venha comigo! - puxou os arreios com força pois seu cavalo escuro ficava empatando.

- Seu cavalo se chama "Night"? - perguntou Núbia com descrença.

- Sim. Ele deve estar assustado com tudo isso, e pelo que conheço de mim também estaria... - resmungou Aby - se o sono não tivesse acabado comigo.

- Eu ví você ir dormir como todo mundo - Núbia estreitou os olhos desconfiada - Ah não ser que você tenha fingido e depois levantado, sabe-se lá para quê.

O coração de Aby deu um salto, mas fez cada de tédio.

- Porque eu iria levantar criatura? Só não conseguí dormir com as coxas doloridas e o corpo pinicando de sujo.

Klaus não tinha dito nada sobre o ocorrido da noite anterior, pelo que Aby era muito agradecida. Apesar de achar que não tinha sido por ela, e sim para não passar pela vergonha de ter deixando uma pequena camponesa lhe passar a perna, mas ok.

- Verdade, - disse Núbia com uma careta ao se cheirar - estou sonhando com um banho quente e demorado!

- Talvez a Istrutora Chiara nos deixe almoçar em uma estalagem - disse Stan entrando na conversa - Aí nós poderemos aproveitar e tomar um banho, quem sabe...

Feiticeira da Luz - Fronteira de Espinhos I - Ama OliverOnde histórias criam vida. Descubra agora