Trevor estava sentado no chão da casa de Maise, e ainda chateado, observava ela dormir.
Ele bufou, resmungou, quase roeu as unhas, e levantou, cansado de estar ali parado.
Seu olhar foi para a Espada Real pendurada na parede como se fosse um prêmio valioso, e depois para Maise ainda roncando.
Segundos depois, lá estava Trevor saindo da casa de Maise com a espada na bainha.- Desculpe, Maise. Mas não posso esperar pela sua boa vontade.
Trevor saiu correndo o mais rápido que pôde, ansioso por encontrar Alissa outra vez.
Ele alcançou o caminho até a Árvore das Lamentações, e sorriu quando avistou a grande fatia de bolo onde poderia navegar pelo rio.
Trevor correu para lá à toda velocidade, mas um forte impacto o jogou para trás, deixando ele desnorteado.
Ele grunhiu de dor nas costas, que bateram com a queda, e apertou os olhos para ver quem estava na sua frente.- Ora, vejam só. - Uma voz masculina ecoou, vinda de uma nuvem de poeira à sua frente. - Desde quando as minhas terras guardam um ladrão?
A poeira desapareceu e revelou algo assustador à Trevor.
Um homem de rosto perfeito, asas enormes nas costas e coroa na cabeça, estava na sua frente.
Suas vestes eram vermelhas, seus cabelos eram escuros, e o mais impressionante, seus olhos completamente negros, tinham estrelas dentro.
Uma aura luminosa vinha das asas daquele homem, mas um ar sombrio podia ser sentido por Trevor.- Não... não.. - Trevor engoliu em seco, tentando falar mas não obtia sucesso.
- Moleque medroso. - O homem ergueu sua mão e a Espada Real levitou e voou para a mão dele. - Mas reconheço sua ousadia por conseguir passar por Apollo. Este foi um grande feito para um mundano qualquer.
- Quem é você? - Trevor conseguiu perguntar e levantou, tentando não demonstrar seu medo.
- Eu sou o seu Rei. - Ele respondeu admirando a Espada Real. - Sou o Rei Vermelho deste mundo. Eu me chamo Guilhermo.
Trevor cravou os olhos na espada, não imaginando como poderia tomá-la das mãos de alguém tão poderoso.
- Eu não sou ladrão. - Ele foi direto, não querendo manter uma longa conversa com Guilhermo. - Preciso da espada para...
- Para? - Guilhermo ergueu uma sobrancelha, e rapidamente segurou o pulso de Trevor quando ele ameaçou tomar a Espada de sua mão. - Ora, vejam só! Você tentou mesmo ser rápido?! Você realmente tentou?!
Trevor tremeu de medo ao sentir a mão do Rei Vermelho apertando seu pulso, e seus olhos assustados encararam os olhos determinados dele.
- Você quer perder a mão, mundano? Está indo longe demais ao tentar tomar a Espada Real das mãos do seu Rei.
- Você não é o meu Rei. - A voz de Trevor saiu entrecortada, mas sua coragem era inegável para Guilhermo, que estava curioso e furioso. - E se você se acha um Rei apenas porque usa uma corôa, garanto que não é o Rei de mais ninguém também.
No momento seguinte, a Espada apontava para a garganta de Trevor, que sequer respirava, ainda encarando o olhar furioso de Guilhermo.
- Outros já morreram por muito menos que isso, mundano. Me dê um motivo para não cortar a sua garganta e tomar para mim o seu sangue.
- Sangue não se toma. - Trevor respondeu simplesmente. - Sugiro um café.
- Ah... - Guilhermo soltou Trevor de imediato, confuso com o que ele disse e se perguntando se teria rido daquilo se tivesse humor para tal coisa. - Os pensamentos dos mundanos são uma piada mesmo. Imagino que você seria uma piada completa ao tentar usar essa espada para salvar aquela Alissa.
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Alice e o Chapeleiro 2 (Em Revisão)
FantasyQuando Alice fez uma escolha, seu destino foi posto diante dos seus olhos. Agora, nesta nova época e com uma filha adolescente, Alice se vê em uma situação difícil, pois seu tempo é curto e o Chapeleiro não está sabendo lidar com isso. No País das...